Epílogo

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Angel ajeitou a roupa de Miguel novamente, ela não fazia a mínima ideia de como se ajustava um suspensório masculino direito.

- Você vai fazer esse rapazinho tropeçar nas próprias calças – disse William entrando.

- Desculpe, eu não entendo como funciona isso – ela disse, deixando que Wil tomasse conta desse detalhe.

- A propósito, você está bonita – ele disse enquanto entregava a Miguel a almofada com as alianças amarradas por uma fita de cetim. Angel se olhou no espelho, não poderia negar. Seu vestido estava fantástico, era volumoso no estilo princesa com brilhos na borda da saia, completamente branco. Lydia insistiu que não poderia ter um véu, nem mesmo uma coroa, então Angel optou por um diadema com algumas pedras. O look inteiro não parecia tradicional sem o véu, mas ainda estava lindo. Seus cabelos estavam amarrados com algo que Evie chamou de "trança pela metade", mas que estava bonito também.

- Você também não está nada mal – ela respondeu, não era comum ver Wil sem seu traje de assassino 24 horas por dia.

- Trouxe isso para você – ele entregou uma cesta para ela – Dylan falou que você poderia estar com fome.

Ela tirou a toalha e percebeu que era pedaços generosos de torta de mirtilo. Miguel se sentou na mesa e Angel serviu um pedaço para ele. Fazia três horas que os dois não comiam nada.

- Parem o casamento! – Ethan gritou entrando na sala minúscula que Angel aguardava, em seguida entrou Lydia – Uau! Você está incrível! Vim trazer uma coisa que Dylan pediu.

Ele entregou uma caixa, Angel achou que fosse uma flor ou algo bem feminino para que ela pudesse usar durante a cerimônia, mas quando abriu a caixa sabia que não era nada disso. Lydia teve que pegar o tecido e ajudá-la a vestir. Era um capuz branco. Com o bico de águia mais arredondado. As bordas eram repletas de bordados em linha prata e dourada. Ela percebeu que o comprimento era menor na frente, se estivesse sem o vestido estaria pouco acima dos joelhos, enquanto na parte de trás estaria abaixo.

"É perfeito!" ela disse.


***

As duas portas estavam fechadas e ela estava aguardando a sua entrada. Estava nervosa, mas feliz. Fazia dois meses desde o fim do estripador, houve uma cerimônia de enterro para Jack como vítima comum do estripador. A fortuna que ele havia guardado para fazer Angel feliz foi destinada inteiramente a ela, de acordo com o seu testamento. Mas ela preferiu doar metade para instituições carentes, e queria cobrir os custos do casamento com a outra metade, para que Dylan não sofresse uma facada antes mesmo de se casar, mas Jacob e Evie entregaram isso como presente.

Jacob, que agora conseguia se manter em pé e sorrir sem esforço, pegou sua mão e a beijou na bochecha.

"Meu anjinho, está pronta?" ele sussurrou.

"Sim!"

Os mordomos abriram as portas e a música começou a tocar na Igreja.

Ela avistou um por um de seus convidados. Os dois guardiões: Ethan, que manteve a promessa e não contou a ninguém sobre o relacionamento com Lydia (foi ela mesma que contou, sob ameaça de morte para qualquer um que estivesse a fim de tocar no assunto de novo) e William, que adotou Miguel e passou a ser seu tutor. Evie, que havia dado sua benção a Dy e reconhecido que Angel era uma mulher agora, estava junto de Henry, seu marido. Mais à frente estava Lydia, que surpreendentemente estava de vestido. Um vestido rosa cereja. Angel quase parou de andar para perguntar se ela estava bem, mas então seus olhos encontraram os de Dylan.

Os olhos verdes e brilhantes estavam contrastando com seus cabelos negros penteados para trás. "Perfeita" ele tinha dito com o olhar. Ela queria dizer o quanto ele estava bonito, mas tudo o que conseguiu transferir para ele foi: "A Lydia está com um vestido rosa!", o que o fez prender o riso e olhar pelo canto do olho para Ly.

O padre começou a falar, mas isso não interrompeu a conversa que os dois estavam tendo silenciosamente com os olhares. Ele tinha perguntado se tinha gostado do capuz, ela tinha dito que sim. Ela tinha perguntado onde iriam para a lua de mel, ele fechou os olhos e respondeu o cerimonial.

- Aceito – ele não iria contar aonde iriam, era parte da surpresa dele, saberia que se mantivessem o contato visual seria revelado o lugar. Então ele abriu de novo, e seus olhos diziam somente uma coisa: "confie em mim". Ela confirmou com a cabeça e respondeu.

- Aceito.

- Então vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

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