𝑰𝒏𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂𝒃𝒍𝒆 𝑴𝒊𝒔𝒕𝒂𝒌𝒆

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Eunbi mexia freneticamente na mochila ao perceber que sua carteira não estava ali, a garota só tinha sentido falta quando se lembrou do cartão da biblioteca que estava lá dentro, mas não poderia devolver seu livro sem o cartão, não fazia ideia onde poderia ter deixado. Ela voltou para a sua sala de cabeça baixa, tudo estava dando errado depois que salvou aquele homem, primeiro fora seus pais que proibiram sua ida ao orfanato por duas semanas, e agora, sua carteira de identidade estava desaparecida.

Ela sentou-se na sua cadeira e cruzou os braços na mesa colocando a cabeça entre eles, suspirou cansada e fechou os olhos, o professor tinha faltado e a aula era vaga, um completo caos se alastrava pelo lugar, tudo o que a mesma queria era um pouco de silêncio.

Jung Yerin conversava com os garotos no outro lado da sala, mas conferia sempre Eunbi e sentia um enorme incômodo ao vê-la assim, tinha estado dessa maneira desde a hora em que chegou na escola, a garota perguntava se estava tudo bem várias vezes, mas sua amiga mentia estar bem e ela sabia que não estava. 

— Por que a Eunbi está daquele jeito?— perguntou Taehyung preocupado.

— Bem... Ela está daquela maneira desde quando chegou e não me disse nada sobre isso.

Todos olharam para a menina ainda com a cabeça escondida entre os braços, era esquisito demais vê-la assim, já que a garota sempre se demonstrou animada e prestativa, por isso e por causa da sua beleza, era a garota mais desejada da escola. Principalmente, por Kim Mingyu, que mantinha uma paixão secreta pela menina desde o ensino fundamental, quando viraram amigos.

— Essa é sua chance, Mingyu!— disse um dos garotos, dando um leve tapinha em seu braço.

— Chance de quê?— o garoto perguntou, começando a ficar envergonhado.

— De falar com a Eunbi. Nós todos sabemos que você gosta muito dela.

O garoto não sabia o que dizer, sentia-se um tolo por deixar seus sentimentos tão óbvios, mas não conseguia esconder quando estava perto da mesma. Ele se levantou e com toda a coragem que conseguiu, andou até onde ela estava, pegou uma cadeira qualquer e colocou ao seu lado, deu uma tossida falsa, mas a garota nem se mexeu, novamente tossiu, porém mais alto que a outra vez, fazendo-a levantar um pouco a cabeça para ver quem era.

Mingyu lançou um sorriso amigável para a mesma, ela ficou aliviada por ver seu amigo ali, não conversava muito com os garotos da sua sala, pois eles não queriam somente a amizade dela. Ela virou seu corpo para o lado, conseguindo ver o mesmo por inteiro, ele ficou nervoso de repente, mas não deixou de deslumbrar o rosto angelical da garota.

— Por que está tão quieta hoje? — perguntou o mesmo, olhando no fundo de seus olhos.

— Eu perdi minha carteira de identidade e meus pais me proibiram de fazer trabalho voluntário no orfanato por duas semanas! — disse, soltando toda a raiva que sentia no momento — Eu não queria ficar longe das minhas crianças...

Mingyu sentiu seu coração despedaçar por ver a mesma tão triste, achava seu espírito tão puro e inocente, ela não conseguiria ver maldade em nada mesmo se quisesse. Com toda a coragem que tinha, segurou na mão da garota e apertou um pouco, ela sorriu de lado com o seu gesto, achava fofo a maneira que sua mão “engolia” a dela, eram maiores e confortáveis.

— Não se preocupe, Eunbi... Tudo vai voltar ao normal, você é uma garota boa demais para esse mundo.— apertou uma bochecha dela com a outra mão.

A garota reclamou estar doendo o aperto que ele dava, mas Mingyu não se importou e continuou apertando, achava tão macia a sua pele, seu coração não parava um minuto sequer em seu peito. Ela deu um leve tapa na mão do garoto, fazendo ele tirar e dar risada da expressão enraivecida dela, realmente quem visse de fora, acharia que ambos estavam namorando, porém todos daquela sala tinham conhecimento da paixão não tão secreta do mesmo por Eunbi, somente a garota não percebia isso.