Number 10_ Shivley Maliwal

C a p í t u l o 3

                               I remember when

I remember, I remember when I lost my mind
There was something so pleasant about that place
Even your emotions had an echo
In so much space

Crazy - Gnarls Barkley

Minha vida sempre foi como um imã de confusões, mas a minha cota para esta noite já deveria ter acabado. Após o encontro inexperiência com o garoto estranho, e perceber que eu havia me metida em um crime sem querer, eu só queria minha cama. 

Entretanto, voltar pra casa se tornou o mais difícil, depois de perder o segundo ônibus da noite, e retornar a pé, nada poderia ser pior, até que um sentimento estranho me atingiu, e ele se tornou ainda mais real, ao olhar para trás e notar um ser surgir do breu.

Falando coisas nojentas e que me causou a sensação de repúdio.

Apressei meus passos, mas, o homem chegou a tempo de me alcançar. Puxei meu braço para me soltar, pude ouvir minha câmera cair no chão, o que me deixou ainda mais preocupada, mas eu não estava exatamente com medo.

Perdendo o restante de paciência que ainda me restava, parei de me debater, deixando a raiva subir a cabeça, e em vez de tentar me soltar, me preparei para acertar o mesmo.

Eu teria o feito se o garoto não houvesse feito antes, em segundos, o cara se encontrava no chão, ele colocou a mão no nariz e eu não tive tempo de pensar, quando minha mente saiu daquele estado perdido, me dei conta de que o garoto forte me puxava pelo braço para longe dali.

Raciocinei um pouco, recordando do rosto marcado que agora estava em minha frente.

Duas vezes era coincidência, mas se houvesse uma terceira eu poderia afirmar se tratar de destino.

Me soltei do mesmo, longe do local da confusão, senti um aperto no peito, ao lembrar da minha câmera. O garoto parou para respirar quando me soltei, só então notando as demarcações de seu rosto. 

— É o ladrão meia boca...

— É a garota que ficou com o colar. — Me olhou surpreso. — Pensei que nunca mais teria que te ver.

— Acredita que eu também? — Falei irônica, aquilo era um pesadelo. — Está me seguindo, ou apenas está atrás disto? — Lhe encarei, ele pareceu aliviado quando pegou o objeto em mãos, quanto mais rápido me livrasse disto, melhor.

Pensei em ir embora e fingir que essa noite nunca havia acontecido, esse clima diferente, uma tensão no ar.

— Está fugindo da policia pela segunda vez esta noite?- ele me olhou.

— Quem dera fosse a policia. — falou dentre os dentes.

Respirei fundo e comecei a andar para longe, certa de que aquilo acabava ali. Travei completamente, quando sua voz me chamou:

— Preciso de ajuda. — Sua voz era alta, me virei lhe encarando. — Me meti em uma grande confusão, preciso sair daqui.

— Não posso te ajudar nisso, não ajudo fugitivos.

— Não fui eu quem roubei o colar, meu amigo fez isso, só tentei impedir que ele fosse preso, isso aconteceria se ele fosse pego com aquela joia. — Justificou. - Por favor, está me devendo.

— Que filho da mãe! está fando sério? — Ele confirmou, me mantive a mais calma possível. Suspirei, e revirei os olhos, encarei o caminho pelo qual eu tinha vindo, eu ainda tinha uns materiais de fotografia na bolsa, porém, minha outra câmera já era.