capítulo vinte oito

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Gilbert Blythe

Era hoje! Acordei determinado a acabar com isso, não podia permitir que a mulher que amo morra em hipótese alguma, nem que isso parta meu coração em mil pedaços.

Anne se levantou, tomou banho comigo, sim comigo, eu a carreguei pro banheiro comigo e bom... Foi maravilhoso, sem muitos detalhes.
Trocamos de roupa e fomos pra cozinha tomar café da manhã.

- Como você se sente Anne? - perguntei a olhando enquanto tomava seu café.

- Nervosa... hoje tem aquela festa né? Ainda não escolhi um vestido - ela ri um pouco - Quem diria que algum dia eu iria pra uma festa na casa Branca em Washington.

- Amor... - meus olhos começam a encher de lágrimas e completo. - nós não vamos mais.

- Quê? Ué amor porque? Algum problema?

- Olha... vamo lá em cima. - pego em sua mão e a puxo para o elevador. Nesso momento só Deus sabia o como eu estava mal, aquilo era a última coisa que eu queria fazer, mas precisava, não podia arriscar a vida dela dessa forma.

- O quê tá acontecendo Gil? - ela pergunta com tom de preocupação.

-  Quando a gente chegar lá em cima Eu conto, prometo.

Assim que chegamos no térreo, o sol era forte naquela manhã, mas o vento não deixava o calor invadir, caminhamos até uma ponta, onde tinha uma elevação, ou melhor, um cano de alumínio onde ficavam os fios e afins.

- E então... pode me explicar o que aconteceu? - ele diz já impaciente.

- Você... Você não foi a única que eu puxei pra cá naquela noite. - os olhos de Anne se arregalaram em surpresa. - O seu pai foi quem veio primeiro, e ele... tentou me matar também, aliás, foi por culpa dele que eu quase morri. E quando eu o atingi com a faca... ele se cortou mas, no mesmo instante o ferimento fechou, e o sangue sumiu, ele saiu correndo e não o vi mais. Então eu deduzi que... Ele não era um personagem fixo da história, Então era óbvio que ele não sofreria as consequências de ações feitas aqui, como por exemplo a facada. E da mesma forma você Anne, o tiro, você não era uma personagem fixa, então por isso não sofreu a consequência, mas agora que estamos casados... Você naturalmente vira uma personagem principal, fazendo com que você se torne alguém como todos, que pode morrer, Se machucar, e tudo mais.
Então o que eu pensei foi... se você pode desenhar pra me fazer não morrer, você pode desenhar pra mudar o passado/presente.

- Do que... do que você tá falando Gilbert ? - ela disse começando a ficar ofegante e com lágrimas nos olhos.

- Quero que você faça de tudo isso, ser um sonho, que eu tive enquanto estava internado, e que eu não me lembro depois que acordei.

Anne deixou algumas lágrimas escorrem e logo outros em sequência, ela estava chorando e isso me partiu mais ainda o coração.
Não é fácil ver quem a gente ama chorar de tristeza.

Anne Shirley 

Gilbert havia acabado de jogar uma bomba em cima de mim, não conseguia entender o porquê de toda essa paranoia dele, mas pela sua forma de falar vi  que... ele estava mesmo decidido a isso.

- Por favor Gilbert, não posso fazer isso com a gente - Eu o abraço forte na tentativa de o fazer mudar de ideia.

- Sinto muito. É pelo seu bem. - ele se afasta.

Ele começou a subir no cano que havia atrás dele, e em um piscar, ele se... ele se jogou. No mesmo instante apareci em meu quarto, em meu mundo...

"Será que ele está bem?" - foi meu primeiro pensamento.


Continua...

"𝙒" - 𝙎𝙃𝙄𝘽𝙀𝙍𝙏 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora