C a p í t u l o 8

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Travei meus olhos em Shivani, seus cabelos molhados indicavam que acabara de sair do banho. Seus olhos me encontraram e ela sorriu, se sentando em minha frente, do outro lado Stella indagava sobre algum livro que havia lido.

— Vocês vão agora mesmo? 

— Já estamos aqui à dois dias, temos muito para fazer. — A indiana falou encarando a comida no prato, depois se apoiou na mesa,  se aproximando, e semicerrando os olhos. — Não é mesmo, May?

— Absolutamente. —  notei seus lábios formarem um sorriso presunçoso. Engoli a seco.

Esses dois dias de paz haviam sido incríveis, parecia que eu não descansava durante anos, mas Shivani queria voltar a estrada. Noah havia ligado na noite anterior, de acordo com ele, logo chegaria à um acordo com Raj, mas que ele não estava feliz com o sumiço da irmã.

Agora eu estava na mira dele, o que me assustava, embora não fosse como se eu tivesse lhe arrastado para fugir comigo.

Após longos minutos, nós finalmente estávamos prontos pra ir, acariciei o gato de Stella e me prontifiquei em me despedir, mas não consegui, quando Shivani subiu as escadas para pegar a chave do carro da tia, a mulher me olhou e indagou claramente:

—  Seja cuidadoso com ela, Bailey, as vezes minha sobrinha pode ser muito complicada. —  Olhei para mesma que desceu as escadas correndo.

—  É, eu sei. —  Observei seu sorriso que ia de orelha a orelha, diferente de quando chegamos aqui.

—  Querida, seu amigo contou que estava sem câmera, essa era da sua mãe. —  Esticou o objeto, pra ela, que me olhou levemente surpresa e em seguida pra tia.—   Fique com ela, sei como adora fotos polaroide.

—  Nos vemos em breve, tia, obrigada. —  Acenou para mulher, logo assumindo o banco do passageiro, entrei no carro ao seu lado, as mochilas no banco de trás, grana pra gasolina e o básico por no máximo cinco dias. Lhe encarei, enquanto ela se acomodava, suspirei sabendo que precisaria dirigir.

Dei partida, enquanto a mulher acenava.

Logo as casa foram ficando pequenininhas, e apenas estrada nos estava a alcança de vista, Shivani se apoiou na janela sentindo o vento no rosto.

—  Pra onde vamos agora? —  Sentou no banco, me encarando curiosa, dei de ombros indicando com a cabeça o caderno no bolso da mochila,  ela se ajoelhou no banco e se esticou para pega-lo, me forcei a olhar para estrada.

Balancei a cabeça para os lados, fosse lá sobre o que minha mente estivesse me levando a pensar.

 —  Fazer uma loucura, feito. Dirigir, feito. Visitar a ponte, feito. Espera! — Falou alto. — Quando você fala em balão, quer dizer, balão? tipo que voa lá em cima?

Contive a risada. 

—  Exato. —  Ela fechou os lábios e ergueu as sobrancelhas, mantive minha concentração na estrada, enquanto nos aproximávamos da próxima cidade.

 — Não vamos encontrar nada desse tipo por aqui.

— Na verdade tem um lugar desse à quarenta minutos daqui.

— Estamos sem celular, não temos GPS. —  Desviei levemente meu olhar dela, e suspirei.

—  Vai tentar por muito tempo? 

—  O que? —  Falou concentrada no papel. 

— Me impedir de cumprir esse, vai me dizer que tem medo de altura. —  Ela fechou a cara, prendendo seus cabelos escuros. —  É sério? Qual é Shivani...

Number 10_ Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora