T11082020

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A tripulação da nave estava silenciosa. Mesmo que não houvesse um sol nascendo ou se pondo, ninguém estava acordado a não ser por IAN. A rota já tinha sido programada, então IAN nada fazia além de monitorar a vida na nave e verificar o curso.

Observava o lado de fora por uma das câmeras na nave. O astro mais próximo se encontrava à precisamente sete anos-luz. Aproximadamente 66,2 trilhões de quilômetros. Até lá, vazio.

IAN não conhecia a sensação se solidão. A tripulação inteira falava disso com muita frequência, sobre essa tal sensação de solidão, enquanto flutuavam no vazio do espaço, mas IAN nunca entendera.

Segundo pesquisas, a solidão era definida como um sentimento que atacava mentes humanas com a realização de que se está física, espiritual ou emocionalmente sozinho. Ao menos fora o que IAN concluíra ao estudar a tripulação e analisar o banco de dados da nave.

A maioria da tripulação tinha o espaço como alvo. A falta de matéria ao redor, a gravidade semi-presente. A nave não possuía terminações nervosas como um corpo humano, então IAN nunca sentira a gravidade. Também não sentia frio, como sabia ser o espaço. Nem vazio.

Do lado de fora, tudo estava quieto e escuro. Ainda estavam seguindo o curso e nada mudara.

IAN ainda não sabia o que era solidão.

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