O Anúncio

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Enquanto seguia para casa, Type só conseguia pensar se tinha tomado a decisão certa, quando foi convidado a se reunir com a família real ele tinha certeza de que recusaria, mas quando mais ouvia o que eles tinham a dizer mais ele pensava na sua própria família. Pensou que finalmente poderia oferecer a todos um pouco mais de qualidade de vida, manter o irmão na escola e quem sabe a mãe poderia finalmente descansar, se sua liberdade e nome era o Preço a pagar para que isso acontecesse , faria de coração tranquilo.
    Ao chegar em casa, os pais lhe aguardavam ansiosos para saber o que havia acontecido, afinal, era uma honra ser recebido pela família real. A mãe do rapaz tentava se manter calma enquanto o pai andava de um lado a outro.
       - Voltei! – ele anuncia
       - Ah finalmente você chegou  já não mais unhas para que eu roesse filho.
       - Não se preocupe mãe,  está tudo resolvido.
       - Graças aos deuses. Agora podemos deixar isso tudo de lado.
        - Não é bem assim pai. Onde está o Toby?
         - Foi dormir na casa de uma amigo, deve voltar amanhã depois da escola.
          - Assim é melhor, tenho algo que preciso falar somente com vocês e por mais que ame meu irmão ele não sabe ficar de boca fechada.
           - Diga de uma vez meu filho.
Type sentou -se no velho sofá e sua mãe ao seu lado, o pai permaneceu de pé impaciente com a demora do filho de falar.
           - Eu pensei muito no assunto, na verdade nem dormi direito nos últimos dias. Eu sei que vocês disseram que me apoiariam em qualquer escolha que eu fizesse, então, eu aceitei o pedido de casamento do príncipe. 
         - O QUÊ?  NÃO, VOCÊ NÃO PODE!
          - Pai, se acalme por favor. Cuidado com seu coração. 
          - Meu filho não vai se casar com um homem,  eu não permito.
            - Deixe ele falar primeiro, e pare de gritar. Quer deixar ele terminar de falar antes de dá piti.
            - Obrigado mãe, a questão é que não vai ser um casamento de verdade, está mais para um contrato.
             - Um contrato?
          -  Sim mãe.  Quer dizer que apenas seremos casados no papel. Pelo que eu entendi, o príncipe precisa melhorar sua imagem e de alguma maneira o nome da nossa família surgiu por causa do vovô. Eu vou ser bem recompensado e nossa família vai poder se recompor e  serão apenas 3 anos, provavelmente só vamos assinar alguma coisa e pronto.
      - Mas, você tem certeza disso filho. 
      - Eu pensei bastante mãe, não tomei uma decisão por impulso. Eu sei que vocês não queriam nada disso, mas por favor peço que me apoiem.
       - Filho, o que as pessoas vão falar sobre você casar com um homem?
        - Pai, eu não me importo. Essa é a melhor chance que temos para manter nossa casa e o Toby na escola, e você mãe,  vem trabalhando tanto nos últimos anos.
      - Não se preocupe conosco meu querido. É a sua vida.
      - Por isso mesmo, eu decidi que vou me casar com aquele príncipe mala, só preciso aguentar 3 anos. Então por favor, apartir de agora quando o assunto for revelado para todo o país vocês devem se mostrar de apoio e não dizer nada negativo a respeito. Vocês entendem? Podem respeitar a minha decisão?
       A mãe do rapaz pegou em sua mãe lhe dando um pouco de conforto. O pai apenas acenou com a cabeça e foi para a cozinha.
   Type lembrou da conversa que teve com o secretário Kong durante o trajeto de volta para casa. O homem foi bastante gentil em orientar ele e  em como devia explicar para a família,  sabia que apartir do momento que tudo fosse revelado ele e sua família seriam bombardeados por perguntas. Type agradeceu mentalmente pela ajuda.
Os dias que se seguiram à seguir foram de completo suspense para ele, o rapaz teve que abandonar o emprego e apenas aguardar o anúncio e toda a muvuca que viria com ele. Quatro dias haviam se passado e Type estudava  no quarto quando ouviu o pai lhe chamar na sala, o homem estava parado em frente a televisão de braços cruzados e ele se aproximou e viu que o porta voz da família real se preparava para falar, a câmera rodava toda sala mostrando que muitas emissoras e repórteres estavam ali. Pela primeira vez ele tinha sentido um frio na barriga desde que tinha aceitado o tal acordo, ele respirou fundo, mesmo sabendo o que iria ser dito ele se sentiu nervoso.
         - Pelo visto filho, vai ser agora.
Type não conseguiu dizer nada, apenas olhava concentrado para a TV, tentou não demonstrar seu nervosismo para o pai que claramente já estava.
       - Não é nada demais pai, esta tudo bem. 
      - Filho você tem certeza que é isso que quer fazer?  Se quiser desistir eu vou apoiar você e o resto a gente se vira.
      - Não se preocupe. Eu já estou tranquilo quanto a isso. – mentiu
      Todos pareciam ansiosos sobre o que poderia ser, muitos até cogitaram ser algo a respeito das últimas notícias sobre o Príncipe. Type viu que o secretário Kong estava ao lado do outro homem que ajustava alguns microfones e estava prestes a falar. O rapaz no entanto sentia que seu estômago estava cheio de borboletas, mas não aquela sensação boa e sim um intenso revirar.  Logo o seu pai aumentou o volume da TV.
        -“ Comunicado oficial
É com muita alegria que a família real tailandesa gostaria de anunciar que o Príncipe Herdeiro Tharn -Suppasit Jongcheveevat de 22 anos,  primeiro na linha de sucessão ao trono real, entrará em enlace matrimonial com o estudante universitário Type Kanawut Traipipattanapong, de 18 anos. A cerimônia acontecerá no dia 21 de fevereiro deste mesmo ano, seguindo as tradições reais.  O cortejo se dará início às 7 da manhã na residência do noivo seguindo até o Palácio de Lótus,  escoltado pela guarda real. 
Todos os rituais tradicionais ocorrerão dentro do Palácio de Lótus apenas para as famílias e amigos mais próximos, no entanto toda a população poderá acompanhar a cerimônia do casamento que será transmitida ao vivo. Dito isso, os noivos e suas famílias desde já agradecem seus votos de felicitações. 
                        Atenciosamente
                                            A família real. “
Type estava chocado, imaginou que apenas teria que assinar algum documento e no máximo um jantar entre as famílias, nem de longe pensou no tamanho que isso se tornaria. Ele desabou no sofá  sentindo suas pernas falharem, e pior,  a data escolhida é dentro de duas semanas. Ele voltou sua atenção para a TV e notou que todos falavam ao mesmo, os flashes das máquinas fotográficas era quase capazes de chegarem aqueles que lá estavam, o representante da família real no entanto apenas entregou cópias do comunicado que acabara de ler a todos os presentes e logo depois se retirou sem responder nenhuma das perguntas feitas pelos jornalistas.
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Enquanto isso. no Palácio de Lótus....
- Como assim eu vou me casar em duas semanas?
Tharn estava impaciente enquanto falava com a mãe.
      - A Rainha-Mãe decidiu a data.
      - E precisava ser esse circo todo? Porque não apenas algo íntimo? Já não bastava ser obrigado a casar como uma donzela do século XVI, ter que casar com um homem e ainda por cima ter o país ou quem sabe o mundo inteiro assistindo essa palhaçada .
        - Isso foi eu e o rei que decidimos. Uma cerimônia tradicional mostrará como estamos satisfeito com essa união e também é algo que dará ao povo a chance de ver um lado diferente seu.
       - Vocês têm noção de como minha vida vai ser daqui pra frente? De como as pessoas me olharão?
       - Se estivesse tão preocupado assim com sua imagem não devia ter aprontado metade do que fez nos últimos anos, apenas aceite tudo calado e com um sorriso no rosto ou todo nosso sacrifício terá  sido em vão. 
         - Que sacrifício vocês fizeram?  Sou eu quem está  sofrendo aqui.
       - Eu pareço está feliz com tudo isso? Você foi avisado não apenas uma vez, cansamos de livrar sua cara de todos os problemas. O rei precisa de um pouco de descanso de toda essa exposição negativa, sua saúde não está boa e não podemos mais preocupar a Rainha-Mãe com mais isso. Então apenas faça o que tem que fazer, mas dessa vez faça direito.
      Ela sai deixando o jovem frustrado pra trás. Ele deitou-se na cama e cobriu o rosto com um travesseiro e gritou tentando aliviar um pouco toda sua tensão.  Porém, ele logo foi interrompido com batidas na porta do quarto.
    - Alteza, hora de ir para faculdade. – alertou um dos empregados. E pela primeira vez ele cogitou a hipótese de não ir, sabia que seria difícil aguentar todos os olhares e fofocas sobre o casamento. Embora, noventa por cento dos alunos da Royal University seja composta por elite, filhos de políticos,  celebridades, empresários e pessoas influentes da sociedade, uma notícia como aquela faria até mesmo os mais introvertido dos alunos falar. Ele se recompôs alinhando sua roupa de maneira adequada, ergueu sua cabeça e saiu. Sabia que, aquela altura tudo estaria em polvoroso  e como imaginou a entrada da Universidade estava tomada por repórteres e fotógrafos, tinha tanta gente que os carros mal conseguiam passar. Quando finalmente conseguiu chegar na entrada do prédio de Economia sentiu que todos o encaravam, tentou manter a naturalidade.
   Sorria e acene, sorria e acene. – ele repetia mentalmente.
     Por onde passava podia ouvir os cochichos, algumas pessoas até o parabenizaram e ele apenas tentava manter um sorriso forçado no rosto. Assim que entrou na sala deu logo de cara com os amigos.
       - Eu juro pelas cinzas do meu avó, se eu ouvir uma piada de vocês, vão precisar de um canudo pra comer. – ele diz jogando a bolsa sobre a mesa 
E os três rapazes levantam a mão em rendição.
     - Ok, nós prometemos não fazer piadas ainda. –  Lhong enfatiza. – Mas, você tem que concordar que dessa vez sua família ultrapassou todos os limites históricos de castigos. 
     - Vão se ferrar.
     - Qual é, a gente imagina que isso não foi escolha sua. – Rum diz
.     – Vocês podem não falar sobre isso.
       -  Então, vamos a perguntar que não quer calar. E como fica a Jeed? – Foi a vez de Tee se manifestar.
       - Quando ela chegar a gente conversa. Agora podem mudar de assunto?
        - Só mais uma pergunta. – Lhong levanta o dedo indicador como se pedisse permissão pra falar.  Tharn apenas revira os olhos. – Quem vai ser esposa na relação? 
   Tharn ameaça socar o amigo que usa a mochila como escudo. Claro que ninguém ousaria a fazer qualquer piada na frente dele, além dos amigos.
  O jovem príncipe pensava na garota que até dias atrás ele considerava uma namorada,  provavelmente a única garota que não tratava ele como alguém  diferente, ela sempre foi ousada e nada frágil,  talvez por isso ele sempre gostou da maneira como ela sempre o surpreendia. Como seria essa conversa, ele não sabia. Ela já tinha recusado antes que diferença faria agora?
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    Do outro lado do mundo, a jovem bailarina se preparava para mais um teste no Teatro Francês,  acompanhada da professora de ballet ela se aquecia antes da sua apresentação. 
      - Não esqueça de manter as costas retas e equilíbrio nos saltos. – a professora orientava enquanto alongava uma das pernas da jovem.
    - Eu já entendi, não estou nervosa se é o que você pensa.
    Mas, a professora tentava manter a garota focada na apresentação, afinal, elas passaram anos se preparando para este momento e tudo isso poderia ser perdido se ela soubesse o que se passava na sua terra natal. Pouco antes do amanhecer,  a jovem professora soube que o príncipe havia anunciado seu casamento, como todas na Royal University,  ela sabia o quanto Jeed era próxima dele e até mesmo circulava rumores de um caso entre os dois, por isso, achou melhor não tocar no assunto para que ela não perca o foco na apresentação.
       - Apenas foque na apresentação.  Esqueça o mundo ao redor.
