Quinta-feira.

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Faltam apenas 2 dias.
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Hoje o dia já estava mais frio, com nuvens escuras ameaçando chover. Pequei uma jaqueta e estava pronto. Meu all star preto, uma calça jeans preta, camisa branca e jaqueta azul-escuro. Eu sei que fora a jaqueta eu ja usei essa roupa ontem, mas e daí? Ainda tá limpa.

Passei pelo quarto da Kathe mas não a vi por lá, desci para tomar café e então encontrei Kathe, ela parecia brava comigo, mas de um jeito bem fofo.

-Desculpa ainda estar te devendo aquela história Kathe, quer que eu chame os meninos aqui pra você dar uma bronca neles?
"Não." ela realmente estava brava.

Depois eu prepararia alguma surpresa pra ela. Mas agora eu tinha que ir pra escola.

***

Nada de mais. Eu não conseguia me concentrar sabendo que a Kathe ainda esvata brava comigo. Decidi que depois da aula iria até a loja de brinquedos. Feito isso tentei novamente prestar atenção mas foi aí que percebi que a professora não falava mais.

-Ei Diego. -chamei-o baixinho.

-O que? - ele disse igualmente baixo.

-O que é pra fazer? - olhei em direção a lousa e ele entendeu.

-Copiar o texto. -ele respondeu como se aquilo fosse óbvio. Talvez fosse mesmo.

-Só isso?

-É.

-Valeu. - e me virei para copiar o texto que estava na lousa. Admito que não foi tão fácil quanto esperava, na verdade o texto era grande e a letra da professora quase ilegível. Mas por sorte acabei antes do sinal bater.

No refeitório Gabriel ainda contava suas histórias enquanto o resto de nós conversávamos sobre o filme de ontem.

-Acho que eles poderiam ter melhorado os gráficos. -disse Tomás.

-Ah deixa disso os gráficos estavam bons mas vocês viram na hora que o morto respirou? Se eu fosse o diretor isso nunca teria acontecido. - Diego reclamou.

- Eu demitiria o camerâ, ele é péssimo não sabe nem focar nos atores nos momentos certos. -agora foi a vez de Henry

-Eu tenho uma leve impressão de que vocês já sabem que faculdade vão fazer e que farão os melhores filmes pra euzinho aqui assistir.

-Os melhores? Nós vamos é ganhar o oscar! - Tomás disse se exibindo.

E ri baixo com seu teatrinho que chamou mais atenção do que deveria.

- Vejo que ainda não se decidiu. - Diego chutou e marcou o gol da vitória.

-É, eu ainda não achei nada que me fizesse querer "fazer a diferença".

-Cara você precisa decidir esse é seu último ano aqui.

-Eu sei mas como vocês descobriram o que queriam?

-Vendo o quanto os outros eram ruins nisso. - respondeu Tomás.

- E resolvendo concertar. - completou Henry.

-Bela dica. Vou sair por aí e procurar alguém que é ruim no que faz.

- Não estamos brincando. - desta vez Gabriel que entrou no assunto. - Eu por exemplo serei um físico porque acho que algumas leis estão erradas e vou provar à aqueles genios de araque como é que faz.

- Hurum.

-Quando encontrar o que quer fazer vai descobrir que estamos certos.

O sinal tocou e voltamos à sala.

As próximas aulas não tiveram muita importância. Quando finalmente aquele sinal tocou eu pude sair e comprar uma boneca vestida de princesa pra Kathe.

***

-Kathe! Está aí? - gritei por ela ao chegar em casa.

Logo ela apareceu e ao me ver não se esqueceu da carinha zangada.

-Eu te trouxe um presente. - seus olhos brilharam ao ouvir essas palavras e percebi que tentou não sorrir.

Retirei a caixa embrulhada de trás das costas e desta vezes ela não conteve o sorriso. Então olhou-me desconfiada e disse: " Não é meu aniversário ".
"Isso é um pedido de desculpas" eu respondi. Então ela pegou a caixa e desembrulhou. Dentro encontrou uma boneca vestida de princesa, um mp3 já incluindo os principais contos de fadas e uma estua de porcela de um anjo em baixo de uma estrela cadente, a mais brilhosa de todas.
"Você não precisa esperar para ser um anjo, você já é um". Disse e ela me abraçou forte. Finalmente. Era tudo o que eu mais queria.
"Obrigada". Ela disse.

-Isso significa que estamos quites? - ela balançou a cabeça afirmando e eu senti um grande alívio dentro de mim.

-Está chovendo lá fora então Kathe, quer jogar um joguinho de tabuleiro comigo? - ela sorriu não precisava de resposta, eu já tinha a minha.

Preparei uma mamadeira para Kathe e depois passamos a tarde jogando. Até que Kathe adormeceu e eu levei-a para cama, logo depois percebi que também estava com sono fui para meu quarto e adormeci.

***

Acordei, ainda estava escuro foi então que percebi que havia cochilado no meio da tarde.

Levei um susto que meu coração quase parou quando vi que Kathe estava deitada ao meu lado na cama descansando, mas devo te-la acordado quando pulei de susto porque ela se moveu e olhou para mim com aquela carinha amassada.

-Kathe que susto o que está fazendo aqui?
"Queria dormir com você pra saber o que sonha". " Mas parece que você não sonha com nada". - ela me olhou cabisbaixa, como se fosse culpa minha ela não ter sonhado.

-Kathe isso não... - desisti, não fazia sentido mágoa-la de novo. - Eu não sabia que esta aqui, senão teria compartilhado me sonho com você.

O que era uma mentirinha? Não faria mal, eu só estava evitando decepciona-la.
"Então compartilha agora".

- Você não está dormindo. - ela baixou a cabeça nos braços e meu me arrependi de ter dito aquilo.

-Olha Kathe eu estou sem forças e sonho foi embora quando eu acordei. - ela pareceu chateada. - Mas posso contá-la a história que estava te devendo.

Ela sorrio e me entregou o livro que tinha deixado no chão. Ela era esperta, esperou eu acordar para contar-lhe uma história.

Eu ri baixo. Aconcheguei-a em meu colo e começei a ler. Desta vez ela não dormiu na primeira, acho que o cochilo de hoje ajudou nisso, então fui para a próxima quando terminei preparei uma mamadeira pra ela e a pus para dormir em seu quarto.

Já estava cansado novamente então também dormi.

A Cura Está Na Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora