Do outro lado da cidade, vivia um jovem que embora a sua vida não fosse perfeita ele poderia se considerar feliz . Type morava no subúrbio com os pais e o irmão mais novo, a mãe trabalhava numa confeitaria E o pai ajudava nas tarefas de casa desde que havia perdido seu emprego. O pai de Type trabalhava numa seguradora e acabou demitido por que confiou nas pessoas erradas e como já era um homem de mais idade e o seu nome não inspirava mais confiança ele passou a cuidar da casa e dos filhos enquanto a esposa trabalhava fora. Desde então a família vive com certa dificuldade para pagar as dívidas, tiveram que se mudar de uma casa boa num bairro mais tranquilo para uma área mais pobre nos últimos 7 anos. A família vem sobrevivendo com muita dificuldade, o jovem trabalhava como entregador de jornal para ajudar nas finanças da casa, embora não fosse muito ele sempre buscava um meio de ajudar a família.
Os pais do rapaz tentavam a todo custo protegê-lo da situação minimizando os problemas que a família vivia, ele que recentemente havia completado 18 anos de idade sonhava em cursar uma boa faculdade sonhava em ser professor, mas decidiu fazer Administração pois acreditava que seria mais fácil conseguir um emprego ajudar na situação da família. Depois de encerrar mais um dia no seu trabalho Skype retornou para casa e como sempre pegar as correspondências que estavam do lado de fora uma olhada rápida ele notou que havia uma carta do banco curioso ele abriu o envelope logo percebeu que a família estava em sérios problemas. A carta dizia que a família devia deixar a propriedade nos próximos 3 meses pois a residência ia ser leiloada a fim de pagar as dívidas e os juros acumulados durante os anos, o rapaz não imaginou que a situação da família estava tão grave assim. Ao entrar em casa deixou as cartas em cima de uma mesinha que ficava ao lado da porta encontrou o pai na cozinha, um homem de cabelos grisalhos pele escura a preparar alguma coisa para almoço, enquanto irmão mais novo estava na escola, então rapaz decidiu que era o momento de ter uma conversa mais séria com o pai, ele sentou-se em uma das cadeiras na cozinha enquanto o pai cortava algumas verduras.
- Pai, Posso perguntar uma coisa?
- Claro, o que quer saber?
Type pensou um pouco, sabia que todas as vezes que tentou tocar no assunto os pais sempre desviavam o rumo da conversa. Acredita que dessa vez se falar sozinho com o pai poderá ter alguma resposta.
- Qual é a real situação financeira da nossa família?
O homem parou de imediato o que fazia, não teve coragem de virar e encarar o filho mais velho. Ainda se sentia culpado por toda dificuldade que a família vivia nos últimos anos.
- Não há nada que você precise se preocupar filho. Apenas se prepare para suas aulas que começarão mês que vem.
Type precisou juntar dinheiro para comprar seus livros e materiais básicos de um estudante universitário, então precisou atrasar um pouco o início das suas aulas, apenas disse a família que ainda tinha um mês antes das aulas começarem.
- Pai, eu já tenho 18 anos. Não me tratem como uma criança ingênua, eu sei que as coisas não estão indo bem, mas por favor me digam tudo para que eu possa ajudar também.
- Você já ajuda muito. Acorda todos os dias às 5 da manhã seja no frio ou chuva pra entregar jornais. Devia está por aí vendo jovens da sua idade, indo a festas e quem sabe até namorando.
Ele sabia que o Pai ia tenta enrolar e desviar do assunto, então decidiu ser mais direto.
- Eu vi a carta do banco.
O pai do rapaz congelou....
- Não é nada demais.
- Como não pode ser nada de mais pai, estão ameaçando tirar nossa casa se a dívida não for paga. Porque me tratar assim como se eu fosse cego? Acha que não sei de tudo o que aconteceu ? Entendo que queira nos proteger, mas acha mesmo que é a melhor saída fingir que nada está acontecendo?
- Você é um bom filho, não merece um pai como eu. Me perdoe por mais está preocupação.
Type vai até o Pai e o abraça.
- Vocês são pais maravilhosos. E eu não mudaria nada. Mas podem contar comigo.
- Eu sei, Eu sei. Apenas foque nos estudos entendeu? Agora vá lavar as mãos e depois ponha a mesa, o almoço vai ficar pronto em breve.
Um tempo depois o irmão de Type chega da escola, o garoto de 15 anos era um típico adolescente, Toby assim como o irmão tinha olhos e cabelos castanhos e a pele branca, uma personalidade alegre e sonhadora. Logo em seguida sua mãe Peng, a mulher de pele leitosa estava na casa dos 40, mas tinha um aspecto cansado devido todas as preocupações no decorrer da vida. Embora toda a situação não fosse das melhores, eles sempre estavam juntos, apoiando e se ajudando.
No dia seguinte, já na rua de casa depois de voltar do trabalho , Type viu um carro muito elegante parado em frente ao portão de casa. De imediato ele temeu que algo grave tivesse acontecido, ele pedalou o mais rápido que pode e deixou a bicicleta ainda do lado de fora o e correu para dentro de casa. Lá se deparou com um homem bem vestido e de cabelos grisalhos sentado na sala com seus pais.
Ele não conseguiu identificar muito bem a expressão no rosto dos pais, mas com certeza o clima estava sério no ambiente. Ele rapidamente cumprimentou a todos, no entanto não sabia muito o que fazer .
- Como eu disse antes senhor, este é o nosso filho mais velho. Como o senhor pode ver ele é um garoto. – disse o Pai dele
- O que aconteceu? – Type perguntou preocupado
O homem mais velho se levantou e estendeu a mão para o rapaz.
- Permita -me que me apresente. Sou Kong Nywat, secretário-geral do Palácio de Lótus.
- Palácio de Lótus? O que minha família pode ter a tratar com o Palácio?
O homem gentilmente explicou a situação para o rapaz que ouvia tudo atentamente. Assim como os pais, ele parecia realmente chocado com tudo aquilo.
- Isso é algum tipo de piada? – ele zombou
- Não mesmo. Este é um assunto sério do qual a família real gostaria de resolver.
- Não há o resolver, diga que está tudo bem e que não aceito nada.
- Bom, talvez você devesse discutir isso com sua família em particular. Então, depois eu retorno para uma resposta definitiva.
- Você ouviu meu filho, ele disse não. Agora já pode sair da minha casa. – o Pai do rapaz disse nervoso.
- Peço perdão pelo meu marido esquentadinho. Mas vamos conversar sobre isso outra hora.
- Claro, desculpe o incômodo. Volto a entrar em contato com vocês em breve, caso precisem entrar em contato comigo este é meu cartão.
O homem mais velho entregou um cartão pessoal a Type. A cabeça do rapaz parecia girar com tanta informação, naquele momento para ele era um não definitivo. O secretário finalmente deixou a casa da família de Type e deixou para trás muitas perguntas .
O jantar naquela noite foi silencioso, todos se recusavam a falar sobre o assunto, o pai do rapaz era o mais relutante e abominou a ideia desde o início.
Type estudava no quarto quando a mãe entrou e com ela uma pequena caixa de madeira.
- Posso falar com você um minuto?
- Claro mãe. O que foi?
- Tenho algo para lhe dar, na verdade, isso sempre te pertenceu. Mas, eu guardei até que fosse necessário.
Ele lhe entrega a caixa de madeira toda trabalhada com pequeno relevos de flor de Lotus.
- Seu avô deixou essa caixa para o primeiro neto, sabe como seu pai é cabeça dura, quando seu avô morreu e a única herança deixada foi a casa velha no interior, o cordão que você usa e está caixa. Mas, está caixa em específico ele entregou diretamente para mim, para que um dia eu entregasse a você.
Type analisou com cuidado cada detalhe da caixa, ela era muito bem entalhada, quem a construiu com certeza era alguém experiente pois era algo de real qualidade.
- Como ela abre?
- Não sei, quando seu avô me entregou ele disse que você saberia como abri-la no momento certo.
- Isso não faz sentindo.
- Eu sei que não, mas foi o que ele me disse. Não pense muito sobre o que aquele homem do Palácio falou, apenas esqueça tudo isso.
Assim que ela saiu do quarto, ele voltou a analisar cada detalhe, tentou abri-la de todas as maneiras e fracassou em todas. O rapaz passou tanto tempo tentando descobrir como ele abria que se quer notou a hora, eram quase duas da manhã e ele ainda não tinha sono. Pensou que talvez um copo de leite quente o ajudaria, mas ao se aproximar da sala notou que os pais ainda estavam acordados e conversavam na sala. Embora não quisesse ser intrometido e ouvir sobre o que eles falavam, foi difícil não ouvir seu nome. Os pais decidiam se iriam morar no interior, na velha casa deixada pelo avô do rapaz e recomeçariam a vida, porém Type teria que desistir do sonho da faculdade por enquanto e seu irmão provavelmente teria que ir para uma escola menor. Ou, continuariam na capital, mas numa casa menor e cada um deles tentasse encontrar um segundo emprego. Type sabia que a segunda opção seria mais difícil , o pai tentou buscar trabalho nas mais diversas funções ao longo dos anos, porém com o nome sujo e a idade encontrar um emprego que lhe rendesse um bom salário era cada vez mais difícil. E a mãe já trabalhava muito duro na confeitaria do bairro, ele se encostou na parede frustrado com toda situação não havia nada que ele pudesse fazer para ajudar naquele momento, num reflexo involuntário ele repousou as mãos nos bolsos quando sentiu algo.
Type olhava para o cartão de visitas que o secretário havia lhe dado e pensou, será que aquela era sua resposta? Ele passou a noite em claro, andava de um lado a outro incansavelmente. Ao perceber a hora, viu que tinha que sair para entregar jornais. A casa ainda estava silenciosa, a mãe já deveria ter ido ao trabalho e o restante da família ainda dormia, quando chegou ao posto de entrega é viu a notícia que estavam a primeira página.
Príncipe Herdeiro é flagrado brigando em corrida clandestina!
Que idiota! Foi seu primeiro pensamento. Type pensou na possibilidade de ir embora com a família seria muito mais fácil e menos complicado do que ter que aguentar algo como Tharn, que frequentemente se envolvia em polêmicas.
Enquanto isso no Palácio de Lótus...
A rainha tinha passos apressados, entrou no quarto do filho escancarando as portas com força e fazendo um barulho absurdo de propósito, o jovem que dormia tranquilamente quase caiu da cama com tamanho susto.
- Saiam todos, deixe-me à sós com o príncipe.
As damas de companhia da rainha saíram do quarto fechando as portas a seguir.
- Qual é o problema dessa vez? Eu estava dormindo.
- Qual é o problema? Como ousa falar tão informalmente?
- Perdoe -me alteza, em que posso ajudá-la a está hora? Melhor assim alteza? – a ironia era palpável em sua voz.
A rainha por sua vez jogou o jornal sob o rapaz. Tharn não sabia o que dizer, pensou que sua travessura tinha ficado escondida, mas eu perceber a fúria que a mãe exalava não pode deixar de se preocupar.
- Até quando você vai se comportar assim? Não percebe que todos os seus atos espelham sobre nós, imagine como a imagem do seu pai diante do povo. Eles devem pensar “ Como um rei pode cuidar de uma nação se nem mesmo pode controlar filho" . Estou farta disso tudo.
- Eu não achei que ... Eu não... – ele não sabia como se explicar, não havia explicação para ser dado, sua foto estava ali estampada bem na primeira página.
- Arrume-se, a Rainha-Mãe deseja falar conosco. E eu fiz de tudo para que ela não visse essas notícias. Já basta pelo o que seu rei passou.
- O que houve com meu pai?
- Agora está preocupado? Devia ter pensado nisso antes.
- Por favor mãe, o que aconteceu?
- Depois de ver essa notícia no jornal a pressão dele subiu e ele acabou passando mal, foi levado para a ala médica e o Dr. Kim pediu que ele ficasse de observação hoje. No entanto, a Rainha-Mãe foi poupada disso também, ela está numa certa idade onde não devia ter que lidar com estas preocupações. Agora vista-se e vá para o salão principal.
A rainha sai do quarto deixando o jovem preocupado para trás. Tharn não imaginava que as coisas chegariam a tanto, embora o ângulo da foto parecesse que ele estava brigando, mas na verdade ele apenas separava a briga. Sem demoras, ele arrumou-se e seguiu direto para o salão principal, além da mãe e da avó ele viu que o secretário Kong havia também um mulher, a srta. Sung. Ela era diretora de Relações Públicas do Palácio.
- Tharn, que bom que veio se juntar a nós. – disse a avó do rapaz.
Ele cumprimenta a todos e senta.
- Onde está o rei?
- O rei teve um compromisso fora da cidade, mas deve retornar ao anoitecer Majestade. – a rainha diz
- Então vamos ao assunto de hoje. Vocês já sabem que o secretário Kong foi atrás da família Kanawut e procurar saber mais sobre eles, secretário por favor nos fale sobre suas descobertas.
- Bom Vossas alteza, a família vive no subúrbio ao norte da cidade, o pai está desempregado mas cuida da casa, a mãe trabalha numa pequena confeitaria no mesmo bairro.
- Seja mais direto secretário. – Tharn falou
- O Sr. Kanawut teve dois netos. Toby de 15 anos que está no ensino médio e Type de 18, este passou para a faculdade de Administração, mas devido a situação financeira da família só vai começar seus estudos no segundo semestre. – ele entrega uma pasta contento todos os dados e fotos do rapaz para Tharn e família.
- Espera, ele é um cara! Então nada daquela balela vai valer, não é? Eu não posso me casar com um cara.
- É difícil admitir, mas eu concordo com o príncipe. – disse a rainha.
- Secretário Kong, você os conheceu diga-nos o que achou da família.
- Majestade, embora a família esteja num momento difícil, eu puder ver que eles são bastante unidos. Sobre o rapaz em questão, eu pude apurar que sempre foi um bom aluno, notas altas e comportamento ideal, praticava esportes no ensino médio e até trabalho voluntário. Mas desde cedo sempre fez pequenos trabalhos para ajudar nas despesas da família, atualmente ele trabalha como entregador de jornais.
- Me parece ser um bom rapaz.
- Mas é um cara, eu não vou me casar com um homem!
- Majestade, talvez aja alguma coisa que possamos fazer para ajudar essa família sem precisar nos expor assim. – ponderou a rainha.
- Rainha, sabe porque o meu o falecido rei permitiu que casamentos entre pessoas do mesmo sexo fossem realizados em nosso país?
- Eu sei majestade, eu não quis dizer que....
- Porque ele acreditava que amor não é uma questão de gênero. Então porque deve ser restringida por lei? Infelizmente, estamos numa situação onde a decisão não é nossa.
- Vovó, você não pode permitir isso.
A Rainha-Mãe pega um tablet e mostra a notícia que a rainha tanto queria esconder.
-Apesar dos esforços da rainha para me proteger, hoje em dia a internet não perdoa ninguém. Viu os comentários sobre nós? Meu marido teria perdido a cabeça se depois de todos seus sacrifícios nosso nome seria manchado dessa maneira.
-Mas vovó...
- Como eu disse, a decisão não está em nossas mãos. Se esse rapaz aceitar cumprir o desejo do rei Tang, assim será feito.
- Eu não vou aceitar isso. – Tharn esbraveja
- Se me permitem interromper. – a mulher que até então apenas observava tudo se pronunciou pela primeira vez. – Talvez isso não seja uma má ideia, pense nisso como uma cortina de fumaça. Príncipe Tharn, eu sei que tudo isso parece loucura demais, mas veja a situação como um contrato nupcial, fiquem pelo menos 3 anos casados e depois cada um pode seguir seu caminho. Eu trabalho nessa área a quase 20 anos, no momento em que o casamento for anunciado as pessoas vão atrás desse rapaz, ele será o foco. Eles passarão tanto tempo tentando descobrir cada detalhe da relação que as coisas que aconteceram no passado será irrelevante.
- Você realmente acha que isso vai funcionar? – a rainha pergunta
- Alteza, o príncipe Tharn nunca apresentou uma namorada oficialmente para o público, então não acredito que farão muitas especulações. Temos tudo a nosso favor, a Tailândia sempre foi um dos países mais receptivos com a comunidade LGBTQI na Ásia, imagina só quando um plebeu entrar para a família real? Um verdadeiro contos de fadas moderno.
- Estão agindo como se isso fosse acontecer, esse garoto pode não querer fazer parte disso.
- Essa é uma possibilidade.
- O que o rei vai dizer sobre isso?
- Ele vai está de acordo com o que desejar majestade.
- Tem mais alguma coisa a ser tratada? Eu ainda preciso ir para faculdade.
Tharn só queria sair dali, precisava de ar puro. Embora, ele quisesse brigar e gritar sempre que olhava para a mãe lembrava da situação do pai, então apenas ouviu calado o que todos diziam.
- Sim príncipe, já pode ir. – disse a avó do rapaz com a voz já cansada. Então o rapaz finalmente saiu da sala. Depois que o príncipe saiu a rainha finalmente pode conversar a sós com a sogra.
- Majestade, a senhora tem certeza de que está é a única maneira?
- Querida rainha, não vejo outra alternativa. Está família também tem uma cópia deste documento, então se de alguma maneira eles quisessem usar isso de maneira ainda mais negativa no futuro será ainda pior. Pois, não apenas o nome do falecido rei seria jogado na lama como nossos descendentes por não cumprirem com o acordo selado.
- Eu entendo alteza.
- Secretário Kong, marque uma reunião com esse rapaz. Quero conversar pessoalmente com ele.
- Sim, majestade.
- Vamos apenas orar pelo Melhor resultado.
A caminho da faculdade, Tharn sentia que seu mundo havia sido tirado debaixo dos seus pés, ele tentava pensar numa saída, num plano B mas nada lhe vinha a mente. Já na entrada, ele pode perceber a quantidade de repórteres e fotógrafos que com certeza lhe aguardavam, por sorte eles eram proibidos de atravessarem os portões da instituição particular. Ao descer do carro escoltado pelos seus guardas -costas ele seguiu direto para a sala de aula, a maioria dos alunos já estavam na classe ,porém, o professor ainda não havia chegado. Sentou- se no seu lugar habitual e logo foi cercado pelos amigos.
- Hey man, sorry pelas fotos. Espero que não tenha te dado nenhum problema. – Tee diz sentando ao lado dele.
- Nada que eu já não soubesse.
Afinal, mesmo sem as fotos toda a confusão do casamento já tinha sido revelado.
- Você falou com a Jeed? Ela me ligou ontem, disse que não conseguiu falar você, ela acabou esquecendo o celular dela em casa, mas disse que volta semana que vem. – Lhong disse
- Que droga, eu quebrei meu celular e aconteceu tanta coisa que nem lembrei de pegar outro.
- Uau, o que pode ter acontecido assim de tão grave pra você se quer lembrar do seu precioso celular.
- Esquece, provavelmente vocês saberão em breve.
Tudo o que ele queria era poder explicar a situação pessoalmente para Jeed antes da notícia se espalhar.
- Ah qual é! Deixa de suspense, conta logo. – Rum insistiu. O Príncipe no entanto apenas ignorou os apelos dos amigos, sabia que embora fossem seus amigos, eles com certeza seriam os primeiros a zoar da cara dele. Durante todas as aulas ele se manteve quieto, sem gracinhas ou piadinhas como sempre fazia, estava imerso no seu próprio mundo de problemas e nem mesmo saiu para comer. Ele olhava fixamente para frente enquanto batia com a caneta no caderno sob a mesa de maneira ritmada, o professor da última aula já havia ido embora e apenas poucos alunos ainda permaneciam ali. Tharn só saiu do seu transe auto induzido quando um dos seus guardas costas veio para avisar que estava na hora de irem embora. Ele se sentia como se estivesse em modo automático, não conseguia parar de pensar em como sua vida de repente tomou esse rumo inesperado.
Chegar em casa não era nem uma sensação de boas vindas, agora mais do que nunca ele se sentia sufocado. Na hora do jantar, o pai do rapaz estava à mesa, mas era perceptível o quanto estava abatido e tudo o que Tharn podia fazer era se sentir culpado por tudo.
No dia seguinte, quando Tharn chegou da faculdade, foi avisado de que devia ir ao escritório particular do rei, ao chegar na porta do escritório ele precisou respirar fundo algumas vezes antes de entrar. Não foi surpresa ver seus pais e avó ali, mas o que Lhe chamou à atenção foi o jovem que os acompanhava. Ele era alto, cabelos negros, olhos castanhos, pele branca e boca vermelha. Ao ver o príncipe ele rapidamente se levantou e fez uma breve reverência a ele, Tharn levou alguns segundos para recordar que aquele jovem à sua frente era o mesmo das fotos que tinha visto outro dia, o tal pretendente.
- Feche a porta ao entrar. – disse o rei
E assim ele fez. Tharn reverenciou os membros da sua família e fez um breve wai* ( saudação tradicional tailandesa com as mãos em prece e breve reverência com a cabeça) para o rapaz à sua frente.
- Bom, agora que se juntou a nós, podemos finalmente resolver tudo. – disse o rei
A mãe do rapaz permanecia com a cabeça baixa num claro sinal de reprovação, Tharn não sabia o que pensar sobre o que havia acontecido na sua ausência.
- Príncipe Tharn, este é Type Kanawut, o jovem de quem falamos anteriormente. – a Rainha-Mãe apresentava gentilmente o visitante. O rapaz esticou a mão para cumprimentar o príncipe que ignorou a saudação, deixando o jovem um pouco constrangido.
- Então o que decidiram? – ele pergunta para a avó.
- Nós já temos uma resposta, mas esse jovem gostaria de falar com você antes.
Tharn não entendia o que aquele estranho poderia querer com além do que claramente já estava resolvido. Bastava saber se terá ou não casamento.
Todos saíram da sala deixando apenas os dois frente a frente. Type estava nervoso também, afinal, aquela era sua primeira vez falando diretamente com alguém como Tharn.
- Alteza, eu gostaria de ....
- Corta essa! Fala logo o que você quer, pode falar informalmente comigo temos quase a mesma idade, mas seja rápido pois eu não tenho muito tempo.
Type já havia pesquisado um pouco sobre príncipe e por mais que quisesse entender a situação ainda estava inseguro quanto a sua decisão, mas não imaginou que ele seria tão ríspido logo de cara. Tentou apenas manter a calma e não socar a cara real do príncipe.
- Então, o que você quer?
- Eu só queria perguntar o que você está achando de tudo isso e como está se sentindo?
De todas as pessoas, ele foi o único a perguntar isso para Tharn. O Príncipe não sabia bem como responder foi pego de surpresa com a pergunta do rapaz.
- E isso faz alguma diferença agora?
- Eu imagino que não seja fácil pra você também.
- Olha, eu estou cansado, tive um dia cheio, então se você puder adiantar o assunto eu agradeceria.
- Eu tinha dúvidas sobre tudo isso, mas depois de conversar com sua família estou mais tranquilo quanto a minha decisão.
- Como assim “depois de falar com minha família” ?
- Bom, você sabe. Sobre o contrato de casamento.
- Sobre o quê?
Tharn estava confuso sobre o que Type falava mas antes de pudesse perguntar alguma coisa eles foram interrompidos. A família de Tharn retorna a sala e o rei logo começa a falar.
- Acredito que amanhã mesmo possamos enviar um comunicado oficial anunciando o casamento.
Tharn logo saltou da poltrona que estava.
- ESPERA, O QUE?
- Meu jovem você já pode ir para casa, e aguarde nosso contato com sua família. O secretário Kong vai acompanha-lo até em casa. – disse a Rainha-Mãe
Type se despediu de todos e saiu. Tharn estava ainda mais confuso do que nunca, depois que restavam apenas os membros da família real a rainha se pronunciou.
- Achamos melhor que o rapaz não soubesse que ele poderia recusar o pedido de casamento, então apenas o convencemos de que seria um contrato de 3 anos entre vocês dois. Mas que seguissem todos os protocolos matrimoniais exigidos.
- É sério que vocês enganaram até aquele coitado só por causa de uma carta idiota escrita antes mesmo que eu tivesse nascido.
A avó do rapaz se levantou e como em raras ocasiões ela falou num tom mais duro.
- Príncipe Tharn, não esqueça que eu a matriarca dessa família e que se eu decidir que algo será feito, ela será. A nossa situação política é preocupante no momento então sim, tomamos uma decisão necessária. Quanto ao desejo do seu avô ele será realizado, o que você fará depois destes 3 anos é sua responsabilidade. Mas saiba, enquanto eu viver eu lutarei pelo que é melhor para está família e nem mesmo seu pai poderá interferir nisso.
- Acalme-se Rainha-Mãe.
- O jovem estava inclinado a não aceitar porque temeu que você não estivesse de acordo com tudo isso. Se ele tivesse recusado o desejo do seu avô não seria realizado e voltaríamos para a estaca zero, então decidimos que o melhor seria ele acreditar que o pedido partiu de você mas que tudo seria apenas no papel, um contrato de casamento válido por 3 anos.
Tharn parecia que ia desmaiar a qualquer minuto. Sentiu o mundo girar a sua volta, pensou que se ele não estivesse sentado com certeza teria caído.
- Amanhã mesmo enviaremos um comunicado oficial, então prepare-se. -a rainha falou.
O rapaz não sabia o dizer tinha certeza de que se tentasse abrir a boca ele gritaria. O rei foi o primeiro a se levantar e antes de sair porta à fora ele virou -se para o filho e disse.
- Parabéns príncipe Tharn, você vai casar.
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A Promessa ( Concluída)
RomanceSinopse: Nesta história a Tailândia moderna é um país ainda governado por uma monarquia. Um príncipe rebelde se vê obrigado a casar com uma pessoa desconhecida graças a uma promessa feita pelo rei antes mesmo do seu nascimento. Enquanto isso, um g...