Capítulo 15: Dylan

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Ele se juntou ao casal, mesmo sem ter pedido.

- Onde planejas ir, senhorita Angel?

- Jack, já disse que pode me chamar de Angel.

- Mas gosto de te chamar de senhorita Angel. Você é uma princesa para mim e deveria ser tratada com muito respeito. – disse Jack.

"Ele a trata como criança" Dylan pensou, mas não falou, descontou a raiva em suas mãos que carregavam a cesta junto com as de Angel. Ela segurava a cesta com uma, e o braço de Jack com outra.

- Preciso ir à casa do meu pai, hoje – disse.

- É mesmo, estaria tudo bem se eu te acompanhasse junto? – ele perguntou.

- Quer dizer, se nos acompanhasse? – Dylan soltou. Os olhos verdes encontraram com os azuis de Angel. No primeiro momento ela pareceu confusa, mas seus olhares tinham uma conversa que não poderia ser dita em palavras, os olhos azuis tornaram a ficar alerta depois relaxaram, e enfim eles entraram em sintonia com os de Dylan. Ela havia captado o que ele quis dizer. Ele pode notar que Angel escondeu um sorriso meigo no rosto.

Angel retirou a mão de Jack e segurou o braço de Dylan e então se virou para explicar.

- É verdade, Jack, Dylan e eu estávamos indo para a casa de meu pai, sua companhia será bem-vinda, caso queira nos acompanhar.

Os olhos azuis de Jack cravaram nos de Dylan, seu maxilar se contraiu por alguns segundos antes de responder "Será uma honra, senhorita Angel".



Foi outro choque para Angel entrar novamente em casa e encontrar um estado parecido com o anterior. Foi difícil para que conseguisse juntar todos os seus documentos e mais algo que gostaria de levar junto para a Índia. Quando saiu parecia que estava carregando um trem emocional nas costas, embora fossem Jack e Dylan que carregassem todo o peso físico.

Antes de seguir para a próxima parada, Dylan pediu para que parassem em outro lugar iluminado e bem alegre para terminarem a torta. Seria bom que Angel pensasse em algo positivo antes de entrar no hospício para buscar seus documentos de nascimento, os três acabaram sentando-se em frente a uma igreja.

- Isso está uma delícia! – disse Jack, tentando ajudar Dylan na operação emocional que caía ladeira abaixo, Angel continuava com os olhos opacos pela falta do pai.

- Talvez algum dia, nós possamos ensinar Jack a fazer uma torta como essa – sugeriu Dylan, enquanto dava uma balançada no ombro de Angel, que assentiu, para olhava para o seu pedaço como se tentasse desviar do olhar de todos.

"Qual seria a próxima parada?" Jack sussurrou para Dylan. "O hospício" ele respondeu, por algum motivo os olhos de Jack se iluminaram e se levantou com um pulo.

- Vamos! – Jack estendeu a mão para Angel, que foi pega de surpresa – Vamos para o hospício logo! Nunca se sabe o que pode encontrar lá! – o rosto de Jack estava a centímetros do dela, e ela analisava todo conjunto de emoções que ele demonstrara de repente – Tenho certeza de que vai ser divertido!

A última frase fez com que ela piscasse, mas aceitou a mão de Jack, eles saíram e Dylan os seguiu um pouco mais atrás. "Como voltar para aquele lugar horrível iria ser divertido?" Dylan pensou, ele também havia passado algum tempo lá na infância. Havia sido sequestrado e obrigado a trabalhar lá durante quase cinco anos, quando Jacob Frye os libertou ele pode voltar para seu pai, mas decidiu se tornar assassino para que pudesse ajudar os outros.

Enquanto esteve lá, era obrigado a cuidar das crianças menores, lembrava que limpava a cela e entregava comida, caso racionasse errado ou deixasse de fazer algo, seria punido, mas sempre conseguia entregar um pouco do seu próprio prato escondido ou livrar uma de um castigo. Angel era uma das crianças que mais arranjava problema no início, enfrentava o que achava que estava errado, tentara sair mais de uma vez, ela definitivamente não tinha medo de apanhar. Em certo momento, seu colega de quarto começou a passar o castigo por ela, isso a abalou de alguma forma e a fez reprimir um pouco seu senso de justiça e seus talentos de furtivos.

Dylan deixou escapar uma risada. "Aquela pestinha conseguia destrancar as celas com um graveto, um garfo e um osso" ele pensou, mas ainda não compreendia como poderia ser possível se divertir naquele lugar. Angel e Jack iam na frente, e Dylan conseguiu ver que ela havia se encolhido no braço dele.

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