17 - DOMINIC

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Eu sempre amei fazer meu trabalho de forma remota quando morava em Londres, então confesso que fazer isso nessa situação perigosa que vivemos com esse vírus no Brasil, não me causa estranheza, ainda mais quando eu tenho meu amor sentado na mesa ao lado aqui nessa biblioteca. A primeira coisa que fizemos, foi organizar um espaço na biblioteca para que ambos pudessem trabalhar. Não sabemos quanto tempo isso vai durar...

Confesso que ela me distrai, eu disse isso quando você começou a acompanhar a nossa história, ela me desconcentra. E eu sei que o mesmo acontece com ela. Ela me disse que nesse começo não teria tanto trabalho, por que deixou muitas coisas gravadas, mas acho que algo aconteceu, já que ela não sai da biblioteca. Virou uma workaholic de primeira, no começo eu até me assustei, mas eu jamais reclamaria do fato de estarmos todo o dia trancados no mesmo ambiente.

Estou em uma manhã muito tumultuada, dividido entre reuniões e reuniões e fazendo de tudo para acalmar os meus investidores, mas confesso que estou tendo que me desdobrar, nesse momento eu acabo de sair de uma reunião de quase uma hora com um dos homens mais ranzinzas que eu já vi na vida e minha secretária, Gabriela, está tão louca quanto eu, tentando organizar tudo o que foi dito na web conferência.

— Gabriela, eu preciso que me envie toda essa documentação até amanhã no máximo, se não repassarmos isso para o Gilberto, ele provavelmente vai bater na porta da minha casa, e eu não desejo isso!

— Sem problemas Dom, pode ficar tranquilo que eu farei tudo o que puder para te ajudar!

— Ótimo, eu vou almoçar, qualquer coisa me chame, por favor, esse assunto é muito importante para a Conti.

— Sim, pode deixar, qualquer coisa eu te ligo. Bom almoço.

Quando me levanto da minha cadeira, encontro os olhos de Isabel cravados em mim e se estivéssemos em um filme de fantasia e ficção eu sou capaz de jurar, que estaria saindo fumaça de seu nariz. Ela emanava raiva na minha direção e eu de verdade não estava fazia ideia do motivo.

— Prestativa essa sua secretária, não?! — Indagou com um sorriso mais falso que nota de 3 reais.

— A Gabi? — Digo, provocador — Sim, ela é ótima!

— Ah, eu imagino como ela deve ser ótima mesmo! —  Disse se levantando e vindo em minha direção — Se ela estivesse aqui eu teria que trazer um balde para recolher a baba dela pra cima de você!

— Como é que é?

— Desde quando você permite que a sua secretária te chame de Dom? Você é o chefe dela, ela te deve respeito... O seu nome é DOMINIC e o nome dela é Gabriela, não Gabi!

Ela pronunciou o meu nome com o rosto muito próximo ao meu, e eu tentava a todo custo controlar o riso, ela estava morrendo de ciúme da minha secretária.

— Bom, é que eu e a Gabi, nós temos uma relação sabe?

— Relação? Que tipo de relação? — Os olhos dela quase pularam pra fora, ela estava indignada

— Sabe como é né? Passamos muitas horas juntos no escritório, temos uma relação próxima, eu diria até que íntima...

— Íntima... Sei.

Nos encaramos em uma batalha de olhares faiscantes. Resolvi me dirigir a cozinha para preparar algo para almoçar, por que meu dia estava longe de terminar, mas quando tentei passar por ela, ela se posicionou em minha frente e não me deu passagem.

— Eu não gostei nenhum pouco disso Dominic! — Disse séria — Você apronta aquela cena no supermercado, praticamente faz um strip-tease pra mim na cozinha aquela noite, diz tudo o que me disse e simplesmente age como se nada tivesse acontecendo e ainda por cima deixa essa sua secretária te tratar com tanta intimidade, na minha cara...

— O que você quer que eu faça?

— Eu quero que você se imponha, não quero ela te chamando de Dom! Muito menos quero te ouvir chamando ela de Gabi...

— E eu posso saber o motivo de tanta raiva da Gabriela?

— E eu posso saber por que as pessoas não podiam me ver, como foi que você disse: “empinando minha bunda gostosa” no mercado?

— Por que você é minha! — Digo já enlaçando sua cintura, odeio pensar em outros homens de olho nela, fico doido.

— Então você também é meu! — Levou os braços ao redor do meu pescoço, e raspou as unhas na base do meu cabelo me fazendo gemer roucamente — Direitos iguais, querido!

Um sorriso safado surgiu nos lábios dela quando me ouviu gemer, estávamos muito próximos e com certeza, ela podia sentir a ereção que eu fazia questão de esfregar nela.

— Ok, você venceu, eu vou falar com ela, prometo!

— Acho bom, por que se eu tiver que falar com ela, não serei nada educada! Estamos entendidos?

— Completamente... — Respondi com nossas testas coladas e olhos nos olhos, uma das minhas mãos percorreu seu corpo até chegar nos cabelos dela e quando os prendi firmemente nos meus dedos, completei — Só você pode me chamar de Dom...

— Isso! — Respondeu gemendo, elevando o meu tesão ainda mais — Só eu posso te chamar de Dom... O MEU DOM!

Depois de ouvir essa frase eu realizei um dos meus maiores desejos. Eu a beijei, com toda a minha alma, não tinha mais para onde correr, entreguei a ela meus sentimentos, busquei o seu sabor com toda a ansiedade que me cabia a tantos anos. Nós éramos uma confusão de mãos e desejo, ambos agarrando tudo o que podiam, nossas línguas duelando deliciosamente, estávamos perdidos em meio a gemidos e tesão.

Ela puxava meus cabelos com uma mão, enquanto a outra percorria as minhas costas, em direção a minha bunda, e pelo visto ela sente tesão por ela, por que a apertou com vontade e depois retornou para as minhas costas, dessa vez com por debaixo da minha camiseta, pele com pele, uma delícia...

Já estávamos quase sem ar quando interrompi o nosso beijo mordendo o seu lábio inferior e segui chupando e mordendo seu pescoço, inspirando o cheiro que eu tanto amo. Eu estava no paraíso, eu só espero que não seja mais um dos meus sonhos, ou então que ela não surte! Eu não queria larga-la, eu não queria abrir os olhos, eu só queria continuar nos braços dela, sentindo o cheiro bom que ela tem e com o gosto dela na minha boca.

InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora