2 ANOS DEPOIS - 2020
Sim, Dominic voltou e prometeu que jamais iria me abandonar e até agora estava cumprido com a sua palavra. Naquele maldito dia nos despedimos de Otávio, e nas semanas que transcorreram, nós acertamos as nossas vidas à nova realidade que teríamos.
Dominic voltou a viver em minha casa, assumiu a presidência da Conti e tem dado tudo de si para continuar o legado do pai como Otávio sempre sonhou. Eu vivi o meu luto, tive todo o apoio e a ajuda de Mônica para enfrentar toda aquela confusão com a imprensa e me concentrei somente em viver a minha dor.
Eu pedi uma licença especial para a emissora e como tinha muitos programas e entrevistas já gravados, fui liberada para ficar em casa. E nesses dias em casa, quando limpei meu closet para retirar as coisas de Otávio e colocar minha vida nos trilhos informei a Mônica que a minha vida profissional mudaria.
Eu não ia mais me matar de trabalhar, eu não precisava disso a tempos, eu fazia por que eu gostava, mas eu cheguei a conclusão que estava perdendo um tempo, que agora eu sei que é valioso, com coisas para entreter as pessoas e a minha vida estava passando diante dos meus olhos sem que eu sequer visse.
“Mas quando você escolheu a sua carreira você não pensava assim” — Eu sei disso, mas as coisas mudam. Nesses dois anos que se passaram eu diminui a minha carga de trabalho e hoje eu só apresento o meu programa. Não acumulo compromissos, muito menos tento estar em todos os lugares ao mesmo tempo. No início foi muito difícil, é claro, todas as pessoas só queriam falar da morte do Otávio, eu sei que é normal, mas me fazia mal, me levava diretamente para o dia do enterro, e eu queria manter a memória do meu marido viva, mas não precisava ficar falando disso o tempo todo.
Além do patrimônio que eu ergui ao longo da minha vida eu também recebi ações da empresa e a minha parte da herança, eu não precisava dessa loucura toda. Eu já tinha uma vida boa e segurança financeiramente suficiente para acalmar a minha vida profissional e simplesmente viver.
A verdade, é que quando se perde alguém muito próximo, você começa a imaginar tudo o que faria diferente. E eu só consigo pensar que se eu e o Otávio não trabalhássemos tanto, teríamos viajado mais, vivido mais. Não, eu não estou reclamando do meu casamento, mas a dois anos, a minha vida é baseada na seguinte questão: “E SE...”. Vocês não podem imaginar a quantidade de frases que eu já formei.
E eu já me decidi, eu vou viver intensamente, afinal de contas, nunca se sabe quando vamos partir dessa para uma melhor não é mesmo. Quem sabe o que o futuro nos reserva...
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Inevitável
RomansaEla não foi uma madrasta malvada e ele não foi um enteado presente. A tensão sexual de ambos venceu o tempo e a distância! E agora não há nenhum impedimento, muito pelo contrário, o destino parece dar um empurrãozinho quando eles se vêem trancados n...