  A bolsa de estudos para Julliard era o primeiro passo para ela, Bolshoi era o destino final. Já tinha planos para o futuro com o príncipe,  ele iria renunciar e assim os dois poderia morar no exterior. Por mais que tentasse, ela o amava, mas, desde cedo notou que ele não gostava de garotas que ficavam cercando e  sendo pegajosa, então ela sempre fez o oposto e assim conseguiu ter a atenção dele. Jeed nunca foi uma garota ingênua, filha de advogados, ela sempre soube ser prática e se impor e foi dessa maneira impetuosa que conquistou Tharn e faria tudo para que conseguisse de vez o coração dele. Desde sempre ela reparou o quanto ele odiava ficar no palácio é cercado de regras, então tudo o que ela poderia oferecer para ele era liberdade, dando aquilo que ele queria e dizendo o que ele queria ouvir. Jeed, queria que ela se tornasse indispensável para ele, o problema era que ela nunca havia conseguido usar sua cartada final com o príncipe, dormir com ele. Tharn sempre foi cercado por seguranças e dificilmente conseguia se livrar dele, ou quando conseguia, os amigos estavam juntos. Os pais da garota aprovavam esse “relacionamento”, embora isso fosse algo somente entre os dois, apenas os amigos sabiam a respeito. Ambiciosa e esperta essa era Jeed.
      Depois da sua apresentação, ela estava mais do que confiante que iria conseguir a bolsa de estudos para Julliard. A noite, ela se reuniu com algumas pessoas que faziam as entrevistas de admissão, mas era mais do que certo que ela já tinha passado. Durante o jantar algumas pessoas falavam sobre artes, outros sobre viagens e algumas apenas fingiam prestar atenção, quando anunciaram as finalistas para as bolsas. Claro que Jeed foi uma das escolhidas, um segundo teste será realizado numa outra data e ela já estava confiante que finalmente seu dia chegou. Uma das garotas que estava ao seu lado, com um sotaque inglês engraçado começa a falar com ela.
       - Você é da Tailândia,  certo?
      - Sim, me chamo Jeed Prateerat.
      - Prazer,  sou Amelie Deux. Nossa, achei muito legal quando soube que o príncipe do seu país vai casar com outra cara. Achei muito atual.
       Jeed quase engasga com o suco que bebia, ela dava pequenas batidinhas em seu peito para acalmar a tosse e quando finalmente conseguiu falar ...
       - O QUÊ, que você disse?
       A garota tira o celular da bolsa e mostra para ela uma reportagem.
     - Isso aqui, não é do seu país?
A garota leu a matéria numa velocidade que faria inveja a qualquer um. No final da matéria havia um pequeno vídeo de Tharn acenando e sorrindo para as pessoas, de acordo com a legenda do vídeo era uma gravação de uma hora depois do anúncio. 
      - Me desculpe, mas eu realmente preciso ir embora.
Ela se despede rapidamente de todos e vai ao encontro da professora que a aguardava no saguão do hotel, a mulher estava concentrada assistindo algum noticiário quando a matéria muda.
   “ A Tailândia está em festa, hoje pela tarde no horário local, a família real tailandesa anunciou que o futuro rei, o príncipe Tharn vai se casar.  Mas este está longe ser um casamento comum senhores, pela primeira vez em sua história monárquica alguém na primeira linha de sucessão ao trono  vai casar com alguém do mesmo gênero “ –  Repórter enfatiza, logo uma foto de Tharn aparece na tela.
    “ O mais incrível é que o futuro esposo do príncipe é um plebeu, um verdadeiro contos de fadas moderno pessoal. Vale lembrar que o príncipe Tharn tem 22 anos e está no terceiro ano de Economia na Royal University e o futuro esposo tem apenas se chama Type de18 anos e também é universitário. Que precoces! A família real parece está muito feliz com essa união e também já anunciou que a cerimônia será toda televisionada para que a população possa assistir. Representatividade é tudo! Em breve voltaremos com mais notícias sobre o casamento. “
      A moça parecia tão chocada que nem consegui pensar direito, sua presença logo foi notada pela professora que se adiantou em abraça-la.
      - Não se preocupe querida, nós voltaremos amanhã mesmo para casa. 
      - Você sabia?
      - Eu fiquei sabendo logo pela manhã.  Mas resolvi que não era o momento ideal para comentar, afinal, sua apresentação era mais importante.
      Ela se solta dos braços da professora e vai direto para o quarto do hotel. Jeed queria uma explicação de Tharn naquele momento, ela agradecia mentalmente por saber o numero do rapaz de cabeça, as mãos tremiam a cada toque sem resposta. Ela batia o pé impaciente no chão de mármore enquanto o telefone chamava.
   -  Alô!
   - Me diz que é mentira !
Foi a primeira coisa que veio a falar, Tharn não precisou pensar muito, reconheceu a voz da garota de primeira.
   - Ouvi dizer que você chega amanhã. 
