C A P Í T U L O 3

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Não demorou para a noite cair e um novo dia nascer, mas demorou para Esmeralda parar de pensar em tudo o que Lorde Henry dissera.
Ela não deixou de notar quando ele, sem querer, a chamou pelo pronome pessoal você. Ele não havia a chamado de senhorita, nem de Lady Esmeralda. E só esse pequeno nível de intimidade a fez estremecer um pouco.
Estremecer literalmente, pois ela não parava de se martirizar por ter gostado daquilo.
– Ele pode ser um porco, Cookie, nós não sabemos. Talvez tenha várias amantes – Esmeralda pensou nas possibilidades enquanto brincava com o animal – ele tem que ter algum defeito. É um homem, afinal.
Como resposta, a cadela lambeu sua mão repetidamente.
– Eu já sei! – ela se animou. – Vou apresentá-lo a você, querida, e então veremos o que você achará dele. Tenho certeza que vai odiá-lo, e se assim for, prometo que negarei o casamento no mesmo instante. Nós duas sabemos que você tem um faro incrível para encontrar pessoas repugnantes. – Dizia isso pelo fato da cadela odiar o duque e não suportar ficar sem latir quando perto dele.
Embora soubesse que Henry estava longe de ser repugnante, a lady nutriu esperanças de que ele fosse. Assim seria mais fácil rejeitá-lo e deixá-lo para trás.
– É claro que eu não vou aceitá-lo como esposo, Cookie. Ele com certeza exigiria um herdeiro, e eu não quero trazer uma criança para...
Esmeralda se assustou quando ouviu a voz da mesma criada que lhe ajudou no dia passado.
– A senhorita precisa de amigos.
Ela não pôde conter a gargalhada.
– Tem razão.
A criada teve noção do que dissera apenas naquele instante, então se recompôs e encarou a lady com um pequeno sorriso forçado.
– Peço desculpas pela intromissão. Eu fui informada de que estaria fora com o Lorde Henry.
A lady confirmou com um aceno.
– Eu deveria, mas nós decidimos nos encontrar durante a tarde.
– Compreendo. A senhorita deseja que eu saia?
– Não, por favor! Faça exatamente o que veio fazer.
A criada retirou seus pequenos utensílios de limpeza dos bolsos do avental e iniciou a sua tarefa.
– Você disse que preciso de amigos, certo? – Esmeralda questionou.
Ela viu a criada corar e se apressar em justificar.
– Sinto muito pela ousadia, eu nem deveria conversar com a senhorita. Diga-me como posso me retratar?
Esmeralda se aproximou, segurou a mão da criada e sorriu para ela, tentando confortá-la.
– Não se preocupe, perguntei porque gostaria de saber se você teria alguns para me apresentar.
A criada sorriu, parecendo imensamente aliviada.
– Na verdade não. Os únicos amigos que tenho trabalham aqui, como eu, e a senhorita não poderia ter pessoas tão abaixo de você como amigos.
– Como você se chama? – ela questionou.
– Me chamo Cecília, senhorita.
– Pois bem, Cecília! Gostaria de que soubesse que seria ótimo me tornar íntima de vocês. Trabalham há tanto em minha casa e eu nunca tive oportunidade de conhecê-los melhor.
Esmeralda jamais esqueceria das reprimendas que levara do pai todas as vezes em que falara com os criados sem que fosse para os ordenar serviço.
Agora que era uma mulher crescida e com o pai cada vez mais distante, ela finalmente se sentia livre para socializar com eles.
– Mas o duque...
– Prometo que não terão problemas com ele.
Esmeralda se afastou e deixou que Cecília pensasse a respeito. Ela não iria ordenar que ela fizesse qualquer coisa.
– Se é de sua vontade conhecê-los, então eu não posso impedi-la.
– Obrigada – ela sorriu.
A lady não era acostumada a dar abraços, mas se fosse, com certeza a teria abraçado.

~

Esmeralda tinha acabado de trocar de roupa quando a criada finalizou o serviço.
– Estou pronta para o almoço – ela informou – posso acompanhá-la até a mesa?
