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[14] bravais arc

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A maneira como os raios solares intensos esquentavam os corpos dos três homens sentados ao redor da mesa, assemelhava-se à animação provinda daquele de aparência mais chamativa. Os piercings faciais brilhavam sob a tarde ensolarada, e os dedos compridos, desenhados com tatuagens de tinta escura, puxavam a argola direita do lábio inferior, enquanto os olhos focavam em nenhum ponto específico, apesar de parecerem fixos no homem à sua frente. Taehyung, sob o olhar vidrado e quase nebuloso de Jungkook, abanou as mãos em tentativas frustradas de fazê-lo voltar ao plano da realidade.

— Acho que ele voltou para o Inferno e esqueceu de enterrar a carcaça. Já era.

— Não fale besteiras. — Taehyung, com as sobrancelhas contraídas, olhou para Hoseok. — Tem alguma coisa errada com ele!

— Tem? Ele só parece feliz. — Hoseok inclinou o corpo para conseguir manter o cotovelo apoiado sobre a mesa. — Não está vendo como ele está sorrindo para o nada há, sei lá, vinte minutos? Você não deveria levar isso tão a sério.

— E você não deveria nem estar aqui para início de conversa.

Quando Jimin avisou que precisaria sair para fazer compras naquela manhã, Jungkook fora o primeiro a se levantar do lugar já familiar sob a sombra de uma árvore, obrigando Taehyung a fazer o mesmo para que pudessem, juntos, acompanhar o Protegido aonde quer que fosse. Nenhum dos dois demônios ligou ou contatou Hoseok, mas o rapaz apareceu no mercado poucos minutos depois de pisarem dentro do estabelecimento, sorrindo de modo gentil e, para aqueles que sabiam da verdade, corajoso.

Não deveria ter sido uma surpresa, porque Hoseok estava sob os mandos de Satã, e todos os acontecimentos recentes já haviam deixado claro que o demônio amarelo manteria sua atenção em Jimin o quanto fosse necessário. A data que marcaria o fim da estadia de Belial na Terra também estava próxima, o que deveria significar que a presença do humano de Satã era apenas incômoda, mas não perigosa; ainda assim, quando o viu, Jungkook prensou os dentes e endireitou a postura, como se pudesse aumentar de tamanho ao estufar o peito e jogar os ombros para trás.

— O que está fazendo aqui? — perguntara a Hoseok, assim que ficaram próximos o suficiente para que não precisasse erguer o tom de voz.

Após arrastar os óculos de sol até o topo da cabeça, puxando sua franja para trás e deixando o rosto mais exposto, Hoseok erguera a mão direita para um aceno despretensioso.

— Vim dar um oi.

— Oi. — Jungkook levara as mãos aos ombros do rapaz, obrigando-o a dar meia-volta para que pudesse, por fim, empurrá-lo pelas costas. — Tchau.

— Ei, ei, ei. — Hoseok, fazendo o coração formado pelos lábios sorridentes aumentar, desviara de um novo empurrão, virando-se de frente para Jungkook e Taehyung. — Vou ficar por aqui. Tenho tido pesadelos estranhos nos últimos dias, então pensei que seria uma boa ideia passar um tempo fora de casa.

Não foi preciso de muitos detalhes para que Taehyung e Jungkook tivessem consciência do que aquelas palavras, realmente, significavam. Todos os Anjos Caídos tinham a capacidade de influenciar os sonhos dos humanos, mas Satã, responsável pelo medo, era o que mais gostava de brincar com pesadelos. Portanto, quando Hoseok explicara, mesmo que indiretamente, o que havia o influenciado a ir até lá, não tinha mais o que ser feito. Não quando Satã estava tão atento a tudo.

A verdade sobre realizar rituais de invocação é curiosa. Sem dúvidas, muito diferente do que os humanos costumam imaginar.

O Inferno é constituído por incontáveis energias demoníacas, mas não são todas que se classificam como Demônios de Invocação. Estes, reduzidos em setenta e dois, são apenas aqueles que, quando ainda estavam ao lado do Pai, faziam parte dos Anjos também capazes de responder às orações e pedidos dos humanos. Talvez fosse melhor se as energias celestiais simplesmente não tivessem a capacidade de interagir diretamente com os viventes da Terra, porque isso impediria muitos erros de serem cometidos, mas a ganância e necessidade de conhecimento é forte, e quando o homem tem contato com aquilo que desconhece, quer logo fazer uso da situação para alimentar o ego de quem acha que sabe das coisas.