[02] nadir

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Notas Iniciais

• Edit [05/05/20]: correção geral de erros encontrados com o tempo.

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Existe uma tristeza clamorosa no mundo; em não ser nada.

Belial, em contrapartida, era coisa de mais.

Na mitologia cananita, é representado como o adversário do povo escolhido. No Catolicismo, como o oposto da luz, do bem e de Jesus Cristo. Na Terra, seria o mais importante dos demônios, comandante das forças da escuridão contra os homens de bom coração. É reconhecido como um antigo anjo da Virtude que, após sua queda, transformou-se no demônio da arrogância e da loucura. Responsável pela luxúria, criador orgulhoso da pederastia e cultivador da sodomia³.

O Inferno nunca recebeu espírito mais dissoluto, mais perverso, mais enamorado; o Céu nunca perdeu mais formoso habitante.

Rei-Comandante de Sheol.

Existe uma falsa crença entre os terrestres de que o Mundo Inferior é governado por uma única criatura, esta sendo a mais poderosa, invencível e perigosa de todas as forças do mal; a verdade é que cada ponto cardeal do Inferno é governado por um irmão diferente, juntos conhecidos como Os Quatro Príncipes Coroados do Inferno.

Belial, o sem mestre.

Procriador da perversidade, possui a terra como o seu elemento de poder; representa o Norte.

Lúcifer, a estrela da manhã.

Criador do mal e dono de uma calmaria tão leve e minaz quanto o ar que domina; representa o Leste.

Satã, o opositor.

Gerador do ódio, do medo e da ruína. É o Senhor do fogo e representa o Sul.

Leviatã, o grande embusteiro.

Ameaçador, cauteloso e perigoso, o temível demônio das águas que triunfa sobre os demais; representa o Oeste.

O respeito acerca dos Quatro Príncipes era unânime entre todas as criaturas, celestiais ou não, servindo de alimento para o ego inflado dos demônios dirigentes de Sheol. E naquele momento não seria diferente. A feição de Jimin estava neutra, quase tranquila, como se nenhuma outra preocupação pudesse lhe ocupar a cabeça enquanto estivesse com o corpo prensado pelo do demônio; os olhos naturalmente caídos pareciam ainda menores, e o canto da boca suavizou em um meio-sorriso.

Estar tão próximo do rosto entregue de Jimin fez a mente de Jungkook ficar igualmente enevoada, tamanho prazer que sentia por aquela expressão característica na face semi-adormecida à sua frente. Era como se ele também estivesse embriagado, tanto quanto o garoto.

Jimin estava sendo engolido pela grandeza sobrenatural; Belial, pela submissão humana.

Os braços e pernas do demônio tornaram-se pesados, e o peito foi preenchido por uma sensação calorosa de satisfação. Ele pôde sentir as próprias pálpebras pesarem, como se ambos estivessem alimentando-se um do outro.

E, então, Jungkook se aproximou. Queria devorar Jimin; sua boca, seu corpo, sua pele clara. Nada daquilo estava nas regras preestabelecidas pelos Guardiões Celestiais, então ninguém o impediria de ter aquele garoto. Tudo que Jungkook precisava fazer era avançar alguns poucos milímetros e, enfim, poderia sentir o sabor daqueles lábios úmidos em sua língua latejante.

Mas o impedimento do demônio não estava na Guarda Celestial e suas regras imbecis.

Estava em Park Jimin. Unicamente em Park Jimin.

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