Cecília assentiu e as duas deixaram o quarto.
Esmeralda não admitiria em voz alta, mas estava em êxtase por ter alguém para conversar depois de tanto tempo sozinha.
Depois da morte precoce da mãe, Esmeralda se viu abandonada na mansão do pai. Ele sempre viajara a negócios mesmo com a duquesa viva, e a lady, mesmo quando criança, sabia que o motivo era ela.
– Queira se sentar, senhorita. A refeição será servida em um instante.
Esmeralda segurou a mão da criada antes que ela fosse embora.
– Espere – ela pediu – sente-se comigo. Você e os outros, por favor.
– Senhorita, nós não podemos...
– Por que não?
A criada parecia desesperada a procura de um motivo que a lady pudesse compreender.
– A senhorita não pode ser vista dividindo a mesa com criados.
Esmeralda então, levantou-se em sobressalto e sorriu para ela.
– Pois bem! Irei comer na cozinha com todos vocês.
Cecília estava prestes a se opor, mas Esmeralda não lhe deu chance e seguiu rapidamente até a cozinha sem aviso algum.
Quando adentrou ao cômodo, tudo o que conseguia ouvir eram risadas. Como ela sentira falta de risadas. O som era tão contagiante que ela mesma estava sorrindo agora.
O ambiente ficou em completo silêncio quando a viram ali.
– Lady Esmeralda, queira nos perdoar! – O valete de seu pai assumira liderança. – Não deveríamos estar papeando em pleno serviço, nós sabemos, e sentimos muito. Garanto a senhorita que isso não irá mais se repetir.
O rosto dos outros criados exibiam pleno horror. Medo.
– Mas por quê? Parecia estar tão divertido.
O valete parecia confuso agora.
– O que disse?
Esmeralda sentou na pequena mesa em que eles estavam aglomerados.
– Gostaria de me juntar aos senhores, se não forem se opor, é claro.
– Deve ser a primeira a nos chamar de senhores – disse uma criada, atônita. Ela deveria ter a mesma idade da Lady, mas era muito menor que ela.
Todos fitaram Cecília, que acenou rapidamente com a cabeça.
Ninguém disse uma palavra, então Esmeralda encarou como um sim. Ela já havia pegado o seu prato e estava enchendo-o de comida.
Nenhum olhar deixava o seu rosto.
– Me desculpem pela falta de modos – ela disse, mas continuou com o que estava fazendo – estou faminta.
Esmeralda jamais pôde apreciar uma refeição como realmente desejava à vista das pessoas que conhecia. Fora ensinada desde sempre sobre os modos de uma dama, sobre comer apenas o necessário para não espantar possíveis pretendentes, e estava farta de tudo aquilo. Portanto, decidiu ser ela mesma entre eles, pois duvidava muito que a iriam julgar.
– Cecília disse que preciso de amigos – ela contou – então pensei que pudesse conversar com vocês mais frequentemente. Cookie já está farta dos meus desabafos.
A criadagem não poderia estar mais surpresa.
– Isso não é recomendável, Lady Esmeralda. Todos iriam comentar – o valete a respondeu.
Esmeralda não iria aceitar um não como resposta, e estava disposta a argumentar com eles.
– Os outros não precisam saber. Se a Lady quer nos contar suas aflições, o que tem de tão ruim nisso?
A criada baixinha parecia estar do lado de Esmeralda, e ela estava grata por isso.
– O que está sugerindo, Luísa? – A camareira mais velha de Esmeralda falou. – Nos perdoe, senhorita, mas não podemos permitir que seja difamada por nossa causa.
Luísa era o nome dela, então. Esmeralda trataria de agradecê-la depois.
– Eu não me importo em manter segredo, como a querida Luísa sugeriu.
Ninguém ousou respondê-la. Luísa apenas sorriu e sentou-se ao lado dela.
Esmeralda enxergava um impasse ali. Dois deles (Cecília e Luísa) estavam de acordo, mas os outros dois não.
– Você sempre cuidou tão bem do meu pai – ela se referiu ao valete – gostaria que mantivesse os cuidados focados em mim de agora em diante. Eu preciso disso, e estou implorando, deixem-me ficar.
O valete não pôde argumentar contra isso.
– A senhorita deu um golpe baixo – ele sorriu. – A propósito, já que deseja tanto estreitar os laços, eu me chamo José, e é um prazer tê-la conosco.
Esmeralda sorriu agradecida, e direcionou o olhar para a única pessoa que faltava.
– Santo Deus! – A criada reclamou, cedendo. – Sou Marisa, e é claro que pra mim também é um prazer desfrutar de sua presença, Srta. Reynolds.
Agora que todos estavam de acordo, eles voltaram a se sentar e a se servir.
– Vocês todos podem me chamar de Esmeralda – ela dissera, e quando estavam prestes a negar, acrescentou rapidamente: – por favor, é o que amigos de verdade fariam.
– Eu tenho certeza que a senho... – Marisa se interrompeu quando Esmeralda a encarou, e disse com pesar: – que você encontraria amigos melhores se resolvesse caminhar um pouco pela vizinhança. Ouvi falar que a filha do conde faz belíssimos chás da tarde todos os dias, e ela com certeza a convidaria se a senhorita a visitasse. Ela tem praticamente a sua idade.
– Luísa também tem, aparentemente, e estou feliz aqui com vocês – ela respondeu.
Não fazia a menor questão de manter contato com pessoas do seu nível social. Ela sabia que todos eram tão preconceituosos e arrogantes quanto o seu pai.
O valete sentiu o clima pesar e decidiu mudar de assunto.
– A cadela está exausta de ouvir seus problemas, é mesmo? – Questionou enquanto se servia de pão.
– Sim, pobre Cookie! – Esmeralda lamentou. – Por falar nos meus problemas, vou ter a ousadia de questionar vocês sobre Lorde Henry. O que acharam dele?
Luísa foi a primeira responder:
– Ele é um rapaz muito bonito, isso é inegável. Mas eu tenho minhas dúvidas sobre ele.
– Mesmo? Por quê? – Esmeralda estava sedenta por conselhos do que fazer.
– Eu não sei muito bem, mas acho que ele apenas tem um enorme interesse em seu ducado. Não sei se o casamento de vocês teria amor.
Esmeralda se sentiu um pouco aliviada ao ouvir aquilo. Ela esperava acusações de que Henry fosse um homem terrível.
– Ah, querida, disso eu já sabia. Nós concordamos na possibilidade de eu lhe dar o ducado e ir viver independentemente.
– O quê? – Marisa não parecia contente com a ideia. – Seria mal vista se fizesse isso. Precisa continuar aqui, é o que esperam da senhorita, principalmente o seu pai.
– O meu pai quer apenas uma coisa: seu ducado em boas mãos, e é isso o que eu estou analisando. Vocês acham que Henry é a pessoa ideal para isso?
– Sim – o valete fora o único a responder. – Convivi com Lorde Henry em uma boa parte de sua infância quando prestei serviços à sua família, e posso afirmar que fora sempre um bom menino e se tornou um bom homem. Ele é um cavalheiro, Lady Esmeralda, e acima disso é bom no que faz. O seu finado pai o ensinara bem a arte da aristocracia.
Pela forma como José afirmara com tanta propriedade sobre as capacidades de Henry, Esmeralda considerou lhe entregar o ducado sem precisar encontrá-lo mais vezes.
– Tem certeza que é isso o que quer fazer? – Cecília a questionou.
Esmeralda não tinha certeza de coisa alguma, se quisesse ser sincera.
– Tudo o que sei é que quero me afastar o máximo possível de pessoas como o meu pai. E quando estiver com o ducado em mãos, Henry vai se tornar essa pessoa.
Marisa não pôde deixar de informá-la:
– Minha querida, ele vai querer herdeiros.
Mais uma coisa de que Esmeralda já estava ciente.
– Se ele desejar tanto, vai arranjar um, mas não comigo.
