Q20082020

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Se eu achava que varrer a casa ia ser difícil, levantar da cama se provou pior que isso.

Fazia uns bons três dias que meu "dia ideal" me julgava, preso por um imã de cogumelo na geladeira. Não era bem preguiça, era mais como se cumprir cada item daquele fosse me deixar mais cansada.

Eu sabia que me sentiria bem depois, mas como eu tinha parado por um tempo, acabou que eu só perdi o ritmo.

Era sempre mais fácil perder.

Já passava das onze quando sentei para tomar café. Minha rotina marcava o café às oito, mas dava para considerar onze uma vitória, levando em consideração que eu acordara ao meio dia ontem.

Tinha decidido caminhar à pequenos passos. Precisava me exercitar todos os dias, mas estabelecer uma rotina nova me custava, então concordei em não me odiar se fizesse os exercícios dia sim, dia não. Isso vinha se aplicando à tudo, ultimamente.

Eu tenho uma péssima tendência a me culpar caso as coisas não saiam como planejado, mas as vezes eu não posso controlar. E eu acho que está tudo bem dar um passo para trás, de vez em quando.

Nós, como seres humanos, esquecemos disso com muita frequência. É muito fácil culpar os outros quando algo não dá certo por não sabermos parar e esperar um pouco, ou andar mais devagar.

Eu também esqueço isso, as vezes...

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