Seis meses depois:
Senti meus pés tocarem a areia, no lado deserto da praia, ao descer do carro que eu havia levado dois meses para ter coragem de se quer tentar dirigir de novo.
Deixei o rádio ligado, enquanto uma música qualquer tocava, caminhei até a ponta, frente a água.
Me sentei na areia sentindo o vento, e observando as ondas quebrarem.
Uma sensação que eu não reconhecia dentro de mim.
Senti meu corpo relaxado em meio a lembrança da última vez em que estive aqui, todos estavam tão felizes.
Eu estava.
Os últimos foram um tanto conturbados, difíceis.
A formatura está chegando, e então a universidade de New York, em fotografia.
Tudo parece tão surreal, inteiro, mas não completo, ainda havia algo.
Segurei a câmera em minhas mãos, com o filme antigo, pela primeira vez eu as veria novamente.
Apertei play pra minha cena favorita: Meu aniversário.
"Correção: Ela acha que manda em mim".
As risadas ao fundo, as filmagens das paisagens no balão, as fotos no Red Rock Canyon.
Tudo ali, minhas lembranças.
Sempre pensei naqueles vídeos e fotos como se fossem congelar aquele momento.
Finalmente eu havia percebido: Não eram as fotos ou os vídeos , aquilo era apenas um detalhe.
Os momentos ficavam congelados em nossos corações.
— Esse foi um melhores lugares em que já viemos.
Fechei os olhos com força, eu só queria vê-lo uma última vez.
Uma vento passou pela praia, abri os olhos e olhei para o lado, sentindo meu coração bater forte, sensações gritarem dentro de mim.
Eu podia vê-lo, bem ao meu lado, meus olhos se perderam, eu sentia como se tivesse esquecido seu rosto.
Era ele. Eu podia lhe ver, completamente igual.
— Se olhar bem o horizonte. — Ele apontou. — Você talvez consiga ver o pôr-do-sol mais lindo, está quase na hora.
Sua voz era como música para meus ouvidos.
Eu ainda estava estática.
— Você...
Ele sorriu pra mim, um sorriso de amor.
— Eu?
Quis tocar seu rosto, mas eu não podia.
— Estou ficando louca?
— Provavelmente... — Ele riu. — Mas vamos ser sinceros, você sempre foi.
Apertei meus lábios, unindo minhas sobrancelhas.
— Existe uma linha tênue, entre o passado e o futuro, é difícil impedir que um não influencie no outro.— Falei, perdida. — Eu não consigo te esquecer. Eu não quero.
— Essa linha se chama presente, nele que você decide o que irá carregar pro futuro.— Ele fez uma pausa, ele passou a mão em um fio do meu cabelo. Eu quase conseguia sentir. — Não precisa me esquecer, apenas... Seguir.
Mirei seus olhos, o mesmo brilho de antes no mais profundo sentimento.
— Tenho medo de te deixar partir, de afundar mais e mais. Eu perco todo mundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Number 10_ Shivley Maliwal
FanficEla é doce, mas possuí um lado desconhecido. Ele vive em meio a tempestade, mas consegue se manter de pé. Shivani é a paz sobre a terra, e ao mesmo tempo a própria confusão. Bailey quer distância de confusão. Uma noite fora de controle os uni de m...