– É aqui? – o irmão mais novo de Henry questionou, erguendo uma das sobrancelhas.
– Sim, pateta. Perguntei para os criados exatamente onde ficava.
Dando de ombros, ele bateu na porta.
– Eu sinceramente não vejo motivos para esta visita. Ela veio até aqui justamente para fugir de você, seu tonto.
Henry revirou os olhos.
– Srta. Helena a trouxe, na verdade. Ela não desejava vir.
– Como se isso mudasse as coisas – devolveu. – Você está mesmo caidinho por esta mulher, não está?
Henry estava prestes a lhe ensinar uma pequena lição quando a porta foi aberta e um homem de meia idade os atendeu; deveria ser o mordomo.
– Boa tarde, Sr...?
Ele o interrompeu.
– Chame-me de Kyle. Sou mordomo dos Jones.
O seu irmão tomou frente.
– Certo... obrigado por nos receber. Estamos aqui porque o idiota do meu irmão é tão burro que se deixou encantar por uma mulher, e agora não aguenta ficar longe dela nem por um dia – disse e sorriu. – Lady Esmeralda não estaria aqui, estaria?
Henry o olhou com tanta raiva que soube: os dois lutariam o mais breve possível para que pudesse se vingar daquilo.
– Na verdade, sim – informou. – Não neste exato momento, no entanto. Ela está com sua tia e prima, as donas desta casa, conhecendo a cidade.
– Junto de Srta. Helena também? – Henry questionou.
Por favor, não! Implorou aos céus. Que esta mulher esteja segura em Londres.
– Sua governanta? Sim – disse depois do aceno do rapaz. – Gostariam de entrar e esperar por elas? Presumo que não se demorarão mais que uma hora. A Sra. Jones disse que estariam de volta para o jantar.
Com um sorriso, ele assentiu.
– Se não for um incômodo.
– Nós estamos incomodando, é claro, mas já que ele convidou, vamos entrar logo – respondeu o irmão, já entrando na casa.
– Peço desculpas por ter trazido este homem inconveniente – resmungou Henry. – Mas ele insistiu muito. É apenas o mala do meu irmão, Lorde Eduardo III.
– Eu precisava conhecer esta dama o mais rápido possível, Kyle.
O mordomo os cumprimentou rapidamente, pediu que aguardassem na sala acompanhados de um bom conhaque e só se retirou quando eles lhe disseram que estava tudo de muito bom grado.
– Deveria ter imaginado que sua presença aqui apenas me atrapalharia.
– Você imaginou, querido irmão. Acontece que estava apressado demais em vir até aqui para perder tempo negando minha companhia – ele zombou com um sorriso no rosto.
Henry lhe deu um murro no ombro.
– Ora, deixe de besteiras!
– Então diga-me, Henry, por que diabos você veio atrás de lady Esmeralda? Se estivesse interessado só no ducado, não se importaria nem um pouco em ficar longe dela.
Henry se pôs a pensar. Não iria admitir nada ao irmão, mas também não deixaria de ser sincero com ele.
– Estou preocupado com Esmeralda. Já fazem dois dias, e ficar sem notícias dela estava me deixando aflito – confessou. – Contente agora? – ironizou.
– Muito – respondeu Eduardo.~
Quarenta e cinco minutos e três doses de conhaque depois, uma carruagem parou em frente a casa dos Jones.
Ao ouvir o som das rodas, o coração de Henry deu um pulo automaticamente, e tudo em que ele conseguia pensar era que Esmeralda estava ali, a poucos metros dele.
O mordomo também ouvira os sinais da chegada das damas, e logo se direcionou até a entrada.
– Pensei que não iriam chegar nunca – Eduardo sussurrou.
Henry lhe enviou um olhar irritado.
– Boa noite, Sra. Jones. Senhoritas – Kyle cumprimentou, dando espaço para elas entrarem. – Como foi o passeio para a senhorita, milady?
Quando Esmeralda pôs os pés dentro de casa e começou a falar, o coração de Henry desatou em batidas descompassadas. O pobre rapaz nem sabia mais como se respirava.
– Oh, Kyle, foi incrível! – ela disse, extasiada. – Nós almoçamos em uma espécie de... – toda a emoção se esvaiu do rosto da dama, junto de suas palavras, quando ela deu de cara com o noivo.
Henry e Esmeralda estavam trocando os olhares mais intensos de suas vidas naquele momento.
O que o lorde notou no primeiro instante, para o seu alívio, foi a disposição de Esmeralda, então ela só podia estar muito saudável e contente com seus parentes. Em seguida, notou o quanto ela estava radiante usando um vestido verde, simples e recatado. O cabelo da dama estava solto em cascatas sobre os ombros, dando ênfase a beleza da jovem. E o sorriso que ela deu ao contar sobre seu dia fora o mais lindo que Henry já havia visto.
– Henry? – Esmeralda questionou, confusa. – Mas o que...
– Não é possível, lorde Henry! O senhor não entendeu quando eu lhe disse que lady Esmeralda deveria se afastar por uma semana? – Srta. Helena o repreendeu.
Ele concordou imediatamente.
– Mas a senhorita não disse nada sobre mim.
Helena deu um suspiro pesado e resmungou:
– Homens! Eu desisto. – E com isso, os abandonou ali.
Quando ela foi embora, uma gargalhada alta ressoou no local. Foi quando Henry saiu do transe e prestou atenção nas outras mulheres ali presentes.
– Esmeralda, este é o seu Henry? – questionou a jovem loira.
A dama piscou diversas vezes antes de assentir. Henry não entendeu o sentimento de contentamento que surgiu fortemente em seu peito ao vê-la confirmando que ele era dela.
– Perdoem-me pela falta de educação! – ele pediu, se aproximando. – É um prazer conhecê-la, Sra. Jones – ele cumprimentou a tia de Esmeralda. – E digo o mesmo sobre a senhorita...
– Emily – ela o interrompeu. – E é ótimo recebê-lo, mas não é necessário toda essa formalidade.
A senhora da casa concordou.
– Estou muito contente por finalmente conhecer o noivo da minha sobrinha – ela sorriu para ele. – E quem é este belo rapaz? – questionou, apontando para Eduardo.
O homem deu alguns passos a frente e fez uma mesura para as damas.
– Sou lorde Eduardo III. Fiz questão de acompanhar Henry até aqui, pois precisava ver com os meus próprios olhos a mulher que o enfeitiçou.
Esmeralda o encarou feio.
– Eu não enfeiticei ninguém!
Emily sorriu.
– É apenas modo de falar, prima – disse, entrelaçando o braço ao dela. – Seja muito bem-vindo, Eduardo. Os dois são! Agora, peço licença para me retirar. Irei me recompor e volto para o jantar.
Henry beijou a mão da dama e disse, com um sorriso:
– Aguardaremos o tempo que precisar.
Emily encarou Esmeralda e piscou para ela, muito satisfeita.
– Querido Eduardo – Sra. Jones chamou a atenção do rapaz – o que acha de se juntar a mim? Posso mostrá-lo nossa residência enquanto estes dois jovens conversam.
Graças aos céus, Henry agradeceu. Seu irmão resolveu cooperar e os deu privacidade.
– Será um prazer, Sra. Jones!
E então, os dois deixaram a sala de braços entrelaçados, deixando o casal de noivos sozinho.
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Um Duque Para Esmeralda
RomanceLady Esmeralda Reynolds é uma exceção à regra. Mesmo sendo uma das poucas mulheres a herdar um ducado, ela está decidida à rejeitá-lo junto com todas as propostas de casamento que receber. Mas, quando o seu pai se dá conta de que, no fim das contas...