Capítulo 8: Jack

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Na manhã seguinte, Jack mal acordou direito, mas se viu correndo para o hotel. Após um tempo esperando, ele ouviu uma porta abrir e fechar, logo em depois, um som das batidas de um par de botas com salto descer as escadas seguido de um par de sapatilhas. Só podiam ser elas. Seu alvo principal e sua acompanhante, que, para Jack, não serviria de nada.

Jack enxergou seu alvo entrar em uma outra sala, seguida da acompanhante, quando se deu por conta que não teria nada em mãos para fazer uma "surpresa" a seu alvo, ele correu para fora, onde tinha uma praça com muitas flores. Olhou em volta. Ali. Aquele iria servir.

Jack sacou sua kukri discretamente (mesmo a maioria dos homens tendo uma arma, tem sempre uma mulher que grita), e só precisou fazer um corte, ele pegou pouco mais que a cabeça do cadáver (ainda meio vivo, ainda meio morto), tirou as armas do cadáver e o enrolou o rosto no pano que Jack carregava do bolso. Jack devia ter pensado melhor, o pano era branco e estava se sujando com o sangue. Não tinha mais jeito, ela segurou o pano com o cadáver para dentro de seu casaco. "Eu ando assim, pessoas a minha volta. Não nada de errado aqui." Jack repetia para si mesmo, mentalmente, tentando ignorar os olhares curiosos que tentavam enxergar o que tinha na mão escondida no casaco.

Jack entrou por onde tinha visto seu alvo pela última vez. Ele ia cada vez mais para dentro do hotel. Tinha uma sala bem discreta e com algumas panelas, e ali estava a acompanhante de seu alvo, de costas para a porta, no balcão mais distante, cozinhando. Mas o que realmente importava era seu alvo, a poucos metros atrás da acompanhante, a observando cozinhar, também estava de costas para Jack.

Jack tirou a cabeça do cadáver e, ao se posicionar na direita de seu alvo (um pouco atrás para o alvo não o ver), ele deu um leve toque com a cabeça do cadáver no lado esquerdo do alvo. O alvo se virou rapidamente e deparou com o cadáver, logo em seguida o alvo seguiu o braço de Jack, dando a ele uma expressão linda e um sorriso radiante, acompanhado de um lindo par de olhos azuis cianos.

- Jack, é lindo! – falou Angel – É para mim?

- Combina com teus olhos – Jack pôs o cadáver da pequena rosa azul no punho de Angel – Desculpe, não é um presente muito grande – ele falava enquanto enrolava os pequenos ramos da rosa, para ficarem firmes em seu punho –, mas foi o que consegui de última hora. E não se preocupe, eu tirei os espinhos da rosa.

- Não tem problema, eu achei lindo – ela falou. Jack ia por suas mãos nos bolsos, mas Angel fora mais rápida e pegou a mão de Jack que estava sangrando – Você se cortou. Foi com os espinhos da rosa?

- Nada com o que se preocupar – era um pouco vergonhoso para Jack admitir que se cortou com uma mera rosinha.

-Aw! Que fofo! – a voz aguda de Angel ecoou pela cozinha.

- Angel, os homens não gostam de ser chamados de fofos. Você tem que dizes que foram corajosos e bravos – falou Lydia sem tirar o olho da comida.

- Jack, muito obrigada pela sua coragem por ter tirado os espinhos da rosa para mim, você foi um bravo guerreiro ao aguentar o corte que a rosa lhe fez, e você foi muito fofo por pensar em mim.

- Fofo, não – corrigiu Lydia.

- Fofo, não – Angel repetiu – você foi um...

- Cavalheiro – ajudou Lydia.

- Cavalheiro – repetiu Angel.

Jack pôs sua mão direita (a que não estava sangrando) atrás da nuca de Angel e aproximou seus lábios do ouvido dela.

- Tudo bem, pode me chamar do que quiser – sussurrou ele.

- Fofo – sussurrou Angel de volta para Jack.

- Bom... Argg... Gostaria que você fosse a uma festa comigo esta noite. É na mansão da Dama Owers. Estaria livre?

- Bom, se a minha irmã deixar?

- Angel, ele está te convidando para sair. Só aceita.

- Eu aceito.

- Não precisa ir se não quiser...

- Eu gostaria de ir – falou Angel, decidida por si mesma, ela não aceitara porque sua irmã pedira.

- Ótimo, que horas eu posso vir te buscar?

- Antes de anoitecer – falou Lydia.

- Sim, senhorita.

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