Capítulo 3: Freedest

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Quando acordei, Mac ainda dormia e estava quase caindo de sua cama. Me levantei e procurei um banheiro. Lavei o rosto, passei pasta no dente com os dedos, já que não tinha uma escova e voltei para o quarto. Lá estava Salomaio e Trisha olhando Mac dormir. Me aproximei e perguntei: 

––– O que vocês estão fazendo?

––– O que estamos fazendo não, o que vamos fazer! ––– Falou Salomaio.

Olhei para Trisha e ela deu uma pequena risada, como se estivesse imaginando o resultado do que Salomaio faria.

––– Acorde soldado! ––– Gritou Salomaio.

Com o grito Mac acordou extremamente assustado, debatendo-se na cama até cair dela. Indo de cara no chão. Nós rimos muito da queda de Mac, até um dos soldados de Eloy aparecer falando que o rei solicitava nossa presença.

Vesti minha armadura, peguei a espada, a garra e a pistola. Aquela arma doida continuava em meu pulso como um bracelete, e eu nem pensei em tirar aquilo para dormir. Após me preparar, sai da cabana e me encontrei com Eloy, que estava ao lado de um ônibus azul e branco.

––– Bom dia, nobre cavaleiro!

––– Bom dia para você também, rei Eloy.

––– Só um instante. Tenho um presente para você.

O rei então entrou no ônibus e logo saiu segurando um escudo, e me entregou dizendo:

––– Aqui está! Um escudo para você ser um cavaleiro por completo.

––– Obrigado!

––– Este escudo pertenceu a mim quando eu era príncipe e lutava ao lado de meu pai. Vamos, entre no ônibus, logo partiremos para Freedest.

Fiquei realmente impressionado por Eloy ter me dado seu antigo escudo. Isso mostrava que ele realmente confiava em mim, e que eu deveria ser o melhor cavaleiro de todos. O escudo era de metal, grande e pesado. Demorei para me acostumar com o peso. Ele tinha um formato triangular com as bordas prateadas e seu interior pintado com um azul extremamente escuro.

Salomaio, Trisha e Mac entraram no ônibus junto comigo e Eloy, e o ônibus começou a se movimentar. Aquele ônibus era muito grande por dentro. Tinha um banheiro, um quarto nos fundos e dois grandes sofás nas laterais, deixando um corredor para andarmos, além da cabine do motorista é claro.

O motorista havia dito que a viagem até Freedest não era muito longa, mas também não era curta, então aproveitei o tempo para ficar observando a paisagem, já que todos os outros tinham voltado a dormir quando se sentaram no ônibus.

O caminho até Freedest era por uma única estrada asfaltada de apenas duas vias. E ela atravessava planícies e colinas com poucas árvores ao redor. No meio do caminho, o ônibus real foi cercado por dois jeeps pretos com uma caveira no capo, que forçaram o motorista a diminuir a velocidade.

––– Rei Eloy, acorde! Acorde!

––– Viskill, o que foi meu filho?

––– Estamos sendo atacados!

––– Atacados? Puta que pariu, estamos sobe ataque! Acordem, levantem!

Com o alto tom de voz do rei Eloy, os outros acordaram e levantaram meio perdidos, pensando no que fazer. Eloy ordenou que o motorista fosse mais rápido e batesse no jeep da frente. Observando o ônibus, notei que ele tinha saídas de emergência no teto, e tive uma ideia.

––– Salomaio e Trisha, vamos sair no teto do ônibus, enquanto isso Mac atira pela janela.

––– Vamos lá! ––– Disse Salomaio abrindo a saída de emergência.

––– Mac, atire nos pneus do jeep da frente! ––– Eu disse.

Salomaio estava ajudando Trisha a subir no teto e entregando a ela seu arco e flechas, logo após seu escudo, e então ele subiu, e eu logo atrás.

––– Salomaio, de cobertura a ela. E Trisha, acerte o motorista do jeep de trás.

Os dois assentiram com a cabeça e foram para seus postos.

––– Motorista! Tente chegar o mais próximo possível do jeep da frente. ––– Falei com a cabeça para dentro do ônibus.

Quando o ônibus se aproximou do veículo, ativei a máscara do elmo, transformando o bracelete em arma. Então saltei para o teto do jeep, segurando-me no bagajeiro. Quando cai, um homem armado saiu pela janela de uma das portas de trás, e já lhe dei um tiro no rosto antes mesmo que ele mirasse em mim. Da janela do passageiro da frente saiu outro homem que acertou um tiro em minha ombreira, então também dei um tiro no ombro dele que arrancou seu braço, e outro em seu rosto. Segurando um pouco mais o gatilho do canhão, seu disparo é mais forte, e usando essa técnica atirei três vezes em cima do motorista. O veículo acabou saindo do estrada e bateu em uma árvore. Pouco antes de colidir, pulei e me segurei em um galho. Com os motoristas dos jeeps mortos e fora da estrada, o ônibus parou e voltei para dentro continuando a seguir para Freedest.

Quando chegamos em Freedest, o ônibus parou diante de um grande portão de ferro com um gigantesco muro que cercava a cidade, a protegendo dos monstros e do ataque de outros reinos. Quando o portão se abriu, o ônibus seguiu em direção ao castelo que estava em uma colina no centro da cidade.

A cidade era bonita, com calçadas de concreto, ruas asfaltadas e casas arrumadas. Os prédios não eram muito altos acho que os maiores deveriam ter dez andares, mas isso parecia ser para que se pudesse ter visão de toda cidade do castelo.

O castelo tinha uns quatro andares vendo de fora, feito de tijolos em um tom cinza claro e telhado azul-escuro, com janelas de vitrais simples. Quando chegamos ao castelo, Eloy disse a um de seus funcionários que nos guiasse até a sala onde almoçaríamos enquanto ele e Trisha iriam se arrumar.

A sala estava no segundo andar, e até chagarmos lá passamos por diversas outas salas e quartos. Na sala onde almoçaríamos a mesa já estava posta. Era um baquete de carnes, saladas e massas. Parecia que todas as pessoas do castelo iam comer, porém, só nós sentávamos a mesa.

O almoço continuou normalmente. Rei Eloy foi o último a terminar de comer e assim que ele levantou-se, um mensageiro entrou na sala e foi direto ao rei. Disse a ele algo que o deixou com uma cara de preocupação.

Eloy e Trisha falaram algo entre si e saíram da sala sem dizer mais nada. Mac estava saindo da sala também, porém não pelo mesmo motivo.

––– Pra onde fica o salão do trono?

––– Por aqui, jovem. ––– Falou Salomaio.

Voltamos para o salão do trono na entrada do castelo, e esperamos por Eloy e Trisha, que logo desceram as escadas com suas armaduras vestidas e armas na mão. Salomaio se aproximou do rei e lhe perguntou alguma coisa, se afastando logo após sua resposta. Apenas eu e Mac não sabíamos o que estava acontecendo, então nos aproximamos de Eloy, que estava na porta do castelo e perguntei:

––– Rei Eloy, o que aconteceu que você e Trisha ficaram tão preocupados?

––– Nada de mais meu filho... não se preocupem também. 

Knight Wreckers - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora