19 - DOMINIC

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Eu estou me controlando ao máximo. Eu não quero me precipitar e estragar tudo. Todas as mulheres que eu tive até hoje, eu não queria ter nada sério, eu só queria curtir! Com ela é diferente, e é por isso que eu almocei como um padre. Mentira, não consegui tirar minha mão dela, fiz carinho em seu rosto, descansei minha mão em sua coxa, a necessidade de tocá-la é irresistível.

Depois de colocar toda a louça na lavadora, voltamos a biblioteca por que os conselheiros marcaram uma reunião de emergência e ambos teríamos que participar, sentados a mesa com o computador a nossa frente, cadeiras lado a lado, comecei a conectar tudo e a coloca-la a par da situação e da pauta que os conselheiros queriam tratar.

— Dominic, vamos ao que interessa, por favor, quando você resolverá a sua situação? Estamos lidando com clientes que torcem o nariz quando descobrem que você é um solteiro convicto, você precisa se casar e rápido! Eu aposto que você tem muitas jovens de boa família prontas para aceitar o seu pedido de casamento...

E a bomba foi jogada, esse era o meu medo. Quando a reunião começou e eu estava nervoso, eu omiti esse ponto da pauta, e agora eu vejo a Isabel endurecer na cadeira ao lado e cessar o carinho que fazia na minha perna de forma abrupta. Ela já me provou o quanto pode ser ciumenta, sabe Deus como ela vai reagir a essa imposição dos meus conselheiros que querem que eu me case a todo custo.

— Eu já disse mil vezes que eu vou me casar com a mulher que eu amo. Eu não vou me meter em um casamento de aparência por que esses clientes não aceitam o fato de eu ser solteiro. A Conti é uma das maiores empresas do mundo, fundada pelo meu pai e administrada por mim a anos. Eu jamais deixei de cumprir com os meus compromissos profissionais, muito menos sujei o nome das empresas, portanto, esse assunto não está em questão aqui...

— Está sim, inclusive, o Gilberto que está prestes a se tornar o nosso maior cliente ficaria muito feliz de saber que você está cortejando a sua amada filha... — Eu juro que quis matar esse filho da puta, ao ouvir essa sugestão, mas antes que eu dissesse algo, Isabel o cortou de forma decisiva

— Pelo amor de Deus, em que século vocês vivem? — Ambos encaramos a tela do computador, vendo os meus conselheiros pararem para ouvi-la, já que ela quase nunca opina nessas reuniões, ela sempre me apoia e segue as minhas decisões — Se os clientes da Conti estão tão preocupados assim com o estado civil do Dominic, então é sinal que o trabalho dos funcionários da empresa não é bom o suficiente. O Otávio não conseguiu esses clientes por que era casado, já que ficou 8 anos sozinho antes de se casar comigo. Por que que com o Dominic isso muda? Que eu saiba ele trabalha muito e trouxe muito avanço e dinheiro para a empresa...

— Sim, a questão é que...

— A questão é que vocês não estão o defendendo. Vocês trabalharam com o Otávio, viram o Dominic ser criado para dirigir a Conti e agora trabalham com ele, você tem a obrigação de serem os primeiros a dizerem a esses clientes que uma aliança no dedo do Dominic não mudará a forma que ele comandara a empresa. 

— Eu vou me casar! — Vejo Isabel me encarar como a mulher do exorcista, com ódio e totalmente indignada, pronta para se levantar e me matar — Eu não sou um homem que quer terminar a vida sozinho, entendam que se eu não me casei até hoje, foi por que a mulher que eu amo não estava pronta para mim! O que eu não vou aceitar é uma imposição de um cliente, ou até mesmo de vocês. Eu me casarei com a mulher que eu amo e acabou, essa reunião está encerrada.

Desliguei meu notebook abruptamente e me levantei, esperando a briga que teria, mas curiosamente não ouço nenhum grito, e estranho. Quando eu me virei para vê-la, Isabel me encarava séria, até que se levantou e veio caminhando até mim com os braços cruzados.

— Quer dizer então que você quer se casar...

— Sim, eu vou...

— E a mulher que você ama não estava pronta?

— Não, mas por ela eu espero a vida toda!

— Você tem muita coisa para me dizer nesse jantar de hoje garotão!

— Eu prometo que vai valer a pena.

— Você está me prometendo coisas demais, e eu sou boa em cobrar, não se esqueça disso.

— Não esquecerei — Sentindo o clima mais leve, já me adianto e abraçando-a pela cintura, continuo — Preciso me desculpar, não quis te aborrecer com essa parte da pauta da reunião, eles estão insistindo nisso a tempos e eu não aguento mais essa pressão desnecessária desse bando de velho chato.

— Você devia ter me preparado, eu quase mostrei a eles que você já tem dona e não se casará com nenhuma patricinha cabeça de vento! — Respondeu colocando os braços ao redor do meu pescoço e me cheirando.

— Você infartaria metade dos conselheiros, mas eu ia adorar ver você marcando território...

— Eu preciso me controlar, eu nunca fui ciumenta e possessiva desse jeito, eu preciso fazer terapia...

— Se esse for o caso, então faremos juntos, por que eu me sinto exatamente assim por você!

Já digo beijando-a, ela é irresistível, a boca dela tem o melhor sabor do mundo, a vontade que eu tenho é de desligar o mundo lá fora e viver assim com ela, trancados em casa, só aproveitando todo o amor que eu sinto por ela, e que eu espero que seja recíproco.

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