capitulo dezesseis.

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Gilbert Blythe

Eu não aguentei esperar a Anne, e comecei a andar pelas ruas. Quando fui atravessar a rua, vi um ônibus, nele tinha uma cartas onde anunciava a história em quadrinhos, que supostamente eu participava, o nome era... W. Andei mais adiante e parei uma pessoa aleatória, perguntei onde havia uma livraria, então a pessoa disse que havia uma a umas duas quadras dali, andei até lá.
Assim que cheguei fui direto pra seção de quadrinhos, e foi o primeiro que vi obviamente, a minha história.

Li todos os capítulos, dês do primeiro ao último, e pude confirmar que realmente tudo que eu havia vivido até agora era apenas uma história com acontecimentos pré-determinados dês do início.

***

Enquanto andava, a raiva que eu sentia apenas crescia dentro de mim, então tudo que sofri, tudo que passei até agora, foi tudo escrito pelo cretino de um cartunista velho? Era algo inadmissível, de todas as formas eu ainda era um ser humano, tinha sentimentos, sentia dor também, como alguém pode ser tão cruel assim?

Enquanto andava e pensava, uma pessoa passa por mim, eu resolvi a parar e perguntar onde esse tal cartunista morava.
Assim que a pessoa respondeu, caminhei até sua casa, não era tão longe então fui andando.

Assim que cheguei, o portão estava aberto então entrei.

— Q-quem é você? — um rapaz alto e loiro pergunta assustado ao me ver entrando.

— Gilbert Blythe — Vejo seus olhos arregalarem e ele ficar boquiaberto após minha resposta — Aqui é o estúdio do cartunista Mattew certo?

Ele apenas faz que sim com a cabeça.
Quando olhei pra mesa que havia ali, vi uma arma, uma linda colt 45, a peguei, e andei até uma porta que tinha ali.

A abri e vi um homem sentado em seu sofá, ele dormia em um sono profundo, em suas mãos ele segurava uma garrafa quase vazia de álcool.
Entrei e abaixei a arma, tirei a garrafa de suas mãos e o puxei pela gola de sua camisa.

— Então é você o tal cartunista Mattew? — pergunto já com mais  ódio no olhar.

— Q-quem é você seu otário?

— Então já esqueceu de sua mais famosa criação? — faço uma cara irônica. — tá na hora de você pagar por tudo que me fez passar.

Seu celular começa a tocar em cima da mesa, eu viro meu rosto por um segundo e ele me empurra em cima da mesa, nem ao menos percebi quando passei meu braço pela tela e atendi a ligação.

— Filho de uma put* — Vou pra cima dele e o jogo na parede o empresando.

— O Que você quer comigo?

— Fazer você pagar. — aponto a arma pra sua cabeça.

— Você nunca irá atirar, é apenas um personagem idiota de quadrinhos!

Empurro a arma em sua testa enquanto meus olhos marejam, eu queria tanto meter uma bala na sua cabeça, mas não estava conseguindo.

— Eu te criei! E sei que você nunca irá atirar no seu criador! E sabe como eu sei? Porquê você é apenas um personagem com ações completamente pré-determinadas!

Não sei o porquê mas o soltei quando olhei para trás dele e vi quadros, com fotos dele e de uma mulher que parecia ser sua filha... Anne Shirley, ela era filha dele.

— Personagenzinho idiota! Deveria ter te matado quando tive a chance, deveria ter te matado junto com sua família imunda!

Senti meu corpo queimar de ódio quando ouvi aquela frase sair de sua boca, me virei pra ele rápido e mais rápido ainda dei um tiro certeiro em seu peito, Mas que facilmente poderia ter acertado seu coração e o matado na hora, mas não quis me rebaixar assim.

Assim que o soar alto do disparo envadio todo aquele lugar, o mesmo rapaz loiro entra na sala correndo, ele gritava como louco ao ver o homem ali jogado e todo ensanguentado, Eu, claramente sai dali, e apenas depois senti a dor do arrependimento.

Sai da casa e parei ao lado onde havia vários sacos de lixo, apenas joguei a arma em cima daqueles sacos e continuei andando.

***

Havia parado em frente a uma ponte, a ponte do mesmo Rio onde eu havia tentado me matar a 10 anos atrás, e no mesmo instante, senti a mesma sensação que senti naquele dia.
Que não servia pra nada.
Que minha vida não fazia mais sentido de continuar.
Que não vale a mais pena tentar.

Subi no ferro que separava, olhei pra baixo já imaginando a enorme profundidade daquele rio. Por um segundo hesitei, mas depois não, meu corpo praticamente se jogou sozinho, e me afogou junto com minhas dores, minhas mágoas e ações ruins.

Anne Shirley

Estava no táxi voltando pra casa desesperada, já que sabia que Gilbert estaria lá, mas quando ouvi o barulho enorme de um tiro, peço desesperadamente pro motorista acelerar. Cheguei em uns vinte minutos em casa, e já estava cheio de ambulâncias e carros de policia.

Entrei e a porta da sala do meu estava aberta, fui até lá e assim que entrei o vi jogado no chão com um buraco no meio do peito.

Meu coração apertou e eu comecei a chorar desesperadamente enquanto o abraça no chão, Billy veio por trás de mim e com muito pesar me tirou de cima dele.

— quem fez isso com ele? — pergunto enquanto chorava abraçada a Billy.

— Gilbert Blythe, ele apareceu aqui do nada, e atirou nele.

"Por quê raios ele faria isso?" — pensei.

Eu precisava encontra-lo, mas precisava mais ainda ficar ao lado de meu pai nesse momento, isso era minha prioridade nesse momento...

"𝙒" - 𝙎𝙃𝙄𝘽𝙀𝙍𝙏 [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora