Capítulo 53

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{POV. Keren}

Endley me emprestou algumas roupas suas pois as minhas estavam totalmente encharcadas, e depois me serviu um pouco de café quente enquanto eu, agora mais calma, explicava tudo a ela sentada no sofá da sala. Mesmo nem eu mesma sabendo ao certo o que estava acontecendo e muito menos o que fazer, Charles estava se desfazendo de sua vida e eu não sabia mais o que fazer para mostra-ló que ainda há muito pelo que viver. Não sei se meu amor é algo tão grandioso assim para ele.

- Puta merda, Keren. Quanta coisa. (Endley falou chocada após eu lhe contar tudo e eu apenas suspirei bebendo o café). - Mas e agora? Charles vai começar a fazer o tratamento? (Perguntou).
- Não sei, Charles se recusa a fazer o tratamento. Já faz meses que ele descobriu a doença e vem escondendo de todo mundo, nem mesmo Taddy sabia. Charles está cavando a própria cova, disse que não tem mais razão de viver depois que perdeu todos que amava. (Explico e passo os dedos nos olhos cansada).
- Não me admiro, Charles perdeu toda a família dele e estava brigado com todos quando eles morreram. (Endley argumenta).
- É mas nem todos que o amavam morreram, eu ainda tô aqui. Endley eu... Eu amo aquele homem e ele não está se enterrando vivo, está enterrando uma parte de mim com ele, caramba mano. (Digo com voz falhando ao sentir lágrimas nos olhos novamente).

Mas eu as enxugo antes que caiam e respiro fundo tentando me acalmar, então sinto o toque da mão reconfortante de minha amiga sobre meu joelho e ela me olha com um olhar compreensivo.

- Finalmente você assumiu que está gostando de Charles né? (Endley sorriu calmamente).
- Gostando não, eu amo aquele homem, amiga. Amo como nunca pensei amar ninguém. (Digo sincera). - E agora não sei nada do que fazer para ajuda-ló, para fazer Charles querer voltar a viver. Só ele próprio pode decidir isso e não sei se meu amor por ele é incentivo o bastante para... (Endley me interrompe).
- É sim, Keren. Teu amor é o que irá salvar, Charles.

Minha amiga diz firme e eu fico pensativa, então ela continua:

- Keren, pensa bem: Charles acha que não tem nada a mais a perder mas justamente agora tu aparece na vida dele, isso é um sinal amiga. Um sinal do destino que Charles tem que entender, uma segunda chance de ser feliz. (Endley completa).
- O doutor disse que ele pode ter de 14 à 17 anos a mais caso o tratamento funcione, mas se o tratamento se sair com bastante sucesso ele pode viver bem mais. Como o pai de Charles que viveu até os 67 anos. (Comento).
- Olha aí, sei que comparado a uma vida normal pode parecer pouco mas para uma pessoa como ele, pode ser uma vida maravilhosa. (Endley comenta). - Você tem que lutar, amiga. Lutar por Charles. (Ela completa e eu engulo seco).

Respiro fundo e fico a pensar, Endley está certa e eu tenho que tentar convencer Charles. Mesmo magoada com ele por ele ter me escondido essa doença, ninguém pode morrer se degradando sozinho, Charles tem que fazer isso não só por mim, mas por ele, por todos aquele que amam e que o amavam. Deixo minha xícara sobre a mesa pequena no centro na sala e me levando pensativa do sofá.

- Preciso pensar primeiro, não sei como fazer ao certo. (Digo com a mão no queixo pensando). - Seus pais estão em casa? (Pergunto curiosa).
- Não, estão analisando uma plantação ao sul, só voltam daqui uma semana. (Endley explica).

Endley me disse uma vez que os pais dela são agrônomos e ganham a vida ajudando agricultores e empresários da agroindústria, então faz sentido ela ter escolhido estudar botânica assim como eu.

- Será se posso passar uns dias aqui? Será rápido, juro que não dou trabalho. (Peço).
- Claro que pode, Keren. Precisa nem pedir que tu sabe que eu deixo. (Minha amiga falou e eu sorri agradecida). - Mas vai deixar Charles sozinho no hospital?
- Não, claro que não. Já já ligarei para a mansão, mandarei Cida organizar a casa para a volta dele, Sara a ficar indo o acompanhar no hospital até receber alta e Percy e Clark ficarem na segurança do mesmo. (Explico).
- Tu ama mesmo esse homem, nunca te vi assim com tanto cuidado com ninguém. (Endley comenta e eu coro um pouco).
- Mas agora eu preciso de um tempo pra pensar e não sei se consigo olhar para Charles agora sem querer dar uns tapas nele por ter mentido para mim. (Digo).
- Mas não vai desistir dele né? (Endley pergunta).
- Jamais, eu não conseguirei deixar Charles para atrás nem se tentasse. Tenho que o ajudar ou isso vai acabar me matando também. (Digo e ela assente).

Não, eu não posso desistir de Charles. Desistir de Charles é ter que conviver com um vazio que eu não sei se consigo suportar.
[...]

{POV. Charles}

Três dias depois...

Finalmente tive alta daquele inferno de hospital e a essa altura todos ao meu redor já sabem de minha doença, eu escondi tanto essa merda e ela foi jogada no ventilador de uma hora para a outra. Mas agora nada mais importa mesmo, essa doença vai me levar aos poucos e eu não sentirei mais essa dor que se alastra sobre meu corpo. Minha falecida esposa morreu por minha causa após brigar comigo e depois meu filho morreu também da mesma forma, talvez eu seja um amuleto de coisas ruins pois todos morreram da mesma forma e eu não pude fazer nada para evitar. Por isso nada mais importa para mim e eu só quero definhar aos poucos até apodrecer no inferno.
Quer dizer, na verdade, tem algo que importa muito: Keren. Nunca mais a vi desde aquele dia no hospital e ninguém me disse nada sobre ela, não consigo me esquecer de suas palavras: "- Nem todos que te amavam morreram, Charles. Você ainda tem a mim, eu te amo, Charles".
Não tinha mais uma relação profissional de acompanhante pessoal e seu senhor, agora estávamos os dois amorosamente ligados, pois eu também a... Não, eu não posso fazer isso com ela. Amar Keren é traze-lá para essa ruína comigo, e eu não me perdoaria se algo acontecesse a ela.
Meu corpo já não doí mais mas todos ainda continuam tendo o mesmo cuidado comigo como se eu pudesse me desfazer ao mesmo tempo, Sara abre a porta a minha frente e eu entro em casa. Então me assusto ao ver Sandy e August a minha espera na minha sala da entrada.

- Charles. Aí meu Deus!

Disse Sandy assim que me viu e correu vindo me abraçar, um abraço que me fez meus membros doerem um pouco mas eu me forcei a abraça-lá também.

- Sandy acalme-se, ou vai machucar ele. Charles acabou de sair do hospital. (August disse vindo em minha direção e Sandy se afastou aos poucos).
- Relaxa, eu já estou bem. (Digo rindo de lado). - Não sabiam que estavam em Los Angeles. (Comento confuso).
- Viemos o mais rápido que conseguíamos quando Keren nos ligou contando tudo sobre o acontecer, sobre Taddy e sua doença. (August explicou).
- Espera aí, Keren ligou para vocês?

Digo confuso e então passo o olho por toda a extensão da mansão mas não a vi.

- E onde está ela? Onde está Keren? (Perguntei confuso enquanto Cida aparecia na sala).
- Há dias ela não aparece senhor. (Cida diz e eu junto minhas sombracelhas em confusão).

Continua...

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🚫AVISO IMPORTANTE🚫
  Para a galera amante de história de ficção científica, fantasia e universo paralelo, eu acabei de lançar "As Essências do Destino". A história de um outro mundo onde as pessoas são dívidas em superpoderosos, aqueles que controlam o mundo e foram abençoados com superpoderes, e os neutros, os castigados pelo Destino que nasceram sem poderes. Nessa sociedade cada um tem sua função, regida pelo Destino desde o seu nascimento, ele é o grande condutor dessa sociedade.
  Uma monotonia que acaba quando o Destino uni três garotas para se tornarem amigas e mais ligadas do que elas imaginam, a sociedade de Riverside nunca mais será a mesma.
  Tenho certeza que vcs iram amar e criar muitas teorias, aguardo o apoio de vcs para mais esse desafio que estou pregando. Vão lá da uma olhada, favoritem, cometem e compartilhem. Bjs. ♡♡♡

My Lord (Meu senhor) - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora