Algemada.

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Mélanie :

Me senti mal depois que mandei Adriel embora. Mas não podia deixar que ele se apaixonasse por mim. Eu sempre estrago tudo. Meu destino era ficar sozinha e a única coisa de bom que poderia fazer a alguém é servir como cobaia para esses testes horrorosos.

Dormi um pouco para me acalmar.

***

-Mélanie? Está acordada?

Queria tanto dizer que não.

-Anda eu sei que está. Você não pode mentir para um médico.

Me sentei na cama, não adiantava tentar negar.

-Aqui tome. -ele me deu um comprimido azul e um copinho com água.

-Eu não quero. Já testamos esse comprimido eu acordei com cortes.

-Esse foi só o efeito por ter sido a primeira dose. Tome.

-Mas se isso aconteceu logo de primeira não deveriamos parar com ele?

-Você por acaso é cientista? Fez faculdade de medicina?

-Não. -respondi de cabeça baixa.

-Então não discuta.

Ao ver que eu ainda não havia colocado o comprimido na boca ele o pegou da minha mão e forçou-o pela minha garganta, depois encheu minha boca de água forçando me a engulir.

-Da próxima vez que se recusar, eu expulso-a desse hospital e te deixo para morrer lá fora na caçamba de lixo, entendido?

-Sim. Doutor Zimmerman.

E então eu começei a ter outro ataque, meu corpo se contorcia por vontade própria. E então eu sentia como se cada órgão meu doesse. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, e tudo o que podia ver era o doutor Zimmerman fazendo anotações. Como sempre.

Anotações... Adriel.....

***

E então acordei desesperada. Tomei bastante ar e olhei ao redor. Não tinha ninguém, será que tinha sido um pesadelo?

Não, claro que não, notei isso ao ver que tinha outra poça de sangue no chão e que minha perna latejava com três longos cortes na horizontal.

Bufei e deitei-me com força, tanto que bati minha cabeça na parede por acidente. Cruzei os braços e fiquei olhando para o teto. Não iria chamar uma enfermeira agora. Queria ficar sozinha.

Ou talvez não. Eu queria Adriel, queria vê-lo, me desculpar, queria poder conversar com ele. Será que já tinha vindo aqui enquanto eu estava inconciente?

Olhei no relógio que tinha na parede e percebi que não, meu nome era o último de sua lista ele ainda nem deve ter terminado de falar com o primeiro.

Resolvi chamar a enfermeira para poder perguntar sobre o Adriel.

***

Ela não demorou muito a chegar, e junto com ela estava o doutor Zimmerman para ver como eu estava depois do efeito do remédio.

-Vejo que já se livrou do efeito do remédio. Como se sente?

-Como sempre, com dor e sangrando.

-Ora não seja mal educada.

Fiquei de cabeça baixa enquanto ele anotava e a enfermeira limpava a sujeira.

Ele já estava saindo quando resolvi perguntar.

-Adriel vai aparecer hoje?

-Depois da briga que tiveram ontem? Não mesmo.

-Mas eu queria vê-lo, pedir desculpas por ontem.

A Cura Está Na Morte.Onde histórias criam vida. Descubra agora