"𝙒" - 𝙎𝙃𝙄𝘽𝙀𝙍𝙏 [CONCLUÍDA]

capitulo dois

~Anne Shirley~

Me acordei com o esplêndido brilho do sol, que hoje raiava como nunca, era um belo dia de verão, os quais sempre me deixavam mais disposta e animada, para levantar e aproveitar o dia ensolarado que viria pela frente.
O som dos pássaros que cantavam animadamente do lado de fora de minha janela, suava como a mais linda melodia logo cedo.
Cole, dormia como uma pedra em sua cama logo em cima da minha, já que era uma beliche. Assim que abro definitivamente meus olhos, estico meus braços para o alto, me espreguiçando, algo que fazia sempre que acordava, para fazer meu corpo entrar em ativa e se esticar, para não doer quando me levantasse.

— Bom dia primeiro dia de verão! - digo baixinho. — estou tão animada para meu primeiro dia de volta ao hospital. Essas férias foram bem entediantes. — tomo coragem e me sento na beira da cama.

— Cole você não irá se levantar? Já está ficando tarde, chegaremos atrasados ao hospital — digo pegando meu celular e o desbloqueando.

Fico passando o feed de meu Instagram alguns minutos, até que de repente a mão de Cole escorrega da beirada de sua cama e bate em meu rosto.

— Aí!! - grito baixo por conta da dor.

— Ai Anne, desculpa, mas ninguém mandou você deixar sua cara no meio. — ele se levanta depressa.

— Preste mais atenção da próxima vez Cole. — digo um pouco brava — agora levante-se e vá se arrumar, temos que trabalhar. — me levanto e vou em direção ao pequeno banheiro.

Entro e tiro minhas roupas, as jogando sobre a pia que tinha ali, minha toalha já estava lá dentro, então não precisei me dar ao trabalho de a pegar. 

Tomei um banho frio, para evitar muito calor nas próximas horas.
A água fria que escorria sobre meu corpo, me fazia tremer um pouco, era cedo da manhã, e água estava congelando.
Estava imaginando o como aquele dia de trabalho seria um tanto quanto estressante, já que provavelmente  teriam muitos pacientes adoentados.

***

Vesti meu uniforme de trabalho, enquanto Cole tomava banho e escutava uma musica, a qual  eu não gostava muito, mas não ligava que ele escutasse, já que ele tinha o direito de ouvir o que quisesse.
Deixei também meus longos e ondulados cabelos ruivos presos em uma trança estilo boxeadora, a forma  que eu tanto amava o deixar.

Look da Anne:

Para concluir, passei apenas um leve gloss transparente em meus lábios. 

Estava sentada em minha cama, apenas esperando Cole sair do banheiro para irmos.

Então ele sai apenas com uma toalha na cintura, deixando toda sua barriga sarrada de fora.

— Aí meu pai! Seu tarado, vai vestir uma roupa! — Cole apenas ri e pega uma roupa em seu guarda roupa, logo voltando para o banheiro se vestir.

— Sabe Anne, na minha opinião você deveria arranjar um namorado — ele comenta de dentro do banheiro, mas alto o suficiente para que eu escute.

— Deixe de noia Cole, eu namorando? Jamais, preciso me concentrar na minha  profissão entende? E no seu lugar eu faria o mesmo — respondi o fazendo ficar em silêncio por alguns segundos.

— Realmente, que homem iria querer uma mulher infantil que ainda lê quadrinhos? — ele brinca me fazendo jogar uma almofada em sua cara.

— Tu não presta cara. — Rio me levantando e passando um perfume doce que gostava.

— Humm, eu amo esse seu perfume — ele fecha os olhos e fica sentindo o cheiro doce do perfume que agora, estava preenchendo o local.

— também amo. Agora vamo. — pego minhas coisas e nós saímos do quarto.

***

— Onde você estava Anne Shirley? Não percebe que está atrasada? — Exclamou meu professor enquanto a palma de sua mão batia fortemente na mesa de madeira a sua frente.

— Sinto muito professor, achei que estava no horário — minha cabeça baixa indicava completo arrependimento e decepção comigo mesma, por ser tão desatenta.

— Seu colega eu até entendo, ele nunca se atrasou, mas você Anne? Não sei mais quantas vezes precisarei lhe dar broncas. — ele se senta com uma cara de decepção a meu respeito.

Mas logo ele ergue a cabeça com um senblante um pouco melhor.

— Querida Anne, acho que tem uma forma boa de você se redimir. — sua expressão se suaviza e eu me acalmo.

— sim?

— Quero que descubra quem é o assassino da família de Gilbert Blythe — ele se referia a história em quadrinhos escrita por meu pai.

— B-bom... O senhor sabe que meu pai nunca cede, nem ao menos para mim, ele nunca irá me contar — Logo volto a perder as esperanças de me redimir.

— Eu a deixo abrir um coração... E o fechar, caso consiga descobrir quem é o assassino.

Não consegui evitar que um enorme sorriso tomasse conta de meu rosto, que até pouco era triste e decepcionado.

— Trato feito professor, irei fazer de tudo para que ele me conte.

— ótimo, agora pode sair. — ele estende sua mão em direção a porta, eu apenas sorri e sai.

***

Voltei para a sala onde trabalhava, e me sentei em minha cadeira, jogo minha cabeça pra trás e respiro fundo, logo Cole entra e começa a falar comigo.

— Você acha mesmo que seu pai irá lhe contar quem é o verdadeiro assassino? — A pergunta de Cole me deixa preocupada, eu sabia que meu pai nunca iria me contar.

— Não sei... Mas acho que não, ele nunca irá ceder — Qualquer  tipo de esperança já havia se esvairado de dentro de mim.

— Então porquê concordou com o professor  — seu tom carregava certa indignação.

— Ah, eu só queria sair logo daquela sala — Rio por perceber porquê realmente havia concordado.

— Bom... vamos continuar trabalhando mocinha. — ele se senta em sua mesa e começa a teclar em seu computador, então fiz o mesmo.