A arte de ser humano

A pandemia que nos separa

Estava aqui pensando em te encontrar, te tocar e te ouvir falar.
Eu vejo você e ouço você, mas a tela do celular faz que tudo se torne uma melancolia.
Sinto saudades do teu olhar, da tua voz me deixando louco ao sussurrar em meus ouvidos.
Sinto falta da tua mão em meu corpo, dos teus lábios nos meus e do nosso encontro ao anoitecer.
As horas passam, os dias passam e os meses passam, mas parece que estou há anos sem sentir você.
A distância entre nós nunca foi tão grande, pois o tempo que nos separa faz com que tudo seja maior.  
Queria receber uma chamada sua, mas para dizer "Oi amor, como anda você? Vou passar aí pra te ver".
Pessoas estão se expondo para ver as tuas amadas, eu até faria isso para ver você, mas não posso te colocar em perigo.
Estou aqui e você aí, a uma tela de distância. Pelo menos temos uma forma de nos comunicar, mesmo que eu queira sentir o teu toque.
Hoje estou a olhar o céu, as estrelas, e lembrei daquela noite em que estávamos juntos diante delas, sentindo como se estivéssemos a flutuar.
Sinto falta do teu olhar e do teu falar enquanto observo o mar.
O silêncio da cidade nunca fez tanto barulho.
A saudade nunca foi tão cruel.
Depois que tudo passar, vou fazer uma coisa, pode ter certeza, eu vou correr pra te abraçar e te beijar.
O nosso beijo vai ser como a primeira vez. O nosso abraço vai nos unir como nunca antes fez.
Volto a dizer, sinto a tua falta, mas quando essa poeira abaixar e a cidade voltar a ser barulhenta, nós vamos visitar o céu que estávamos a observar.
Com saudades, eu amo você.