Capítulo Dezesseis

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Mario D'angelo:

Stefano pegou o colchão inflável que estava guardado no canto da sala, com aquele jeito despreocupado que ele sempre tem, como se fosse a coisa mais normal do mundo dormir no chão da sala. Ele olhou para mim e para Luigi, deu aquele sorriso tranquilo e começou a inflar o colchão, como quem diz "tudo sob controle".

Eu me joguei no sofá, já meio afundando nas almofadas velhas, observando Luigi com o olhar perdido, meio cansado, mas aceitando a situação. A vida não tinha sido fácil para ele ultimamente, e eu sabia que ele precisava desse momento, mesmo que fosse simples, com a gente amontoado ali, improvisando uma cama na sala.

Quando o colchão finalmente estava pronto, Stefano deu um tapinha satisfeito nele, como se fosse o auge da nossa noite. Ele estendeu o lençol com cuidado, tentando deixar tudo confortável. Luigi se deitou primeiro, e eu consegui perceber o suspiro de alívio dele. Talvez o colchão não fosse grande coisa, mas o que importava era estarmos juntos, como irmãos, tentando fazer o melhor para que as coisas ficassem um pouco menos pesadas.

Eu me ajeitei no sofá ao lado deles, tentando não rir da situação. Três marmanjos, todos em volta dos trinta, amontoados em uma sala apertada. Stefano, claro, não podia deixar a piada passar: "Quem diria que nosso grande plano de sexta à noite era isso aqui, hein? Inveja das baladas por aí."

Luigi soltou um riso fraco, mas foi o suficiente para aquecer um pouco o clima. Sabíamos que, por mais ridículo que fosse, aquele momento era importante. Estávamos ali por ele. O colchão inflável era só uma desculpa para estarmos próximos, sem precisar de grandes discursos, apenas presença. E, naquele momento, era tudo o que ele precisava. Tudo o que nós precisávamos também.

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Na manhã seguinte, acordei com Stefano se deitando suavemente ao meu lado no sofá, o peso dele quase me fazendo rolar para o chão. Ainda meio sonolento, puxei-o para mais perto, abraçando sua cintura e voltando a adormecer, cercado por seu calor. O tempo passou, e fui desperto pelo som da porta se abrindo lentamente. Quando abri os olhos, percebi que estava perigosamente perto de cair, e Stefano, ainda esparramado no sofá, nem se mexia.

— Bom dia — disse Luigi, já sentado com uma xícara de café em mãos. Olhei para a porta e vi Pedro e Vicente entrando pela casa. — Como foi o encontro? — perguntou Luigi, sorrindo maliciosamente.

Eu me ajeitei no sofá, tentando acordar por completo. Stefano, por sua vez, se levantou tão rápido que mal consegui acompanhar, já se materializando ao lado de Vicente. O susto de Vicente foi instantâneo; ele deu um pulo e soltou um palavrão enquanto Pedro, rindo, o segurava pela cintura para evitar que caísse.

— Sim, foi bom — Pedro respondeu, com aquele jeito calmo de sempre, segurando o riso.

Stefano, com um olhar superior, cruzou os braços e lançou a sua clássica provocação:

— Ainda teve a audácia de dizer que nada iria acontecer, não é? Como é bom estar sempre certo. Acho que puxei à minha mãe — disse, com aquele ar triunfante, como se tivesse previsto o futuro.

Vicente bufou, mas não deixou barato:

— Então, Sr. Gênio, que tal ir preparar o café da manhã para os seus sobrinhos enquanto eu descanso um pouco? Não se preocupe, você tem, no máximo, uns vinte minutos antes deles acordarem. — Ele fez uma pausa e olhou para Luigi. — O que vocês fizeram ontem à noite para os gêmeos estarem dormindo até agora?

Luigi, que parecia bem relaxado, deu um gole no café antes de responder:

— Brincamos de criar histórias usando as fantasias que o Mario e o Stefano trouxeram. Eles se divertiram tanto que ainda pediram chocolate quente antes de dormir. Acho que ficaram exaustos.

Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora