Oi, Adora

É só a Felina

- Ah, eu acho que nunca comi tanto na minha vida... - Comentei babando de leve, jogada no tapete felpudo do nosso quarto luxuoso, enquanto acariciava meu buchinho.

- Não sei como consegue comer de forma tão relaxada. Eles podem, facilmente, colocar veneno nisso. - Dizia Felina cheirando qualquer coisa antes de morder.

- Ah, sei lá... Ela não parecia ser exatamente o que contaram na Horda... Você não achou estranho? Eles pareciam até bem... Legais. - Perguntei sentando-me e encarando a morena.

Ela parou de mastigar por alguns instante, olhando para mim.

- Eles são mentirosos, manipuladores. Claro que não é estranho. Parecem bonzinhos, mas, quando você menos espera... Já era. Então, não deixe sua guarda baixa.

- Engula a comida antes de falar, eu não preciso ver o que há aí dentro.

- Não enche. - Pegou mais uma porção e comeu.

Me levantei e me espreguicei.

- Estou cansada. Vou tomar um banho para dormir, você vem?

- Eu passo. - Disse ela sem me olhar.

Dei de ombros e fui até a banheira.

Meus olhos brilharam quando olhei de perto.

A água estava quentinha, tinha uma tonalidade rosada e um aroma maravilhoso. Na outra extremidade da banheira, havia uma pequena cascata feita de pedras de cores claras, das quais escorriam filetes da água cor de rosa.

Isso vai relaxar até a minha terceira geração.

Soltei o cabelo e tirei as roupas. Mas, diferente da vez na Floresta do Sussurro, agora eu tirei todas as minhas peças, inclusive as íntimas. Estava ali para relaxar, então isso que farei.

Assim que removi meu tope, ouvi Felina engasgar.

Fica cheia de frescura para comer, e quando come, ainda engasga...

Quando retirei meu short, não ouvi mais nada. Não a ouvi tossir, nem mastigar, nem reclamar. Achei estranho, mas ignorei.

Entrei naquela água digna de rainha e senti meu corpo inteiro arrepiar.

A sensação era uma das mais maravilhosas que já senti.

Óbvio que há banho quente na Horda, mas são chuveiros simples. Nem se compara com essa banheira incrível.

Sentei-me em uma espécie de banco que rodeava todo o interior do mármore e encostei as costas na borda. Aquela posição deixava a água na altura dos meus ombros.

Olhei para trás, buscando Felina e a vi me encarando. Mas, assim que meus olhos encontraram os dela, ela virou o rosto e voltou a comer.

- Não precisa fingir que não quer tomar banho. Vem cá.

- Não.

- Por que não?

- Eu posso me afogar aí.

Dramática.

Fiquei de joelhos no banco e apoiei os braços na borda.

- Felina, a parte mais funda daqui não tem nem um metro e vinte de profundidade. Além do mais, a água está uma delícia. Quentinha, do jeito que você gosta.

Ela não respondeu, apenas ficou batucando a ponta das unhas na mesa sem me encarar. Seu rosto estava levemente corado.

- Não me faça ir até aí te buscar... - Falei ameaçando sair da banheira, quando ela entrou em desespero.