– Você vai estar de acordo com a infidelidade dele? – Marisa não podia estar mais chocada. –
Não se importará se ele arranjar filhos bastardos?
Esmeralda não sabia como dizer a eles que pouco se importava com o que Henry faria quando ela estivesse longe.
– Marisa, eu não tenho intenção de ter um casamento com ele além de no papel. Nós não teremos uma vida de casados, e eu não posso crucificá-lo se arranjar amantes, assim como ele não poderá me crucificar se eu arranjar os meus.
Ela não estava falando sério sobre ter amantes, mas se sentia melhor por não estar parecendo agora a única em desvantagem na relação.
– Eu não concordo com isso – Luísa disse – se vai casar com ele, merece ao menos ver do que ele é capaz.
As duas riram, mas José, Marisa e Cecília pareciam ter ouvido a fala mais ultrajante possível.
– Querida Esmeralda... – o valete começou. – O duque não fora um bom pai para a senhorita, e sua mãe partiu cedo demais. Não acha que depois de tanto merece alguém para amá-la?
– Eu não vejo como isso seria possível.
– Se acha que Lorde Henry não a fará feliz, então não se case com ele.
Esmeralda tratou de contrariá-lo imediatamente.
– Não é isso o que eu procuro. Quero alguém para me livrar das ordens do meu pai, apenas isso.
Marisa decidiu intervir:
– Então encontre alguém que fará as duas coisas.
Esmeralda queria gargalhar, porque aquilo não podia passar de uma piada. Ela não foi ensinada a amar e nem a ser amada, e não achava que fosse possível encontrar alguém que conseguisse sentir amor por ela.
A duquesa cuidou e protegeu Esmeralda, mas ela não podia dizer que foi amada por ela. De qualquer modo, ela faleceu cedo demais, quando Esmeralda tinha apenas cinco anos. Ela não tinha tantas recordações da mãe, e não lembrava de tê-la ouvido nem uma única vez dizer que sentia amor por ela.
– Temo que essa conversa tenha chegado ao fim – ela disse, levantando rapidamente – encontro vocês aqui durante o jantar?
Marisa assentiu.
– Quer participar do nosso lanche da tarde? – Cecília questionou.
Esmeralda se sentiu animada por estar sendo convidada para algo.
– Eu gostaria muito, mas Lorde Henry irá me buscar de carruagem para irmos tomar um café.
– Não se preocupe – Luísa a confortou – poderá participar do próximo.
Ela agradeceu e se retirou do local, indo imediatamente para o seu quarto.

~

– Se apresse, Cookie, nós iremos passear! – ela fez carinho no animal.
A cadela estava dando pulos de alegria desde que viu a coleira balançando na mão de sua dona.
– Henry ficará maluco quando vir que temos uma convidada.
Esmeralda se abaixou e ajustou a coleira no tamanho exato para que não corresse risco de sair e para que não apertasse demais.
As duas saíram do quarto quando Cookie estava mais calma, mas o seu rabo ainda continuava a balançar incontrolavelmente.
– Não posso acreditar que vai levar o animal! – Cecília se divertiu ao ver as duas. – Está tentando afastar o Lorde?
Esmeralda deu de ombros.
– Se um pobre animal assustá-lo, significa que um ducado fará muito pior.
Cecília ajudou Esmeralda a levar a cadela muito entusiasmada até à carruagem que estava em frente a casa.
– Tenha cuidado – ela avisou.
Esmeralda agradeceu e se despediu silenciosamente, indo de encontro a Lorde Henry.
– Vejo que teremos companhia – ele sorriu.
O Lorde se abaixou e acariciou Cookie até ela se manter mais calma.
Esmeralda franziu o cenho, surpresa e incomodada ao mesmo tempo. Ela esperava que ele fosse odiar a ideia de levar a cadela com eles.
– Não sabia que era tão familiarizado com animais assim – ela disse quando já estavam dentro da carruagem.
– Eu tive alguns cães durante a infância. A propósito, qual o nome dessa bela cadela?
Cookie deitou a cabeça no colo de Henry, como se entendesse o elogio. Ela parecia ter, de fato, aprovado-o como esposo de Esmeralda.
– Cookie.
Lorde Henry sorriu.
– Por que deu esse nome a ela?
– Estava comendo um quando a encontrei na rua.
Esmeralda tentou se manter indiferente, mas quando olhou despretensiosamente para Henry, o pegou observando-a fielmente e sentiu o coração errar uma batida.
– O quê? – ela perguntou.
Ele respondeu em um tom doce:
– Não sabia que filhas de duques abrigavam animais indefesos em casa.
Esmeralda sorriu ao ouvir aquilo.
– O duque odiou encontrá-la quando voltou de viagem, mas ele não conseguiu fazer com que eu a mandasse de volta pra rua. Foram dias e mais dias de discussão, mas no final Cookie permaneceu conosco. Comigo, quero dizer. Ele nunca se importou com ela, de toda forma. Me prometeu qualquer coisa para se livrar ele mesmo do animal.
Henry fez carinho em Cookie e disse, sorridente:
– Fico feliz por ter se mantido firme. Qualquer um em seu lugar teria fraquejado, ninguém ousaria contrariar um duque, nem mesmo o próprio filho.
– Eu não vejo porquê. Duques são pessoas como qualquer outras.
– A diferença é que são extremamente poderosos.
Esmeralda não se importava em demonstrar que isso não fazia diferença para ela.
– Não ligo. Mas eu compreendo que, como filha dele, fui privilegiada. Se fosse qualquer funcionário a desafiá-lo, ele mandaria embora sem hesitar.
Henry concordou.
– Tem razão. Mas isso ainda faz da senhorita uma pessoa corajosa.
Não, ela o respondeu mentalmente. Esmeralda se consideraria uma pessoa corajosa se tivesse força e coragem suficientes para abandonar o ducado sem olhar para trás. Mas ela precisava admitir que uma parte dela gostaria um pouco de fazer parte daquilo.
– Para onde estamos indo? – ela questionou, destinada a mudar o foco da conversa.
– Para a cafeteria um pouco após a loja de penhores. Já a visitou?
Café Majestic? – Ela questionou e só prosseguiu quando ele confirmou. – Não, o meu pai jamais me autoriza a pisar lá.
Para a surpresa dela, ele não mandou que parassem a carruagem a fim de mudar o rumo do passeio. Apenas questionou:
– Eu poderia saber por quê?
– Porque ele tem um pequeno atrito com o proprietário. Eles tentaram negociar certa vez, mas pelo que ouvi escondido dos empregados, o Sr. Bragança não aceitou todos os seus termos, e alegou que o meu pai estava tentando tirar vantagem.
Henry gargalhou, e Esmeralda ficou surpresa por gostar tanto do som.
– O português é mesmo impossível. Sempre ouvi rumores e é bom que tenha confirmado.
Esmeralda precisou sorrir.
– Dizem que ele é muito apegado ao dinheiro, além de tudo. É realmente difícil fechar um negócio com ele, mas eu tentaria comprá-lo com conversas sobre grãos de café. Ele estaria com os olhos arregalados pelas minhas ofertas quando menos esperasse, e faria o que eu pedisse em apenas um minuto de negociação – ela disse, séria.
Quando gargalhou, olhou de relance para Henry e viu que ele não a acompanhava.
– O quê? Eu exagerei demais?
Ele negou com a cabeça.
– A senhorita tem jeito para negociações. Quanto mais diz que não pertence ao mundo aristocrático, mais ainda duvido disso.
Esmeralda limpou a garganta e manteve o olhar no caminho, decidida a ignorá-lo.
Ele, ao contrário dela, resolveu manter a conversa a todo vapor.
– Pode tentar me convencer de que não é capaz de fazer negócios porque esse não é o seu mundo, mas duvido que consiga convencer a si mesma. Está no seu sangue, por mais que se negue a admitir.
E ela negaria, sabia que continuaria negando até não ter outra opção.
Aquilo foi o bastante para fazer com que a Lady se calasse e passasse todo o restante do percurso até a cafeteria em completo silêncio.

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