Capítulo 13

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Koany

Nem se eu fosse encontrar-me com Apolo, o exuberante Deus da beleza, eu estaria tão nervosa. Já troquei de roupa umas dez vezes e nada ficou bom o suficiente.

— Preciso refazer meu guarda-roupa! — Penso comigo.

Decidi ir ao encontro do Johnata para esclarecer de uma vez por todas a nossa história. Ou ele ameniza esse sentimento de rejeição e abandono que carrego em meu coração, ou eu o mato de vez, por me fazer de idiota e por brincar com meus sentimentos.

Olho a hora pela milésima vez, estou atrasada. Coloco uma lingerie preta rendada que adoro, um tubinho preto de mangas 3/4 ,e aliso os cabelos, deixando-os soltos. Ponho um salto para alongar as pernas e uma make bem marcante nos olhos para finalizar. Preciso parecer confiante e determinada, mas a verdade é exatamente o oposto. Estou tão nervosa quanto a Koany adolescente do primeiro encontro estava naquela noite.

O interfone toca. É o porteiro para avisar que o motorista já está a minha espera lá embaixo. Dou uma última olhada em minha imagem no espelho, pego a minha bolsa e saio.

Enquanto fazemos o trajeto entre minha casa e a dele, repasso em minha memória todas as perguntas que pretendo fazer a ele. Não quero deixar passar nada, ou esse encontro será em vão. Tenho certeza de que ele pretende me enrolar e provavelmente me levar para sua cama novamente. Seu olhar safado lançado sobre mim todas as vezes que nos encontramos mostrava isso. Quem sabe até me usar como sua despedida de solteiro, já que o país inteiro sabe que ele vai se casar com aquela loira aguada da Kate Moss. Mas eu não pretendo deixar isto acontecer, não mesmo.

Ao pararmos em frente ao edifício, sou bruscamente arrancada de meus devaneios pela visão mais linda e desejada que meus olhos já viram. A porta se abre e ele me estende a mão para que eu saia do carro. Ele lança-me um olhar predador, analisando-me de cima a baixo assim que eu me coloco de pé diante dele.

— Boa noite, senhorita, você está muito bonita esta noite.

Ao ouvi-lo repetir a mesma frase usada antes em nosso primeiro encontro, quase tenho um treco. Maldito coração traidor, suas batidas são tão fortes que posso ver pequenos vagalumes em volta de meu olhar. A cena passa-me como um déjà vu e eu fico ali parada, olhando fixamente em seus olhos sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Apenas aceno com a cabeça e, em seguida, entramos em direção aos elevadores.

Ao abrir as portas, algumas pessoas saem e, quando passam por nós, sorriem para ele e olham curiosamente para mim. Devem estar pensando que eu sou o brinquedo desta noite. Olho para ele mal humorada.

— Algum problema, meu anjo? Ele me pergunta assim que o elevador se coloca em movimento.

— Não, nenhum problema. E eu não sou o seu anjo, e isto aqui não é um encontro.

Ele abre a boca para falar alguma coisa, mas o elevador para e eu saio andando em sua frente. Paro em frente ao hall de entrada e ele abre a porta, dando espaço para que eu entre. Se eu achava que ele tinha segundas intenções com este encontro, agora tenho certeza. A mesa de jantar está arrumada para dois com direito a velas, flores e tudo.

— Como sabia qual era a porta do meu? — Ele pergunta curioso.

— Eu não sabia, foi um chute — A lembrança do dia em que ele foi embora volta com tudo, me deixando ainda mais furiosa.

— Aceita uma bebida?

— Um Dry Martini, se tiver, por favor.

— Claro, princesa, tudo o que você quiser.

— Já disse que não sou sua princesa, pare de me chamar assim.

A verdade é que toda vez que ele se dirige a mim assim, com tanto carinho, tenho vontade de pular em seu colo e enchê-lo de beijos, esquecer tudo o que aconteceu e implorar para que ele me ame e me faça deletar da memória todas as vezes que chorei amaldiçoando seu nome. Mas é claro que eu não farei isso, jamais. O meu orgulho é grande o suficiente para me impedir de chegar a tal ponto. Sinto meu rosto queimar e viro-me de costas enquanto ele prepara nossos drinks. Tão leve como um puma, ele aproxima-se de mim. Sinto sua presença e viro-me bruscamente, ele entrega-me a minha taça e eu aceito-a, levando-a aos lábios e tomando meu primeiro gole. Em nenhum momento seus olhos deixam os meus, e eu, como sempre, não consigo me desprender dos seus. Não sei o que dizer, como agir, o que fazer no minuto seguinte. Ele tem o dom de me deixar assim. Abaixo minha cabeça e encaro a bebida em minhas mãos, procurando as palavras que não vêm.

Uma paixão sem limites (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora