PLAYBOY IRRESISTÍVEL

28

Liam

Olho o relógio mais duas vezes. Quando falei com Rosa, ela já estava saindo de casa. O restaurante que escolhi não fica muito longe de sua casa. Já mandei três mensagens para ela, mas não foram visualizadas. Quando mas dez minutos se passam e não tenho notícias alguma dela, resolvo ligar.

Dois, três, quatro chamadas não atendidas. Não sei o que houve, Rosa não costuma se atrasar. Minha preocupação aumenta, e como ela não atende, resolvo ligar para Mila, ela deve estar em casa e pode me dizer se Rosa está no apartamento.

- Mila?! - atende no segundo toque.

- Liam aconteceu algo? - pergunta estranhando a ligação.

- Onde está Rosa? - pergunto preocupado. - Já faz meia hora que a espero. Ela não responde as minhas mensagens e nem atende o celular. - acrescento meio alterado.

O silêncio do outro lado da linha me agonia ainda mais.

- Já faz tempo que ela saiu, Liam. Pelo que sei, só demoraria uns quinze minutos para chegar ao restaurante. - responde por fim.

Meu peito aperta e a ansiedade aumenta. Não sei onde ela está, e sua amiga diz que ela já saiu. Rosa não iria para outro lugar e me deixaria esperando.

- Acha que ela possa ter ido para a casa dos pais? - pergunto nervoso.

- Não Liam, quando Rosa saiu, ela está ansiosa para o jantar. - reveja também preocupada.

- Liam, vou tentar rastrear o aparelho da minha irmã. - diz Daniel.

- Estou saindo daqui. Informem-me de tudo. - desligo.

Saio do restaurante com o coração na mão. Não faço ideia do que pode ter acontecido. Forço a minha mente a não pensar em mais besteiras, mas é em vão.

Dirijo até o edifício que Rosa e Mila moram. Uma mensagem de Daniel informa que o aparelho está no estacionamento. Os dois saem do elevador e me ajudam a procurar. O carro dela está com a porta aberta.

Escuto Mila falar algo, mas não consigo entender o que deve ser, ela está agachada e quando levanta seus olhos estão ainda mais preocupados.

- O celular dela está aqui. - ela diz com voz trêmula. - Mas também, há sangue no chão.

A última frase entra no meu ouvido e causa zumbido aterrorizante. Vou até onde ela está e vejo alguns pingos de sangue, noto que também há algumas mechas do seu cabelo loiro.

- Eu vou ligar para polícia, alguma coisa aconteceu com a minha irmã. - fala Daniel com a expressão preocupada.

Não consigo falar nada, olho toda cena ainda chocado. Não sei o que aconteceu com a minha Rosa. E tenho medo de tirar conclusões precipitadas, pois o que se passa na minha cabeça não é nada bom.

Os policiais chegam, e isolam o local. Fazem algumas perguntas e respondo no automático. Mila é a mais que aparenta desespero, pois só pensa que algo muito ruim aconteceu com Rosa. Eu não quero acreditar, estávamos planejando uma noite maravilhosa e então isso acontece.

Ouço uma discussão entre Daniel e um policial, parece que ele não acredita que algo grave aconteceu. Não sei o que fazer, mas o irmão da minha namorada usa argumentos que parecem assustar o homem.

- O que eles farão Dani? - pergunta Mila, com voz chorosa.

- Pediram as imagens das câmeras de segurança do estacionamento e colheram provas aqui no local. Espero que encontrem a minha irmã logo ou não sei o que farei.

- Quem poderia ter feito isso? - pergunto em voz alta.

- Não faço ideia, mas a minha família lida com pessoas muito poderosas e temos muitas riquezas, talvez alguém querendo tirar algo da gente possa ter levado a minha irmã. - ele responde.

Essa possibilidade me assusta, pois se já a levaram tenho medo do que pensar que farão enquanto a mantém presa.

Subimos para o apartamento, e Daniel liga para os pais para informar o ocorrido.

Se Daniel estiver certo, receberemos uma ligação dos sequestradores pedindo o resgate. Dinheiro não vai ser um problema. O que me preocupa é a situação em que ela está. Questiono tudo. Isso deveria ter acontecido comigo e não com ela. Fico pensando que tudo isso poderia ter sido diferente se eu tivesse vindo busca-la. Sei que me questionar agora não é a resposta, porém não posso deixar de me questionar por isso.

Ouço as vozes alteradas na sala e saio para olhar quem são. Encontro os pais de Rosa desesperados. Samantha está em lágrimas, enquanto seu pai tenta entender o que aconteceu. A mulher olha para mim e vejo angústia em seu rosto. Ela não fala nada, mas acho que pode estar me culpando.

Eu mesmo me culpo, mesmo não fazendo ideia de que isso poderia acontecer.