Descobertas

2.3K 250 67
                                    

Capítulo 13 : Descobertas
  

     Type estava confuso sobre o que estava acontecendo,  sua cabeça estava pesada e ele lutava para mantê-la erguida, sentia sua garganta seca como se não tomasse um gole de água a dias, se perguntou porque estava tão escuro. Depois de alguns minutos ele finalmente conseguiu despertar.
     - On-onde es-tou? – sua voz rouca arranhava sua garganta. Ele tentou mexer os braços e percebeu que estavam amarrados em suas costas e que aquela escuridão na verdade era um tecido negro cobrindo sua cabeça,  um frio percorreu toda sua espinha. Por reflexo, ele tenta  se soltar se sacudindo como pode e acaba caindo da cadeira, alguém o levanta e o senta novamente.
     - Quem é você e o que quer? – ele pergunta com a voz trêmula.
     - Por enquanto, não queremos nada. Mas, se você não colaborar as coisas podem ficar bem ruins para seu lado. – um homem com uma voz desconhecida alertou.
     - Olha, eu não sei quem é você. Mas se precisar de dinheiro eu marido pode arranjar...
     - Cala a boca.  – Type recebe um tapa forte no rosto. – Você e essa sua família podem até fingir que se importam com o povo, enquanto metade da população ainda vive com dificuldade, dê poder ao povo e eles farão história. 
   - Isso é por causa de política? – pensou Type.
     - Eu não sei qual é sua história ou o que você defende, mas eu realmente não sou ninguém.  Você pegou a pessoa errada.
     - Não se preocupe alteza. Eu sei exatamente quem eu peguei.  E antes que eu me esqueça,  pode gritar a vontade, ninguém vai ouvir mesmo. – depois disso um som de porta batendo ecoou pelo local, e o rapaz achou que o homem havia lhe deixado sozinho. Ele sacudia a cabeça freneticamente tentando tirar o tecido que cobria seu rosto até que conseguiu. Type olhava ao redor tentando identificar onde estava, ao que parecia ele estava numa fábrica abandonada, a umidade e cheiro de ferrugem eram fortes, havia muitas janelas que davam vista para o que seria um campo, sua cabeça doía e tentava se concentrar em como poderia sair dali. Tentou se recordar do que exatamente o que havia acontecido antes, ele lembrou que quando entrou no banheiro da Universidade, enquanto estava distraído lavando as mãos alguém usando o uniforme da Universidade passou por ele e de repente sentiu um pano pressionando seu nariz e boca, e depois tudo foi escuridão. 
         Ele com certeza não se recordava exatamente do rosto do homem, nem como saiu da universidade sem que ninguém o visse, se amaldiçoou por ter recusado seus guardas costas dentro da instituição, olhando pela janela era difícil saber a quanto tempo ele estava ali, porém viu o dia começava a dar sinais de está no fim. Type estava nervoso, por mais que tentasse se manter calmo não conseguia ,  sabia que aquela altura Tharn e sua família estava estavam desesperados. Mas ainda não conseguia entender o que exatamente aquele homem queria dele, aquilo não parecia um sequestro comum, se é que existe essa coisa de sequestro ser comum. Ele ouviu passo se aproximando e baixou a cabeça fingindo está dormindo, quando ouviu a enorme porta de ferro se abrir, ele tentou controlar sua respiração para não deixar transparecer  seu nervosismo.
         - Como o capuz saiu da cabeça dele? – alguém perguntou
         - Relaxa, ele deve ter desmaiado. – logo Type sentiu o pano sendo recolocado novamente
         - É seguro deixar ele aqui a noite toda?
         - Não se preocupe, eu mesmo ficarei aqui. Mas você tem certeza de que esse plano vai funcionar? Que o príncipe Tharn vai renunciar?
         - Por esse aí ele vai. – a outra pessoa diz
        - Ainda não entendi como isso vai me ajudar.
       - Não se preocupe, no momento certo você vai saber. Apenas faça o que foi combinado , que eu vou trazer a comida para vocês. 
    Sem muitas respostas, Type continuou imóvel tentando ouvir o máximo que pôde, sua barriga começava a dar sinais de vida, na verdade ele estava faminto. Muito tempo depois ele é acordado com leves tapinhas no rosto.
      - Aí princesa acorda, hora de comer.  
Embora estivesse faminto, estava receoso por aceitar aquela comida.
    - Relaxa alteza, não te querem morto... ainda. – o homem levantando metade do capuz  deixando apenas o nariz e boca de Type de fora. O estranho colocava pedaços de pão na boca do jovem e depois ele bebeu água com ajuda de um canudo, mas a água tinha um gosto estranho e logo o rapaz estava adormecido de novo.
   
   ( ...)
Enquanto isso no palácio,  Tharn já não tinha mais forças nem para chorar. A preocupação com o marido era demais, todos os membros da família real estavam reunidos com o chefe de polícia, que dava instruções sobre como proceder em caso de ligarem pedindo algum resgate Já fazia mais de cinco horas que Type havia sido levado e não tinha nenhuma notícia. As câmeras de segurança da universidade não funcionavam na hora o que levantou muitas suspeitas , a polícia não divulgou o que aconteceu e  ninguém além da família real e  Techno sabia o que de fato o que tinha acontecido.  Fiat tentava não pensar no pior, a Rainha-Mãe comentou que quando o Rei Tang ( avô de Tharn) estava no exército um grupo de opositores extremista da monarquia tentaram mata-lo.
      - Mas o que Type tem a ver com isso? – Tharn perguntou
      - Alteza, todas as linhas de investigação devem ser seguidas, nada será descartado.
Disse o chefe de polícia.  Tharn descansava a cabeça entre as mãos,  estava nervoso demais queria sair e procurar pelo amado, mas por motivo de segurança ele e Fiat foram mantidos sob vigilância, afinal, eles eram o segundo e terceiro na linha de sucessão. 
        - Eu sinto muito altezas, mas estou realmente abalada com tudo isso.  Então, vou me recolher,  mas se tiverem alguma notícia por favor não hesitem em me avisar. – Disse a princesa Lilith
         - Não se preocupe princesa , tenho certeza de que vai dá tudo certo. – disse a avó do rapaz .
          Fiat teve uma sensação ruim quando a mãe passou por ele, era como se ele não reconhecesse a mulher com quem conviveu a vida toda.   Tentou não pensar nisso, a mulher não tinha motivos para machucar Type.  Quando a madrugada chegou, Tharn continuava sentado do mesmo jeito, não havia comido ou dormido nada, restavam apenas o Rei Thara, Fiat e Tharn,  e dois policiais que monitoravam cada detalhe do dia.
       - Filho, acho você deveria ir descansar um pouco.
       - Eu não consigo pai, eu estou preocupado demais. Sei que não vou conseguir dormir e prefiro ficar aqui.
       - Prometo que se surgir alguma notícia eu mesmo vou te acordar.  Agora vá.
       - Mas pai...
      - Nada de mas, o mesmo serve para você príncipe Fiat.  Eu sei que a situação não é das melhores, mas ainda devem ir para a universidade amanhã e agirem normalmente. Precisamos saber se alguém na Universidade está sabendo de alguma coisa ou está envolvido. 
      - Como pode me pedir isso?  Eu não tenho cabeça para estudar, é do meu marido que estamos falando.
     - Eu entendo sua preocupação filho, mas vamos confiar no trabalho da polícia. Agora me obedeçam e tentem descansar.
Mesmo a contragosto os dois saíram do escritório, eles caminharam em silêncio até chegarem na entrada da casa de Tharn. O rapaz olhava para a casa vazia e não conseguia entrar, a preocupação se o amado estava bem, se tinha comido ou se estava ferido, não o deixariam descansar.
      - Eu não consigo. – admitiu Tharn. – Eu não consigo entrar aí e saber que ele não está. 
Fiat não conseguia entender como o primo mudou tanto consigo a ponto de se abrir, e sentiu feliz por pelo menos não estarem mais na posição de rivais ou inimigos.
      - Quer que eu entre com você?  - Tharn não olhou para ele, apenas assentiu com leve manear de cabeça. Os dois entraram na casa e Tharn se senta numa poltrona na sala e Fiat na outra extremidade, nenhuma palavra precisava ser dita entre eles, ambos estavam angustiados e ambos amavam Type.
      - Eu me sinto um inútil, não fui capaz de protegê-lo.
      - Você nem estava lá, não foi culpa sua o que aconteceu. Ninguém poderia imaginar que algo assim aconteceria.  Tharn, eu sei que esse não é o momento mais ideal, mas eu queria saber porque sua atitude mudou em relação a mim? 
  O rapaz encosta na poltrona e esconde O rosto com as mãos. 
   - Eu prefiro não pensar nisso agora, no momento a única coisa que passa na minha cabeça é onde o Type está. Prometo que se sua mãe não falar, eu mesmo direi a você.  Mas não agora 
  Fiat ficou ainda mais curioso sobre o que poderia ser, qual a razão da discussão dois dois no dia anterior, Tharn não tinha condições de conversar naquele momento, ele estava absorto em seus próprios problemas e não seria justo insistir nisso.
     - Eu vou em casa tomar um banho, daqui a pouco eu volto. – Tharn não respondeu, permaneceu imóvel no seu lugar. No entanto, o outro precisava de respostas, tinha a sensação de que todos escondiam algo dele, e sabia que apenas a mãe poderia lhe ajudar, mas será que ela falaria a verdade? Fiat mal conhecia a mulher que a mãe se tornou depois que retornou para Tailândia. Então, lembrou -se do livro que Tharn havia dado a ela durante a discussão  talvez encontrasse alguma resposta ali. Ao entrar em casa foi direto para o escritório da mãe,  como era madrugada não havia nenhum empregado na residência e sua mãe provavelmente já estaria dormindo. Olhou algumas gavetas e papéis que estavam sob a mesa, mas nada ali era relevante para si. Porém, recordou-se do cofre. Ele tirou a pintura com cuidado da parede e colocou a senha, sabia que a senha usada pela mãe era a data do seu aniversário e logo ele se abriu. Ao pegar o objeto percebeu que não era um livro, mas sim um diário, as páginas amareladas indicavam que aquilo já deva ter alguns anos e ao abri se surpreendeu ao perceber que ele pertencia a sua mãe,  ficou inclinado a não ler aquilo, mas seus instintos diziam que ele deveria terminar o que começou. Ele respirou fundo buscando coragem para invadir a privacidade de sua mãe. 
    - Me perdoa mãe,  mas eu preciso de respostas. – ele diz começando a ler cada página.  Viu que a primeira data no diário era de anos antes de seu nascimento. Um breve sorriso brotou nos seus lábios ao ler das doces palavras de menina sonhadora que a mãe era, foi passando e lendo cada página com atenção,  logo o sorriso deu lugar a olhos marejados. Quanto mais ele lia mais horrorizado ficava, já não conseguia mais abafar os soluços que saía da sua garganta, ele sentia que durante toda sua vida tudo não passou de uma grande mentira. Faltava poucas páginas para terminar quando a porta do escritório se abriu.
     - FIAT!  - a mãe do rapaz gritou ao perceber o que o filho estava fazendo. Ela rapidamente foi até ele e tirou o diário de suas mãos.  – O que você pensa que está fazendo?
     - Vo-você ... – ele não conseguia falar
    - Filho me escuta, não precisa se preocupar com nada. Está tudo bem, está tudo bem amo e amor. – ela dizia alisando os cabelos do rapaz.
     - Como você pôde fazer tudo isso? – ele diz tirando as mãos dela de cima de si. – Com o e pude me enganar tanto sobre uma pessoa.
    - Calma meu querido, mamãe pode explicar.  Só fica calmo.
   - Calmo?  Como você tem coragem de olhar na minha cara e pedir para eu ficar calmo. Que tipo de ser humano horrível é você.  – ele se levanta encarando a mulher que parecia surpresa com a atitude do filho.
    - Coragem? Eu fiz o que foi necessário para você ter uma vida perfeita. É muito fácil pra você me julgar, nasceu num berço de ouro e lembre- se de que fui eu que te dei isso. As viagens internacionais,  as roupas de grifes,  carros importados, tudo isso foi eu que proporcionei para você.  Então antes de me julga me agradeça.  – Ela despeja tudo sobre o rapaz.
    - Quem é você e o que fez com minha mãe?
    - Você não sabe das coisas que eu passei Fiat, não sabe o que tive que fazer só para ter o que comer, eu garanti que você tivesse tudo o que eu não tive, então não olhe assim. Vamos apenas esquecer o assunto e fingir que nada disso aconteceu. – ela joga o diário na lareira acessa
     - Como você pode me pedir algo assim, você enganou todo mundo, você enganou a mim. – ele grita com ela, as lágrimas desciam descontroladamente e a mulher fez menção de se aproximar dele mas ele se afastou. 
     - Meu amor, vamos esquecer isso por favor.
     - Como você consegue ser tão fria assim? Não sente remorso, não percebe quão cruel você foi? E quanto a mim, não pensou em como eu me sentiria?
    - Eu lutei para chegar onde cheguei filho, entenda o os tempos eram outros, as coisas eram diferentes para garotas sem uma família.
    Fiat pega um vaso e joga na parede, fazendo ele se despedaçar em milhares de pedaços. 
   - Então tudo isso foi por dinheiro? Eu sou uma maldita moeda de troca pra você?
   - Meu amor, você é minha vida. Tudo que eu fiz foi por você.
  - Por mim? Como isso pode ser por mim, você fez tudo isso por você.  Por dinheiro, por status e poder. Nada disso foi por mim. – ele respira fundo recordando de algo. – Outro dia, minha avó disse que meu pai teve meningite quando era criança,  e que isso poderia deixá-lo infértil,  então escolha bem as suas palavras mãe,  porque eu só vou perguntar uma vez. Eu sou filho do príncipe Thurong? 
   A mulher estava nervosa, abriu a boca algumas vezes para falar mas nada saia, Fiat sentia que todo seu mundo desabava ali.
   - Responde mãe!  Responde porra. – ele vai ate ela e a segura pelos ombros. – Fala de uma vez.  Fala pelo amor de Deus, eu preciso saber se...
     - Não.  – ela diz com os olhos marejados, e o rapaz cai de joelhos nos chão. – Você não está pronto para esta conversa.
    - Co-como você ...
    - Eu te peço...
    - Perdão? Você me enganou a minha vida inteira, como pode me pedir perdão? – ele se levanta e encara a mulher. – Quem é ele? Quem é meu pai biológico?
    - Filho isso não...
    - Não ouse mentir pra mim, quem é ele?
   - Eu não posso... – ela cai de joelhos aos pés do filhos e segurando suas pernas ela implorava.
    - Se você não disser agora, eu juro que vou agora mesmo e acordo todo mundo é digo que não sou filho do Príncipe Thurong. 
    - FIAT por favor. – o rapaz se desprende das mãos da mãe e vaia caminho do porta.
    - Você que escolheu isso, depois não diga que...
    - O rei Thara ( Pai de Tharn) – ela diz e o rapaz simplesmente congela no lugar. Seu corpo inteiro começou a tremer de nervoso.
    - O que você disse? – sussurrou
    - Seu pai, seu pai é o rei Thara.
Ele virou -se novamente para mulher que permanecia  sentada no chão.
     - Você que fuder com meu juízo, só pode. Isso não pode ser verdade, você está mentindo .
     - Eu conheci o Thara bem antes de conhecer o Thurong, nós namoramos meses antes. Mas, então eu descobri que apenas o Thurong seria rei, então eu me aproximei dele. Ele estava prometido para Zara ( mãe do Tharn), mas ele se apaixonou por mim e decidiu desmanchar o compromisso com ela. Eu gostava dele...
    - Mas não o amava. – Fiat concluiu
    - Eu estava radiante com a ideia de me tornar rainha, eu cresci num orfanato no interior  e nunca soube o que era ter uma vida digna. Então eu fiz de tudo para que ele se apaixonasse por mim, Thara amava demais o irmão mais velho e quando ele viu que ele estava apaixonado por mim ele simplesmente abriu mão.  E casou com Zara para não quebrar o compromisso feito pelo rei, os dois estavam muito amargurados. Zara até hoje me odeia porque acha que seu casamento com Thara foi apenas uma compensação, uma caridade.
     - E com toda razão.  Isso foi cruel e desprezível.  – ele cuspia as palavras sobre ela
     - Eu era jovem, tinha grandes sonhos. Não pensei muito sobre isso. Mas, quando Thurong  descobriu que provavelmente não poderia ter filhos ele quis desistir de tudo, nós já estavam os casados a mais de dois anos e nada, enquanto Zara já tinha o Tharn. Mas, depois de tudo que eu tive que abrir mão, não poderia simplesmente desistir, eu sabia que Thara ainda gostava de mim e acredite eu ainda o amava também, então numa noite quando Zara visitava a família dela em outra cidade , nós nos encontramos na cabana onde o príncipe Type foi achado naquela vez, eu não lembro bem como as coisas aconteceram mas acabamos dormindo juntos. Quando eu descobri que estava grávida, tive que esconder por quase dois meses para que Thara não desconfiasse de que a criança fosse dele e deu certo. Tudo ia bem até aquele dia miserável, que ele fez uma bateria de exames no hospital e confirmou que seria impossível para ele ter filhos, ele ficou tão zangado que pegou a estrada de madrugada, talvez tenha sido obra do destino, mas ele morreu antes de contar para todos a verdade.
      - Você é a pessoa mais cruel que eu já conheci na minha vida. Não percebe que suas ações machucaram toda uma família, a tristeza que até hoje a Rainha-Mãe vive porque perdeu seu filho, a rainha Zara por achar que casou apenas como prêmio de consolação por ter sido trocada, o rei Thara de ter sido usado por você,  o Tharn que cresceu vendo a infelicidade dos pais. E eu usado como troféu pra você. 
    - Não. Filho, você não entende? Você é a coisa mais importante para mim. – ela tenta abraçar o filho.
    - Não toque em mim. Você é perversa demais, manipuladora e incapaz de ter simpatia por alguém além de si própria . Me fez amar alguém que nunca poderia ser meu,  desejar um posto que nunca me pertenceu e odiar uma família inteira porque você sempre me fez  acreditar  que era a vítima. 
     - Eu fiz tudo isso por você. 
     - Não. Você fez por você. – o rapaz enxuga as lágrimas que insistiam em cair do rosto. – De todas as coisas ruins que você fez, a que mais me machucou foi saber que você me tirou a chance de ter a coisas que eu mais desejei na minha vida, um irmão. Eu vou voltar para Londres, se você vem ou não comigo não me interessa.
     - Você não vai a lugar nenhum. – ela diz com a voz firme.
    - Quero ver você me impedir.
  A mulher endireita sua postura e imediatamente seu rosto muda.
   - Você vai ficar aqui, vai convencer Tharn a renunciar e você vai ser o segundo na linha de sucessão.  O rei Thara está doente provavelmente deve se aposentar nos próximos anos, e  você é o mais indicado para o cargo, até os anciãos confiam em você. 
    - Eu não vou fazer nada, quero distância de você.  – ele diz com a mão  na maçaneta da porta pronto para sair.
     - Se não fizer, ninguém nunca mais vai encontrar o príncipe  Type.  – ela diz e o rapaz vira com expressão de puro desespero no rosto.
    - Você é responsável por isso? – ele diz completamente chocado.
    - Muitas pessoas não estão feliz felizes como as coisas estão indo na monarquia, não foi difícil achar alguém que compartilhasse a mesma perspectiva que eu.
   - Você não ousaria?
   - Eu não cheguei até aqui para simplesmente desistir. Eu mereço muito mais por todo meu esforço.  E você merece ser o rei.
   - Você está completamente louca. – ele sacode a mulher pelos ombros. – Onde está o Type? Diga de uma vez, onde ele está ?
    - Faça o que eu digo e ele permanece em segurança,  só vai depender de você.
   - Eu vou contar para todo mundo. Vou alertar a polícia e contar para todos.
   - Faça isso, não tem absolutamente nada que me ligue ao desaparecimento dele. Será a sua palavra contra a minha e eu garanti isso.  Se as coisas não saírem da maneira que quero pode esquecer aquele maldito plebeu. 
   - Porque o odeia tanto? O que ele te faz para você agir assim?
   - Se quer saber a verdade, foi ele que encontrou o diário. Esse moleque vem atrapalhando meus planos desde o começo,  se ele não tivesse aceitado casar com o Tharn ele já teria ido para o fundo do poço ou desistido e abdicado do trono facilitando e muito minha vida. Então para mim não faz diferença se ele morre ou não, é apenas menos uma preocupação. Agora descanse, não é saudável que o futuro rei da Tailândia fique sem dormir.
A mulher sai dali sem qualquer outra palavra, Fiat estava desesperado e não sabia o que fazer, teve medo pela vida de Type e com certeza a mãe estava louca.
Ele andava de um lado a outro sem saber o que fazer, a mãe dele com certeza não estava no seu juízo perfeito e isso a tornava muito mais perigosa. Fiat estava desesperado, caiu no sofá de couro marrom, suas mãos tremia , seu corpo estava paralisado  e sua mente um completo caos. O homem que ele amava estava sequestrado e corria perigo por causa da ambição da sua mãe,  a pessoa que ele foi ensinado a odiar na verdade é seu irmão mais velho e seu tio na verdade é seu pai. Como sua vida tinha virado do avesso daquele jeito, tinha a vida que considerava perfeita em Londres  e começou a desconfiar de que até mesmo isso foi calculado pela mulher que antes ele considerava sua mãe. 
     - O que eu faço,  meu Deus? O que eu faço?  - ele batia o pé nervosamente no chão tentando encontrar uma saída, eles precisavam encontrar Type e trazê-lo em segurança.
Ele sai correndo dali e vai direto para a casa de Tharn, mesmo que não tivesse um plano formado na cabeça, ele teria que ter a ajuda de Tharn. Assim que entrou na casa encontrou o rapaz dormindo na poltrona,  ele tinha um copo de whisky  do lado e seu rosto ainda tinha as marcas das lágrimas secas. Fiat sentou-se no sofá sem fazer barulho,  todavia aquele lugar era o mais seguro para ficar no momento, não confiava mais na mãe para ficar perto dela, tinha medo dela o sedar e impedi-lo  de ajudar Type. Estava exausto, mas estava com medo de fechar os olhos, tentou apenas relaxar um pouco e quem sabe quando tiver mais calmo encontre uma solução. 
  

A Promessa ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora