Capítulo 2: Angel

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- Vou ficar aqui, muito obrigada – agradeceu Angel ao Jack. Eles estavam na frente da porta da casa do chefe da polícia, outro amigo de Jacob.

- Tem certeza? – Jack insistiu – eu posso te acompanhar até a igreja.

- Ela disse que vai ficar aqui – pontou William.

- Sim, está tudo bem – Angel sorria, mesmo com os olhos inchados e as bochechas ásperas. Mesmo estando naquela situação, não queria preocupar ninguém, queria demonstrar que o desmaio que aconteceu em sua casa não fora nada grave.

- Senhorita Frye, está tudo bem? – o chefe da polícia, Frederick Abberline, abriu a porta e, com um sinal com a cabeça, a convidou para entrar.

- Tchau, Jack, muito obrigada de novo – falou Angel numa última olhada a Jack.

- Durma bem, Senhorita Angel – falou Jack, antes de virar de costas, ajeitar o chapéu na cabeça e, com as mãos nos bolsos, andar na densa escuridão chuvosa.

Fred pôs um braço nas costas de Angel e o outro segurava sua mão, a guiando para dentro de sua casa, juntamente com Ethan do outro lado. Assim que os outros assassinos entraram atrás deles, os guardas fecharam a porta da frente.



No segundo andar, estava Angel, sentada no sofá de costas para a lareira, havia um cobertor em suas costas, um em seu colo, e outro, por insistência de Ethan, em seus pés e uma caneca generosa de chocolate quente, olhando para as ruas escuras e chuvosas através da janela.

O estripador foi objetivo.

Ele atacou justamente a pessoa que uniu e encorajou Londres, e não era como se Jacob fosse um dos políticos que dariam todo o dinheiro para salvar sua vida. Jacob era um assassino muito bem treina-.

- Angel – Fred interrompeu seus pensamentos e sentou em um assento forrado com veludo a sua frente –, sei que não vai ser agradável para você falar sobre o assunto, mas eu preciso que fale.

- Se não estiver muito confortável não se incomode – disse Dylan se apoiando na parede.

- Não, tudo bem, falarei tudo o que precisa saber.



- Esses guardas vão escoltar junto de vocês... – Fred disse, mas a voz parecia distante por causa da chuva – ...ela pode ser o próximo alvo...

"O que ele disse...?" Angel sentia o seu corpo pesar, havia um braço que sustentava suas costas e outra suas pernas "estão me levando?", outro par de mãos a cobriu com uma capa de chuva.

- Vamos a levar para... – parecia que era William falando – ...lá parece seguro...

-Certo, mas chamei... – Angel não conseguia ouvir metade do que estavam falando,acomodou a cabeça no peitoral daquele que a carregava e seus olhos pesadostomaram conta de a deixar dormir mais. O barulho de chuva acomodou seus ouvidosenquanto os lábios de alguém pousaram em sua nuca.



William girou a chave e abriu a porta, um raio atravessou o céu fazendo Angel gritar. Por causa do susto Dylan a segurou mais firme para que não caísse e a pôs levemente no chão. Ela recuperou a postura e entrou no quarto. Os guardas permaneceram fora enquanto os assassinos entraram.

"O que está acontecendo?" ela sussurrou ao entrar.

- Você dormiu o tempo todo – disse Ethan – Dylan a trouxe.

Sem pensar, ela o olhou, e o olhar esverdeado de Dylan confirmou. Isso explica a confusão que estava sua cabeça. Nunca dormira enquanto estava sendo levada para algum lugar.

- Vamos dormir aqui por hoje – explicou William – relaxe, estamos em Westminster, não ocorrem ataques aqui.

Angel correu para a janela. É a melhor vista de Westminster tem: estava diretamente voltado para os jardins reais, com o castelo no fundo e o sol nascendo calmamente.

- Amanhã virá a sua mãe, Fred pediu para avisar. Eu vou dormir, se não se importa – disse Dylan deitando em um colchão no chão. O quarto era lindo, com uma cama de casal com dossel no meio e mais três colchões em volta. Se sentiria segura dormindo próxima deles.

- Está tudo bem, muito obrigada. – ela fechou as cortinas e também acomodou os travesseiros de todos para que eles pudessem descansar, ela fora a única que dormira essa noite, mas ainda deitou na cama com dossel, seria uma boa ideia poupar as energias.



Pling...

Pling...

Pling...

Algo pingava e escoria pelo seu rosto. De olhos fechados, Angel pôs a língua para fora e provou o líquido. Tinha gosto de... ferro? Angel abriu os olhos e ao seu lado estava o corpo de seu pai morto, Angel pulou da cama.

Como Jacob, ou melhor, o corpo dele foi parar ali?

Os colchões ao lado estavam vazios, bagunçados, todo o quarto bagunçado. Na janela havia um rastro de sangue, era tanto que parecia vir da própria chuva no lado de fora junto com a densa noite. Próximo da porta do banheiro havia uma sombra, parecia a sombra do abajur que havia ali, mas percebeu que a cabeça de Evie era segurada pelos cabelos por um homem enorme, com uma márcara e vestes manchadas de sangue.

O homem deu uns passos para o lado, deixando a vista o corpo de Lydia, ela estava sem um braço e parecia igual ao estado de seus pais.

- Angel Frye – o som que saia de sua boca não era exatamente uma única voz, parecia a mistura de várias vozes, agudas e graves, deixando Angel ainda mais apavorada pelo som psicodélico – a última da família Frye, a última assassina de Londres. Se é que podemos chamar de "assassina", nunca matou ninguém, nem mesmo uma mosca. Mas não se preocupe, falarei que você foi uma ótima assassina, porque agora é a sua vez!

Ele pegou um facão e se jogou em Angel.

-NÃÃÃÃÃOOOOO! – sua voz aguda ecoou no quarto.

Assassin's LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora