Capítulo 11

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Dirijo pelas ruas calmas de uma segunda de manhã com um céu nublado parecendo que em algum momento do dia irá chover, porém não presto atenção nisso e muito menos na música tocando no rádio do meu carro nesse momento. Minha mente não consegue tirar da cabeça como vai ser quando encontrar Noah novamente.

Mil e uma possibilidades vão e voltam na minha cabeça, mas nada diz qual delas vai ser ou se é que vai ser alguma delas.

Só sei de uma coisa. Vou tentar evitar o moreno o máximo que conseguir. Minha vida será bem mais fácil se eu não o encontrar, assim não vou ter que passar por mais uma vergonha em sua frente. Além disso, não estou nada a fim de falar dos meus machucados.

Depois de mais alguns minutos dirigindo pelas ruas que pareciam que nunca acabavam, estaciono meu carro no lugar de sempre e olho para o prédio em frente ao estacionamento, desejando que eu pudesse adiar mais esse momento. Coço as cicatrizes em meus pulsos inconscientemente com nervosismo e ansiedade.

Percebendo que já estou enrolando muito, puxo as mangas do meu moletom sobre os pulsos e pego minha mochila no banco ao meu lado. Ando com a cabeça baixa o mais calmo possível em direção a entrada sem querer chamar atenção de ninguém.

Passo pelas portas e começo a andar pelo corredor aliviado por até agora ninguém ter me chamado ou me percebido, porém esse sentimento logo vai embora quando sinto uma mão pousar no meu ombro. Meu estômago, apenas com uma maçã e um suco, revira só pelo pensamento de ser Noah atrás de mim.

- Fala aí, loirinho – ouço a voz de Krystian e consigo voltar a respirar aliviado novamente, é tão bom ouvir um amigo depois de tudo.

- Oi Krys – cumprimento-o com um pequeno sorriso.

- Então, como vai a vida? Faz um tempinho que a gente não conversa – ele fala, pondo o braço nos meus ombros e logo começando a caminhar comigo lado a lado.

- Cara, a gente se viu na sexta.

- Sim, mas teve o final de semana nesse meio tempo e parece que você sumiu. Diz aí, tava com o gostosão, não é? – ele me olha sugestivo e com um sorriso sacana, fazendo que todo o sangue da minha cabeça vá para as minhas bochechas.

- Que? N-não, a gente quase nem se fala.

- Sei... – Krys revira os olhos – Nem tenta me enganar, loirinho, que eu lembro muito bem da sua saída estranha daquele quartinho de limpeza.

- Eu já falei pra vocês que não tem nada a ver. O zelador que pediu pra eu ir pegar a vassoura dele.

- Só se o Noah for o zelador e a vassoura for o pau dele, né?

- KRYSTIAN! – grito sem acreditar nisso, o puxo para um canto do corredor do lado dos armários, enquanto o outro apenas ri da minha cara. Belo amigo que eu fui arranjar.

- O que foi? – ele apenas pergunta ainda com aquele sorriso estampado na sua cara e diversão juntamente com pura malicia dançando em seus olhos.

- Você tá doido de falar isso?! – digo em tom de voz mais baixo, incrédulo – E se alguém escutar e espalhar essas mentiras?

- Mentiras? Isso é a pura verdade. Todo mundo tem que saber que o pequeno Josh aqui, o novato, prendeu o mulherengo e machão do Noah nas suas garras.

- Quem prendeu quem? – pulo de susto ao ouvir uma Any sorridente chegando perto de nós.

- O loirinho aqui prendeu o Urrea nas suas garras – Krys fala divertido, fazendo a cacheada ao seu lado abrir o maior sorriso que eu já vi e começar a dar pulinhos e gritinhos de felicidade.

Um Fio de Esperança • NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora