You are toxic

Capítulo 4

Thomas para o carro no estacionamento do colégio, chegamos bem no horário.

Tenho francês, matemática e história nos primeiros períodos dessa manhã.

— Então, obrigada pela carona, você literalmente me salvou, e me desculpa por chorar no carro, foi só um momento de fraqueza. — Pego a mochila do chão, coloco no meu colo e olho para Thomas de novo.

— Tudo bem! — Ele dá uma risadinha. — Seu segredo está seguro comigo, Mia.

— Obrigada, de novo. — Abro a porta do carro para sair e abano pra ele.

Char corre até a minha direção e me abraça. Eu não entendi nada, mas eu aceitei porquê precisava de um abraço da minha melhor amiga, meu dia estava sendo péssimo, ou melhor a minha semana estava péssima.

— Meu Deus Mia! Liguei para o Dylan, mas ele me disse que não iria te trazer hoje para a escola. Você está encharcada e com o casaco do Jaken? Por que está com o casaco dele? — Ela me olha e pega a chave do armário dentro da mochila.

— Eu estava vindo para escola de bicicleta, Dylan me abandonou. Na real mal fala comigo desde a nossa pequena discussão no carro na segunda-feira. Tá mas, como você conseguiu falar com ele? As minhas ligações ele não atende, como assim, eu sou a namorada dele, isso é ridículo; enfim, no meio do caminho começou a chover, Thomas passou por mim, me ofereceu uma carona e eu aceitei. Meu material ia estragar e eu iria ficar doente, então não consegui negar. — Mexo no meu cabelo duro devido à chuva e Charlotte estica a mão para mim, seguro a sua mão, ela me puxa até o seu armário tirado uma sacola amarela de dentro dele e depois me leva até o banheiro.

Ela me entrega a sacola, que havia pego dentro do seu armário.

— Vai te trocar Mia, você vai ficar morrendo de frio com essa roupa molhada. — Entro em uma das cabines e tiro as roupas da sacola colocando-as em cima do vaso sanitário.

— Char as suas roupas não vão servir em mim, você é mais magra do que eu. — Falo isso pela fresta da porta que está entre aberta, Charlotte anda de um lado para o outro roendo a unha.

— Experimenta pelo menos Mia, para de reclamar. Não quero você doente, quero a minha amiga comigo na festa do Zack.

Entro na cabine e coloco a calça preta da Char e a camiseta branca manga longa, só tenho um short para a aula de educação física, mas ela foi cancelada por conta da chuva e jamais me permitiriam usar aqueles short curto para andar pelo colégio e eu morreria de frio, então nem faz diferença ter esse short aqui ou não.

Coloco as roupas molhadas na sacola e saio do banheiro, Char me olha de boca aberta. Paro em frente ao espelho, faço um coque e limpo o rímel borrado.

— O que foi Char? Fica aí me olhando com essa cara. — Ela me encara dos pés a cabeça, e eu dou uma risadinha da sua cara de boba.

— Puta merda, você ficou uma grandíssima gostosa com a minha roupa, devia usar mais vezes. — Minha amiga dá um tapa na minha bunda de levinho, nós rimos e começamos a caminhar pelos corredores do colégio.

•••

Final da aula, Dylan não foi me buscar, estou indo para casa com Charlotte e Bryan, hoje eu estava completamente desligada, fiquei praticamente o tempo inteiro de fone de ouvido escutando música e pensando no nada.

Eles conversam algo que eu não presto muita atenção e nem dou bola.

— Puta que pariu! — Olho pela janela quando estou chegando em casa, Dylan está no jardim sozinho.

— O que foi Mia? — Bryan me olha pelo retrovisor

— Na... nada, só o Dylan me esperando ali na frente de casa. — começo a roer a unha.

— Char, vou deixar a jaqueta do Thomas aqui no banco de trás, entrega para ele e agradece por mim. Dylan vai me encher o saco e quero evitar mais uma briga.

— Tudo bem! — Bryan e Charlotte respondem ao mesmo tempo, e depois sorriem, dando um selinho fofo para finalizar o momento de casal meloso, o que eu tô pensando, sou mais melosa com o meu namorado do que a Char é com o Bryan.

Tiro a jaqueta e dobro bem direitinho deixando-a em cima do banco. Abro a porta do carro e desço.

— Oi amor — Dou um selinho em Dylan e ele sorri me abraçando.

— Oi Charlotte e você é o? — Meu namorado nunca cumprimenta ninguém é a primeira vez que eu o vejo sendo legal e educado com os meus amigos.

— Oi Dylan, esse é o Bryan meu namorado. — Char levanta mão mostrando a aliança de namoro.

— E ai mano! — Olho para Dylan ao meu lado, tentando entender quando ele mudou tanto e começou a tratar todo mundo bem, talvez tenha sido essa semana, com a nossa distância.

Bryan faz um sinal de hang loose para o meu namorado e volta a olhar para frente.

— Você não tá com frio não? — Ele me olha levantando uma sobrancelha.

— Tô morrendo de frio! — Me abraço e meu namorado tira o moletom e me entrega Dylan nunca tinha feito isso em nossos dois anos de namoro.

— Obrigada! Você pode pegar a bicicleta no porta malas para mim? — Puxo a sua camiseta e dou mais um selinho.

Dylan dá a volta no carro, pega a bicicleta, bate o porta malas e para do meu lado de novo; ele passa os braços por cima dos meus ombros e me puxa pra mais perto.

— Amiga, nós vamos indo, a tarde vai ser longa. — Char sussurra a última parte e vejo o Dylan ficar desconfortável e mexe no cabelo, vai começar essa história de novo e eu não suporto mais isso.

— Tá bom amiga. — me aproximo do vidro do carro e dou um beijo na sua bochecha e Charlotte sorri.

— A antes que eu me esqueça, vocês vão ir à festa? A que vai rolar na casa do Zack, esse final de semana, vai, por favor? — Olho com uma cara de fúria para Charlotte, não era pra ter comentado sobre isso agora, eu ainda não tinha conversado sobre essa hipótese com o meu namorado.

Dylan puxa meu rosto para olhar nos meus olhos e segura a minha mão.

— Você quer ir meu amor? — eu juro que já não estou mais entendendo nada, ele passa a mão no meu cabelo e acaricia o meu rosto.

— Quero, nós podemos ir? — Dylan concorda com a cabeça e sorri, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Char, nós vamos sim! — Dou um sorriso, porquê eu realmente fiquei feliz de Dylan ter aceitado ir a uma festa que não seja dos amigos dele.

— Ótimo, então nos vemos lá as 20:30, fechado? — Esfregando a nuca, ela manda um beijo com a outra mão.

—Tchau Bryan, Tchau Charlotte! — abano para eles e o carro some de nossas vistas.

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