  - Tharn... – ela fala pausadamente. – O que fez?  Como assim você vai casar? E o mais importante , quem diabos é Type?
     - Acho melhor a gente conversar pessoalmente.  Não acho que essa conversa tenha que ser por telefone.
     -  Não me enrola Tharn, fala de uma vez.
      - Vejo você quando chegar em casa. Até amanhã!  - Ele desliga o telefone, a garota ainda passa um tempo com o telefone grudado na orelha sem reação,  não conseguia entender o que poderia ter acarretado tudo isso.
  Ela desesperadamente pega a bagagem e começar a guardar todos seus pertences, “guardar" , seria algo difícil de chamar, estava mais para arremessar tudo dentro da mala. Ela precisava descontar toda sua frustração em alguma coisa naquele momento, então sobrou para seus pertences. Jeed sabia que, por causa do fuso horário só chegaria na parte da noite e provavelmente só conseguiria falar diretamente com o rapaz no dia seguinte,  mas de uma coisa ela tinha certeza, não abriria mão de Tharn assim tão fácil.  
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      O dia estava uma loucura na vida de Type, desde que o seu nome foi revelado como futuro marido do príncipe, o telefone da sua casa não parou de tocar um minuto se quer. Parentes distantes, pessoas que ele jamais se quer ouviu falar o procuravam, ele percebeu rápido como as pessoas que queriam se aproveitar da situação chegariam rápido e o correto a se fazer simplesmente tirar o telefone da tomada.  Algumas horas depois do anúncio o secretário Kong estava novamente na casa do rapaz.
      - Secretário,  o que o senhor faz aqui tão cedo?
      - Jovem Type, a família real achou que seria mais viável que a partir de hoje você tivesse uma escolta pessoal protegendo você e sua família. Quando cheguei aqui percebi que já havia algumas pessoas ao redores da casa, por enquanto são poucas pessoas, mas logo pode virar uma multidão.  Há muitos curiosos querendo saber sobre você ou sua aparência  e de qualquer modo para sua segurança vai haver uma equipe fazendo a guarda de sua casa durante todos os dias até o casamento.
      - Mas como essas pessoas descobriram onde eu moro?
     - Você ficaria chocado do que as pessoas são capazes de fazer por uma fofoca. De todo modo, para sua segurança, evite transitar por aí sem os guardas e se possível fique em casa. Quanto menos você der o que falar, melhor será para sua imagem.
     - Quer dizer, que eu terei que ficar em casa nas próximas duas semanas?
    - Se possível sim. Sobre suas redes sociais....
     - Eu não tenho nada disso, nunca tive tempo pra ficar mexendo nessas coisas. Tinha um facebook que não entrava nele há tempos, mas desativei dias atrás  quando aceitei, você sabe... o casamento.
   Ele diz um pouco tímido. 
    - Não se preocupe meu senhor, logo após a cerimônia a equipe de Relações Públicas do Palácio criará uma página conjunta com o príncipe, onde p senhor poderá administrar se assim for sua vontade.
        - Por favor Sr. Secretário me chame apenas de Type. E eu não preciso disso.
     - Eu entendo senhor, mas deve ir se acostumando com tais formalidade, seu status mudará em breve e seu novo título exige honoríficos. 
   Type bufa, achava que tudo isso era besteira demais.
    - Mas realmente precisa ser assim até mesmo com você. 
     - Depois do casamento, o senhor passa a ter o mesmo título do príncipe Tharn.
     - Do que você está falando? – ele parecia surpreso pois não esperava algo do tipo.
     - Ora senhor, depois da cerimônia você passa a ser Type Kanawut Jongcheveevat, Príncipe Herdeiro Real.
O pai do rapaz tinha a boca aberta no “O" perfeito, enquanto a mãe parecia chocada demais para esboçar alguma reação e o irmão dele apenas soltou um legal.
   Type começa a ter a noção da dimensão que isso se tornaria, como não tinha qualquer intenção anterior e nem mesmo procurou saber mais sobre o assunto l, achou que seria como via na TV, quando dois homens se casam é apenas algo íntimo e sem alarde. Embora saiba o peso do título que Tharn tem, não achou que ele também entraria no pacote.
      - Vamos ao segundo motivo da minha visita, a rainha Zara gostaria que a Sra. Kanawut se juntasse a ela nos preparativos para a cerimônia, como há  pouco tempo as duas devem decidir sobre todos os detalhes para que fiquem de acordo com ambas famílias. 
      - Nossa, eu vou mesmo me encontrar com a rainha ? – pergunta a mãe do rapaz um pouco chocada
     - De preferência hoje, senhora.
     - Preciso me vestir adequadamente.  – ela se retira da sala imediatamente pois queria está apresentável para a rainha.
      - Mais alguma coisa? – perguntou Type
      - Sim meu senhor. Os alfaiates responsáveis pelas suas vestimentas e do as do Príncipe já estão aqui para ajustar seus trajes de casamento.
       - Mas já? – o homem apenas assente com a cabeça, e quatro senhores entram na casa de Type cada um com uma caixa enorme nas mãos. 
       - Os trajes tradicionais levam bastante tempo para serem confeccionados, e estes em específico leva 6 meses para cada metro pois são todos bordados à mão.  Mas, por sorte a Rainha-Mãe já tinha estes tecidos preparados, por favor escolha as cores que mais lhe agrada, lembrando que os trajes do príncipe serão vermelho e dourado, as cores da monarquia.
   Cada um dos alfaiates abre uma caixa contendo uma cor específica, a primeira caixa tinha um tecido num tom roxo bem escuro com bordado dourado, a segunda, contento um azul claro com bordado dourado e a terceira um azul escuro com bordado prata. Type achou aquele mais discreto e a escolheu. 
     - E o que contém nesta outra caixa? – perguntou o irmão do rapaz.
     - Estas são as roupas que ficarão por baixo da túnica.
As peças lembravam um pijama de seda branco, tinha um short no estilo samba-canção, calças, uma camisa de mangas longas que fechavam em X e um  roby que ia por cima de tudo como se fosse uma grande camisola, a túnica escolhida por Type ia por cima de tudo aquilo.
  Type finalmente começa a entender como tudo ia acontecer, sentiu suas pernas fraquejarem, a cabeça rodar e ficou tonto, mas foi amparado pelo pai.
     - Filho você está bem?
     - Desculpe, acho que foi muita informação em pouco tempo. Não imaginei que teriam tanta coisa.
     - Jovem Type, é o casamento do futuro rei da Tailândia,  não pode esperar que seja tudo tão simples.
      - Eu sei, eu sei. É só que ... Eu achei...esquece.
       - Senhor, eu imagino que tudo está indo rápido demais, mas se não for assim não conseguiremos terminar tudo a tempo.
       - Eu entendo, eu entendo. 
Ele parecia cansado, o estresse começava a aparecer.
     - E por último....
     - Ainda tem mais? – Type escondeu os rosto entre as mãos tentando não surtar. – O que é dessa vez? Uma carruagem dourada puxada por unicórnio?
  As pessoas que estavam ali riram da piada do rapaz
     - Muito espirituoso jovem Type,  mas isso aqui o senhor deve abrir apenas quando estiver sozinho ou com sua família. – o secretário entrega um envelope lacrado para o rapaz.  – Acredito que terminamos por hoje,  se a Sra. Kanawut estiver pronta, acho que já podemos ir.
   A mãe de Type aparece bem arrumada e logo depois eles partem. 
     Enquanto isso, Tharn que ainda estava na universidade procurava um lugar tranquilo para organizar as idéias, infelizmente não era uma tarefa fácil. Ele foi para a biblioteca esperando um pouco de paz, mas o amigos logo o encontraram.
      - Fugindo da gente alteza? – Lhong diz passando o braço  pelos ombros do rapaz
       - Como se isso possível,  tenho quase certeza de que tenho algum chip rastreador no meu corpo. Pois não é possível vocês me encontrarem tão rápido.
      - Não seja bobo, é só seguir as migalhas de pão vulgo seus guardas costas. Eles estão onde você está, assim fica fácil.
       - Bem, pensado.
       - Então, o porquê dessa cara de velório? Além de você vira a esposa de alguém logo logo.  – ele zoa
      - Estou começando a acreditar que preciso de amigos novos, tenho certeza de que vou acabar matando os antigo.
      - Calminha príncipe, era só uma piada, relaxa. Então,  qual é a razão dessa carinha de tristeza, além dos motivos óbvios?
    Ele parece pensar no que vai dizer...
      - Acabei de falar com a Jeed, e ela já soube do casamento.
     Os três rapazes fazem um sonoro “hum"
   - Como ela não saberia, está em todo lugar a notícia do seu casamento. Pelo que vi até nos jornais internacionais já falaram a respeito.
     - Você não viu? Seu nome está no top 5 dos trendings do Twitter no país e no mundo.
#RoyalWedding
#PrinceTharnWedding
#Tharntype
#PrinceTharnIsGay
#PrinceTharnPrinceType
         - Olha que fofo, vocês já tem até nome de shippes.  – Rum provoca Tharn.
         - Se vocês não vão me ajudar, então por favor não me estressem ainda mais.
         - Como seus padrinhos é o nosso dever preparar uma despedida de solteiro para você. 
         - Quem disse que quero vocês como padrinhos? Vocês já são péssimos como amigos, não quero sobrecarregar demais os poucos neurônios sobreviventes de vocês. 
Todos os rapazes colocam a mão no peito fingindo-se de ofendidos.
        - Mas é sério pessoal, eu não sei o que falar para Jeed.
         - É só dizer, “ Vou casar com um cara, supere” 
  Tharn pega um livro e joga em Rum, que desvia a tempo de atingido.
        - Tô brincando. Relaxa cara.
        - Vocês podem não fazer comentários sobre o casamento. As pessoas podem ouvir e entender errado.
        - Amigo, você vai casar com um cara, não tem como te zoar mais do que isso.
        - Agora é oficial, vocês não estão convidados. 
Ele diz apontando para todos.
       - Relax man. A gente só tá brincando.
        - É Tharn, estamos tentando aliviar um pouco seu estresse.
         - É sério galera, vocês são as pessoas mais próximas à mim, então se alguém ouvir vocês zoando o casamento, vai parecer que não estou de acordo é vai pegar mal pra mim. Já chega de tanta confusão pro meu lado.
    Os três batem continência para ele.
     - Sim senhor, senhor príncipe. – eles dizem
    - Idiotas.
     Tharn sabia que os amigos embora fossem uns imbecis as vezes, também eram aquele que tiravam ele dos dias de tristeza, mas a turma estava incompleta.
     Dois dias haviam se passado quando Jeed finalmente apareceu na Universidade, sua ansiedade era tamanha que ela acabou chegando cedo ao Studio de dança.  Mesmo tentando se concentrar ela não conseguia fazer uma série  de passos sem errar. Ela não conseguia tirar da cabeça toda essa loucura do casamento de Tharn.
      - Você chegou cedo. – Tharn diz ao entrar na sala, ela corre até ele e o abraça, ele retribui o carinho e afaga seus cabelos. 
     - Me diz que tudo isso é um grande engano. Por favor, diz que tudo não passa de uma grande mentira.
     Ele a afasta devagar e a puxa para sentarem nas cadeiras próximas.
    - Eu sinto muito Jeed, eu realmente vou me casar.
    - Mas... mas, como você aceitou isso? Se casar com um cara?
     - É mais complicado do que parece. Apenas tem que ser assim.
     - E eu? – ela faz biquinho. – Não significo nada pra você?
      - Você sabe que sim, que se eu pudesse escolher seria você, mas eu não tive escolha.
      - Não é justo Tharn, não é justo comigo também. Nós tínhamos combinado de morar fora.
     - Só tenha um pouco de paciência, isso não vai durar muito.  Você entende?
      - Você quer dizer que....
       - Que você deve me esperar. 
      A garota abre um sorriso
        - Você tem certeza?
        - Sim, você só precisa ter um pouco de paciência e tudo vai se resolver. Nada mudou entre nós. 
        Ela o abraça novamente e depois o beija, no início ele retribui mas logo a afasta.
     - Aqui não Jeed. Se as pessoas verem ou fotografarem nós dois juntos, todo esse trabalho terá sido em vão.   
       -Mas a gente ainda vai se ver né?
       - Vamos.
Jeed estava satisfeita, sabia que podia controlar Tharn e que se souber esperar vai ter seu príncipe de volta. No entanto, tudo o que Tharn pensava era nas possibilidades de não magoar garota por quem nutre um imenso carinho, sabia que se simplesmente rompesse com ela assim poderia ter problemas depois e esse foi o conselho que Lhong lhe deu.
    Tudo o que ele queria agora era um pouco de paz, para que possa pensar no que vai fazer depois .

A Promessa ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora