Capítulo Quinze

19 107 0
                                    

Stefano Greco:

O tempo passou, e eu não pude deixar de notar o quanto meu irmão Luigi estava mal com tudo o que estava acontecendo. A situação parecia pesar cada vez mais sobre ele. Decidi que precisava passar mais tempo ao lado dele, tentar aliviar um pouco a carga, nem que fosse com o simples ato de ficarmos juntos comendo besteiras.

O problema era óbvio: a relação estranha e complicada dele com o Eric. Eu podia ver que Luigi estava realmente arrasado com a situação. Sua vida amorosa estava uma bagunça, e, por mais que ele tentasse esconder, era claro o quanto aquilo o estava afetando.

Passamos algumas horas juntos, apenas conversando e tentando não pensar muito em tudo aquilo, mas era difícil. A cada pouco, Luigi mencionava algo sobre Eric, ou suspirava profundamente, como se estivesse revivendo mentalmente as discussões e os momentos de confusão entre os dois.

— Esse Eric, viu... ele fica me seguindo, tentando consertar tudo como se fosse simples, como se a gente pudesse voltar ao que era antes com uma conversa. Mas... é mais complicado que isso, Stefano. — Ele desabafou, sua voz cheia de frustração enquanto mordia um pedaço de pizza.

Eu ouvi em silêncio, deixando ele falar. Sabia que não era o momento de dar conselhos. Às vezes, meu irmão só precisava de alguém que estivesse ali, ao lado dele, para ouvir.

— E o pior é que, parte de mim, quer que ele conserte as coisas. — Luigi continuou, a voz mais baixa agora. — Mas outra parte... não sei, acho que a confiança foi quebrada. E não tenho certeza se dá pra consertar isso.

Suspirei, olhando para ele com um misto de preocupação e carinho. Sabia que a situação era delicada, e Eric, por mais que estivesse tentando, não parecia estar conseguindo lidar da forma certa.

— Olha, Luigi... — comecei, escolhendo as palavras com cuidado. — Talvez o Eric precise, em algum momento, abrir o jogo de verdade. Falar tudo o que está sentindo e ser honesto sobre o que ele realmente quer. Porque, até ele fazer isso, as coisas vão continuar essa bagunça.

Luigi me olhou, com os olhos cansados, e assentiu levemente.

— Pode ser... mas por agora, eu só quero que você saiba que eu tô do seu lado. Não importa o que aconteça. — Continuei, dando um tapinha no ombro dele.

Ele sorriu, um sorriso pequeno, mas verdadeiro, e eu soube que, mesmo que não pudesse consertar a situação para ele, estar ali como apoio já era o suficiente por enquanto.

— Valeu, mano. — Ele disse, e voltamos a comer nossas besteiras em silêncio, sabendo que, apesar da confusão, a família sempre estaria por perto quando tudo mais falhasse.

**************************************

Eu estava no restaurante, ajustando minha fantasia de crocodilo que, supostamente, veio do Reino das Fadas. Era uma peça divertida, que me fazia rir só de pensar no conceito. Enquanto ajeitava a cauda, olhei ao longe e vi meu irmão Luigi e Vicente sentados em uma das mesas, conversando animadamente com uma mulher ruiva, incrivelmente bonita. Seus traços eram tão delicados que, por um momento, pensei que ela realmente fosse uma fada.

Mas aí me toquei: *essa* fada era ninguém menos que minha mãe, Eleonora! O choque me atingiu como uma onda, e fui direto até eles.

— Não acredito! Mãe! O que está fazendo aqui? Por que não avisou que estava vindo? — falei, ainda surpreso.

Ela se virou para mim com aquele sorriso de sempre, o brilho nos olhos cheio de diversão.

— Meu filho está arrasando com essa roupa! — ela disse, com aquele tom leve e brincalhão que só ela sabia usar.

Amor rebelde | Livro 1.5 - Meu coração é seu!Onde histórias criam vida. Descubra agora