— Então gastamos os dólares que o Noah nos deu com roupas?
— Não gastamos tudo, e você vai me agradecer, acredite.
— Quanto nós temos?
— O suficiente.
— Para quanto tempo? Três semanas? Um mês?
— Não sei... Umas semana e meia, ou duas. — Senti seu olhar indignado sobre mim, não deixei de sorrir.
Estávamos de volta à estrada, Bailey era uma companhia curiosa, era divertido observar seu desespero e o medo de se meter em confusão. Já eu, me sentia simplesmente eufórica, não era como eu deveria me sentir em meio a essa confusão, mas era melhor do que estar com medo do meu irmão.
As vezes eu não me sentia real, ou no meus cem por cento. Como se eu estivesse presa de certa forma, a liberdade para algumas pessoas custa caro.
Como se livrar da sua prisão particular, se ela está na sua cabeça? No momento em que vi a oportunidade, eu soube que precisava daquilo. Quem sabe, escapar da prisão, ao menos uma única vez.
Um pouco distante, notei algo que me chamou a atenção.
— Acho que já sei como cumpriremos o próximo item da sua lista.
Pela leve olhada que dei em seu caderno eu soube de alguns fatos: Bailey nunca viveu na emocionante na vida, ele só havia cumprido um item — Fazer uma loucura — Essa não era nem um pouco questionável, em terceiro lugar, eu não iria dirigir o tempo inteiro.
— Você me assusta. — Mirei seu rosto. — Olha pra frente! Você vai bater.
Sorri com sua reação exagerada, estacionei a poucos metros do local. Remexi minha bolsa, em busca da minha câmera de vídeo.
— Achei que estivesse sem.
— Eu sempre sou precavida, graças aos deuses por isso, afinal... — Abri um sorriso relaxado, e malicioso. — Vai ser divertido filmar isso.
— O que vai fazer?
— Existe uma linha que vai precisa cruzar se quiser cumprir essa lista.
Desci do carro, seguida por ele, caminhamos juntos, parando em frente a um carro.
— Não temos grana.
— Ele não sabe disto. — Indiquei com a cabeça o homem que se aproximava.
— Isso não será divertido. — Falou dentre os dentes.
*
Talvez eu estivesse indo muito mais longe que Bailey esperava, eu tinha um grande poder de persuasão, apesar de babaca, no fim, meu irmão ainda era meu irmão, com isso me ensinou todos os truques de sobrevivência, que eu — uma garota, em uma cidade difícil, com idiotas por toda a parte — Poderia querer.
— Quando pararmos, ele vai querer o dinheiro, e o que a gente vai fazer?
— Tenho meus truques, apenas vai.
Bailey estava no banco ao meu lado, seus olhos levemente arregalados, percebi ele engolir a seco.
O espaço em que estávamos era grande, e nos permitia dirigir para todos os lados.
Ele já havia ligado, e tudo estava pronto, porém algo estava errado.
— Qual o problema agora?
— Eu não consigo, e se a gente bater? — Revirei os olhos.
— E se não? — Ergui as sobrancelhas de modo insinuante.
— Nós podemos matar alguém, ou bater naquela parede depois da pista, se os pneus estiverem...
Perdi minha paciência. Segurei seus ombros o forçando a me olhar, séria, indaguei devagar:
— Acho bom você começar a acelerar, antes que eu tenha que te forçar a fazer isso. Não vai ser legal. — Ele me olhou espantado.
— Caraca, você é assustadora.
— É um dom. — Abri um sorriso doce, e me arrumei no banco.
Quase gritei de alegria quando o carro começou a se mover, felicidade que quase se dissipou com a velocidade em que o carro se movia. Semicerrei os olhos para o mesmo.
— É a velocidade mais segura para quem está aprendendo.
Assenti impaciente, à medida em que ele acelerava, eu sentia o arrependimento bater em minha porta. Senti meu celular vibrar, puxei a câmera no meu colo, para alcançar o celular no bolso.
Dr. Will.
Suspirei, coloquei o celular no bolso novamente, liguei a câmera, e filmei seu rosto as expressões eram engraçadas. Seria divertido, se não começasse a ficar tedioso.
— Bailey, acelera.
— Não!
— Acelera!
— Está me deixando nervoso.
— Acelera. — Falei firme.
De repente, Bailey me obedeceu. O carro acelerou, mas ele parecia em pânico, acelerando demais, segurei a câmera no colo. Vi quando o carro virou, arregalei meus olhos.
— Precisa parar.
— Não dá!
— Bailey.
Vi as latas de lixo, e pelo retrovisor, o dono do carro correr quase podia ouvir sua lamentação.
— Para!
Bailey pareceu finalmente ter uma reação, mas não conseguiu parar a tempo, batendo nas latas de lixo. Pisquei por alguns segundos estática.
— Não foi uma boa ideia... — Disse espantado.
Simplesmente uma vontade de rir me atravessou, e não consegui segurar a gargalhada. Bailey balançou a cabeça negativamente.
Descido carro e Bailey fez o mesmo, olhando para atrás de mim. Lembrei do homem, e corri, parei ao seu lado, o homem estava furioso, continuei a dar pequenos passos para trás.
— Essa é a hora que você me conta seu plano.
— É bem simples... — Lhe olhei ainda rindo. — Corre!
Antes que nos dessemos conta, já corríamos até a saída, com o homem nos seguindo. Era difícil parar de rir da situação. Nos aproximamos do carro, e adentramos, sem pensar antes de entrar e partir com o carro.
— Você é louca.
— Louca eu sou por não ter filmado isso.
Bailey recuperava a respiração, assim como eu.
— Agora eu sei que não nasci para dirigir...
— Não vai desistir fácil assim? vai?
Ele me olhou.
— Só bateu por estar com medo. Bom, não acho que está com medo agora.
Diminuí a velocidade, até estacionar.
— Acha que consegue?
— Talvez. — Seus olhos miraram os meus por longos segundo, uni as sobrancelhas, ele respirou fundo e assentiu. — Consigo.
Trocamos de lugar, ele sentou, o veículo não era tão diferente do outro.
Bailey o ligou, e ficou focado na estrada enquanto saía devagar, com forme ele andava eu lhe dizia o que fazer:
— Pode acelerar um pouco.
Assim ele fez. Sorri quase emocionada por ele estar conseguindo.
— Isso! — Gritei animada.
Ergui minha mão para que ele batesse, o que ele não fez.
— Um segundo de distração é suficiente para alguém passar na frente, eu não consegui frear.
Controlei a vontade de lhe deixar no caminho. Observei a casa e as poucas pessoas na rua, colocando os pés no painel, pegando o caderninho entre os dois bancos da frente, e riscando "Dirigir" da lista de Bailey.
***
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Number 10_ Shivley Maliwal
FanfictionEla é doce, mas possuí um lado desconhecido. Ele vive em meio a tempestade, mas consegue se manter de pé. Shivani é a paz sobre a terra, e ao mesmo tempo a própria confusão. Bailey quer distância de confusão. Uma noite fora de controle os uni de m...