POV DINAH
- Para de andar assim, você vai furar um buraco no chão. - Lauren reclamava.
- Tô nervosa, é meu primeiro encontro com uma mulher.
- E a Paula? Num conta? - Ela me estendeu um copo de cerveja.
- Não... Eu tinha um show depois jantar e depois sexo... E foi algo sem uma segunda intenção.
- Hum... Entendi, a Paula era atração... A Anne é paixão. - Lauren colocou a mão no coração e suspirou, claramente me zoando.
- Para de me zoar JaureGay!!!
- Calma mana, vai dar tudo certo...
- Me diz, tem certeza que vai sair mesmo da casa da Normani?
- Claro, Normani e Ally precisam de espaço e privacidade... Por mais que elas queiram minha presença lá, eu prefiro me retirar... Afinal, eu tenho uma loft em cima do meu ateliê, nunca usei ele... Nunca dormi lá, será bom pra mim.
- É - Eu estava em pânico, não conseguia falar muito... Anne é diferente, é especial.
- Tô feliz por elas, elas sofreram muito uma longe da outra... Preciso correr com as alianças delas, todas as joias eu desenho com amor, mas essa eu vou desenhar com mais amor ainda!
- Você arraza
- Depois vou organizar minha equipe aqui do ateliê, estou avaliando dois funcionários meus, muito competentes para tocar os negócios por aqui.
- Vai visitar as outras filiais?
- Não, vou para a França.
- Visitar o ateliê na França?
- Na verdade não. – Lauren segurou minha mão. – Olha, Dinah, o que eu vou te contar, ninguém sabe e eu quero que você guarde segredo.
- Tá me assustando... Pode falar.
- Eu vou embora
- OQUE? NÃO! VOCÊ NÃO VAI! DE NOVO NÃO!
- Calma, me escuta... Camila se casa daqui alguns meses, eu não quero estar aqui, eu não quero ver isso acontecer, eu não vou saber lidar com isso... O único motivo da minha euforia em cogitar a morar aqui, era por ela, por achar que, eu teria chance de ficar com ela... Mas eu a perdi, ela prefere a Jessica do que ficar comigo! Eu perdi, eu não quero ter isso esfregado na minha cara. – Lauren passou os braços pelas minhas costas. – Ei, não fica assim, a gente vai se ver sempre... Somos irmãs e sócias, Fifth Harmony e Candie's nos une também.
- Me sinto frustrada com isso, eu queria tanto que vocês duas ficassem juntas. – Suspirei mostrando minha chateação. – Até posso ir nesse casamento da Mila, mas não aprovo isso e ela sabe.
- Você, Ally e Mani vão... Casamento é um dia especial, e todo mundo quer celebrar isso com seus melhores amigos! Camila vai precisar de vocês lá, e vai ficar muito feliz de vê-las ali... – Lauren deu uma pausa, ficou em silêncio com o pensamento longe. – Sem sombra de dúvida, ela será a noiva mais linda do mundo.
- Foda-se, seria a noiva mais linda se você fosse a noiva dela.
- Infelizmente não sou... Mas então, aonde Anne vai te levar? Com que roupa você vai?
- Não sei e não sei, ela não me disse onde vamos, nem o que vamos fazer! Tô em pânico justamente por isso.
- Calma, manda um whats pra ela... Pergunta pra ela.
- Pode? Tipo, não é estranho eu fazer esse tipo de pergunta?
- Não, pode fazer você explica que quer saber se precisa ir mais arrumada ou se é algo tranquilo.
- Tá, vou fazer isso. - Peguei meu celular em cima da cama.
Eu: Anne, boa tarde tudo bem?
Anne: Oi, boa tarde... Eu estou bem e você? Ainda vai poder sair comigo hoje?
Eu: Claro!!!!!
Anne: Que bom, como você me chamou aqui, achei que iria desmarcar por algum compromisso profissional e tal...
Eu: De modo algum, eu vou sim... Está no trabalho?
Anne: Sim, mas estou na sala dos professores, está no intervalo.
Eu: Ok, mas serei breve, eu estou pensando aqui... Você não disse onde vamos, ou o que vamos fazer... Sendo assim, eu estou perdida sem saber se preciso me vestir de uma forma mais formal e tal.
Anne: Ahh sim... Bom, não vou contar onde vamos e nem o que vamos fazer, mas te ajudarei com a questão do vestuário... Aconselho você a ir sem salto e com uma roupa que você se sinta bem, confortável... Não precisa ir chique não... Será tudo muito simples.
Eu: Mistério... Ok, não vou insistir... Obrigada pela dica.
Anne: Só quero tentar te surpreender, espero que consiga! Tocou o alarme aqui, vou dar aula... Daqui 4 horas nos vemos. Tchau Dinah.
Eu: Tchau Anne, bom trabalho.
- Pronto, agora sei que posso ir tranquila... Saia ou calça?
- Acho que essa calça jeans azul clarinho vai ficar perfeito!
- Seguirei seu conselho... Lolo, eu sei que você viu poucas vezes a Anne, que você conversou poucas vezes com ela, mas, o que você achou dela?
- Achei ela muito humilde, legal pra caramba! Tem um jeitinho tímido e muito inteligente... E ela te admira muito, e gosta muito de você.
- Você acha mesmo que ela gosta de mim?
- Sim, se não ela não te chamaria pra sair, para um encontro! Ela deixou claro que é um encontro... Tá com medo?
- Não é medo, eu só acho que sei lá a gente é tão diferente!
- E você conhece algum quebra cabeça de peças iguais?
- Não...
- Então, um casal não precisa ter o mesmo jeito... Os mesmos gostos, vocês podem se completar e eu realmente acho que isso é uma possibilidade entre vocês... Você é comunicativa, brincalhona, fala demais! – Lauren deu uma risada. – E ela, mais na dela... Resumindo, você foi feita para fazer as pessoas rirem... Se divertir, e ela, foi feita para rir... Se encaixam... Senta aqui no meu colo. – Me sentei no colo de Lauren. – Tenho notado você diferente, leve e feliz... É culpa dela essa felicidade?
- Ah, eu sou feliz, mas não vou mentir, ela consegue me fazer esquecer o que todos em voltam praticamente fazem questão de lembrar... Eu não me sinto famosa, as vezes nem lembro! Todos os caras que eu namorei ou apenas sai, me tratavam de uma forma... Que na maioria das vezes eles se mostravam apaixonados, interessados por aquela mulher que sobe no palco, canta e rebola... Não consegue ver a minha essência, meu jeito... A Anne, a primeira vez que ela me levou no abrigo de animais, ela ficou com medo sabe? Receio que eu acharia ruim e me sujar ou de cuidar de cães doente... Mas depois ela que ela viu que eu não me importava em me sujar ou coisa do tipo... Ela me trata de igual pra igual e eu gosto tanto disso... Que alguém me vê pelo o que eu sou de verdade e não pelo o que eu finjo ser no palco.
- Fico feliz por você, mas, você não fingi nada no palco
- Ah, finjo no sentido de, eu não me acho tão sexy... Eu não sou essa mulher que faz caras e bocas, e que se acha sexy e confiante... Essa Dinah surge só no palco! Eu sou uma mulher, mas uma mulher insegura com meu corpo.
- Dinah, até hoje você se sente insegura com seu corpo?
- Admito que sim.
- Para com isso, olha, você é linda! Se eu não te vissse como irmã... Já tinha te pegado!
- Cala a boca sua tarada! – Cai na risada. – Te amo.
- Oi? - Ela fingiu não ter ouvido.
- Te amo Lolo, do fundo do meu coração, eu te amo muito, acostumei a te ver quase sempre... Sentirei sua falta. - Comecei a chorar, Lauren é minha irmã e eu estava tão feliz em ter ela por perto.
- Oh linda, não chora... Vai demorar eu ir, tem o show da Taylor, tem as rádios... Tem alguns programas pra fazer, revistas... Tem o casamento NormAlly... Vou ficar aqui ainda uns três meses... Vai até se enjoar de mim.
- Nunca vou me enjoar de você Lolo.
As horas passaram voando, Lauren me ajudou muito! A me acalmar e a me arrumar... Eu estava nervosa, parecia meu primeiro encontro na vida.
Lauren disse que é um bom sinal, que a gente só fica nervoso nessas ocasiões quando a gente se importa mesmo com a pessoa.
POV ANNE
Já estou esperando Dinah sair por aquela porta já faz dez minutos... Será que ela desistiu? Não posso pensar negativo... Isso chega a ser loucura, eu achar que Dinah Jane está interessada em mim... É eu sei, é impossível, talvez ela aceitou meu convite pois não queria me chatear.
O que um mulherão daqueles vai querer comigo?
Não digo isso pela profissão dela, afinal, antes de ser famosa ela é uma pessoa normal e ela me mostrou isso... Mas de qualquer forma, não vou forçar nada, vou ficar na minha, se no final da noite acontecer algo... Eu vou ser a mulher mais sortuda do mundo.
E lá estava ela vindo em direção a minha moto, de tênis, calça jeans claro, uma blusa que deixa sua barriga de fora, um moleton por cima, cabelos levemente presos em um rabo na lateral e um batom rosa... Tão simples e tão linda.
- Oi – Tirei meu capacete.
- Oi! Como você está? – Ela me deu um abraço forte.
- Bem e você? – Entreguei o capacete dela em suas mãos.
- Muito bem! - Dinah analisava aquele capacete em suas mãos. – Capacete novo? Desde quando você gosta de rosa e dourado?
- Bom, você sabe que minha cor predileta é verde, mas esse capacete eu comprei para você.
- Sério? - Dinah abriu a boca em um perfeito "O"
- Sim, no final da noite você pode levar ele para sua casa... É teu, pra quando for sair de moto com a Lauren ou comigo.
- Lauren não desistiu dessa ideia de ter uma moto
- Tudo indica que não, ontem ela me chamou no whatsapp ficamos conversando sobre carros e motos, vou até levar ela aonde comprei a minha.
- Lolo não aprende, depois do acidente, se fosse eu, andaria só de bicicleta... Nada de carro ou moto! - Dinah deu uma risada, sempre amei esse bom humor dela.
- Ela ama velocidade, quando se ama isso... Não tem como largar.
- Diz isso com conhecimento de causa não é?
- Total! Agora, suba ai senhorita. – Dinah colocou o capacete e se sentou atrás de mim. – Pronta?
- Para oque?
- Hoje vou te levar a dois lugares, vamos primeiro a diversão... Fechou a viseira?
- Sim.
- Ok, então vamos! – Dinah me abraçou, envolveu minha cintura com suas mãos, eu fiquei sem reação, olhando as mãos dela na minha cintura, todas as vezes que andamos de moto, ela segurava em qualquer lugar, menos em mim... Acho que ela percebeu que eu estava olhando para suas mãos, e aos poucos foi tirando as mãos de mim. – Não, não... Deixa, eu não achei ruim. – Peguei suas mãos e envolvi na minha cintura.
Dirigi até um lugar praticamente abandonado, um galpão todo escuro.
Estacionei a moto, deixamos os capacetes ali.
- Que lugar é esse? Vai me sequestrar?
- Segredo, meu Deus como é bom olhar para você e não ter que subir tanto o olhar! – Soltei uma risada. – Você tem quanto de altura?
- 1,72 e você?
- 1,72
- Ah tá reclamando do que? Temos a mesma altura!
- Bom, até você colocar um salto 15! – Caimos na risada. – Aquele dia, no seu aniversário estava reparando nas meninas, principalmente na Ally, ela é bem baixinha não é?
- Uma anã! Ela tem 1,52, Camila 1,62, Normani 1,60 e Lauren 1,64... Sou a mais alta do grupo.
- Gosto de ver você falando assim, como um grupo, tipo, você tem sua carreira solo, mas você não deixa de tratar elas como um grupo.
- Somos, eu queria que fossemos mais... Mas preciso entender que elas tem já suas carreiras, mas até que tá legal, essa coisa de se encontrar e fazer um som bacana... – Paramos de frente a uma porta grande em um galpão. – É aqui?
- É, preparada?
- Sim! – Abri a porta de uma vez e acendi as luzes, Dinah colocou as mãos na boca em sinal de surpresa, ela não dizia nada, não sabia se tinha acertado na escolha, e do nada ela começou a chorar, entrei em pânico, acho que fiz merda.
- Calma, calma Dinah... Desculpa. – Abracei-a bem forte. – Vamos embora daqui.
- Não, não é isso, eu tô chorando porque eu tô emocionada... Eu nunca vim em nada parecido.
- Como assim, você nunca veio em um circo?
- Não... Eu sempre quis ir em um, mas, meus pais não tinham condições em me levar, então eu nunca vim em um, isso é lindo! – Dinah se desfez do nosso abraço e começou a limpar o rosto, para não borrar a maquiagem. – Desculpa se eu te assustei com minha reação.
- Calma, tudo bem... Deixa eu te ajudar aqui, borrou um pouco seu olho. – Passei meu dedo no lado dos olhos, foi ai que percebi que estávamos próximas demais, a minha vontade era de beija-la, mas eu não faria isso. – Vem comigo. – Segurei em sua mão e começamos a desbravar aquele lugar.
Mostrei tudo para ela, como era o camarim, ensinei um pouco de malabarismo, ficamos brincando por horas e horas.
Amarrei o equipamento de segurança em sua cintura, e desafiei-a para subir o lance de escadas até ficarmos 28 metros de altura do chão.
Ela é uma mulher corajosa, e estava se divertindo com aquilo, a sentei no trapézio, e desci até o chão e subi novamente do outro lado.
- Tem certeza que quer balançar dessa altura?
- Claro! Do chão eu não passo, e essa cama elástica enorme ali em baixo, posso pular nela depois?
- Se tiver coragem!
- Meu sobrenome é coragem!
- Agora senti firmeza!
Começamos a nos balançar, encontrando no meio, até que eu me joguei e cai 28 metros na cama elástica.
Dinah começou a rir, e se jogou também, por pouco ela não me acerta, seria um estrago se eu não tivesse saído rolando para o lado.
- Isso é demais! - Dinah parecia uma criança de três anos.
- É, eu amo isso aqui.
- Como você tem acesso a isso tudo?
- É da minha família, meus pais eram donos do circo... Viajávamos sempre, cada fim de semana em um lugar diferente, acho que é por isso que eu gosto tanto de escola, na minha infância e adolescência eu nunca frequentei nenhuma... Estudava em casa, e fazia as provas pelo governo.
- Legal, você tinha alguma função aqui?
- Quem trabalha em circo faz de tudo um pouco... Eu já fui trapezista, quando eu tinha uns 14 anos eu comecei no trapézio, mas antes eu era palhaça.
- Palhaça? Sério isso?
- Sério! Me acha muito séria?
- Um pouco.
- Bom, com uma peruca, um nariz vermelho e cara pintada eu posso me transformar, volto a ser a palhacinha Boo.
- Boo?
- É - Fiquei vermelha pelo jeito que ela disse Boo.
- Isso é fofo!
- Meus pais tem vídeos da época do circo, eu comecei com 5 anos, é até engraçado, acho que criancinha vestida de palhaço já é engraçado por sí só... Fazia sucesso.
- Imagino Boo. – Dinah soltou uma risada. – Queria te ver de palhaça.
- Aqui não tem tinta, mas um dia eu compro e me pinto e te pinto também!
- Meu snapchat vai bombar!
- Sim! – Ficamos em silêncio e foi ai que eu ouvi a barriga de Dinah roncar, de imediato ela ficou vermelha de vergonha. – Ah meu Deus, me empolguei tanto em estar aqui que até esqueci de te alimentar, vem... – Ajudei Dinah a sair da cama elástica. – Outro dia te trago você aqui novamente se quiser.
- Quero voltar mesmo... Amei isso aqui, amanhã eu vou postar as fotos.
- Tudo bem, agora vamos, pois você está prestes a comer a melhor massa da sua vida!
- Quer me engordar?
- Quero te ver feliz, e comida é aquele tipo de coisa que deixa todo mundo feliz.
Saímos do galpão, e fomos até um restaurante que já estava fechado, mas eu tinha a chave.
- Você tem a chave de tudo? – Dinah disse em tom brincalhão.
- Tudo o que é dos meus pais.
- Esse restaurante também?
- Sim, como o circo não estava dando lucro esperado, e meus pais eram donos, eles escolheram Miami para morar, pagamos todas as dívidas e despesas, compramos aquele galpão para guardar as coisas do circo e oque sobrou compramos a casa onde meus pais moram e esse restaurante... Nossa família cozinha bem, minha mãe aprendeu com a mãe dela, minha vó que já faleceu era uma italiana tradicional e minha mãe ensinou a cozinhar, cozinho muito bem!
- Você é muito modesta.
- Realista, não vou ser humilde se eu cozinho muito bem, fique à vontade . – Sentei Dinah em uma cadeira, aqui está o cardápio, pode escolher o que quiser.
- Quero macarrão a moda da casa.
- Excelente escolha.
- Ei, onde você vai?
- Cozinhar, eu que vou fazer o nosso jantar.
- Não quero ficar aqui sozinha nesse salão cheio de mesas, posso ir com você? Prometo ficar em um canto, conversando.
- Ok, mas terá que colocar uma toquinha de plástico para não cair o cabelo na cozinha. – Dinah concordou e me seguiu, coloquei a touca em seu cabelo.
- Como estou? - Dinah fez uma pose de modelo com a touca na cabeça.
- Linda. – Dinah abriu um sorriso que foi capaz de iluminar meu mundo. – Você fica linda de qualquer jeito.
- Você também, até com uma toquinha de plástico na cabeça.
O jantar ocorreu bem, Dinah me contou sobre a infância pobre, porém feliz que ela teve.
Me contou da loucura que ela teve que fazer de vir para Miami com pouco dinheiro participar do The X Factor.
Dinah quando fala da família os olhos dela cria um brilho especial.
Conversamos e nos divertimos a noite toda, quando resolvemos prestar atenção nas horas, já era quase quatro da manhã... Com ela é assim, o tempo voa.
Levei-a para a casa, parei minha moto de frente a sua mansão.
- Me acompanha até a porta?
- Claro! – Saltei da moto. – Aqui o serviço completo. – Dei uma risada, enquanto prendia meu capacete na moto, Dinah me entregou o seu capacete. - Não quer?
- Você realmente me deu?
- Claro, comprei especialmente pra você. – Dinah pulou em meus braços, e me deu um abraço gostoso. – Gostou do presente?
- Amei! Mas não pense que isso vai te livrar de me levar até a porta.
- Mas disso eu faço questão! – Peguei na mão dela e fomos caminhando em silêncio até a porta. – Pronto, está entregue. – Disse totalmente envergonhada. – Muito obrigada Dinah, obrigada por ter saído comigo e espero que tenha se divertido.
- Me diverti muito! Nem precisa me agradecer, pelo contrário! Eu que te agradeço, você me levou em um lugar incrível, depois me fez engordar com aquele macarrão maravilhoso! Fora esse capacete super lindo!
- Feliz que você tenha gostado da noite, é amanhã que você vai para Nova York com as meninas?
- É, Ally escreveu uma música que pelo visto ela fez para a Normani... E a gente vai fazer essa apresentação surpresa naquele programa Today Show, todo dia tem uma atração diferente, mas ninguém sabe que vai ser nós cinco... Será só uma música, chama Like Mariah... Até agora não entendi o que o nome tem a ver com a inspiração. - Dinah ficou pensativa. - Normani não se parece com a Mariah... Mas voltamos logo, Camila tem plantão no hospital, Normani e Ally estão surtando com essa coisa de organizar um casamento, ou seja, amanhã umas três da tarde, já vamos ter voltado. Mas enfim, espero que você assista!
- Claro, não vou perder. – Sabe aquele silêncio constrangedor? Pois é, estávamos naquela situação, então resolvi me despedir. – Eu vou indo, você precisa descansar... Eu também, a gente se fala depois.
- Tá... Espera eu abrir a porta e por esse capacete em cima da mesa, é rapidinho. – Dinah entrou correndo dentro de casa, pude ver ela colocando o capacete em cima da mesa, e voltando na mesma rapidez. – Pronto... Anne, eu realmente tô muito feliz pelo convite e pela noite incrível, há tempos eu não me divertia assim.
- Eu também, eu admito eu estava meio tensa... Você é meu primeiro encontro depois de toda aquela história que eu já te contei. – A história que eu contei para Dinah quando começamos a ficar mais próximas, foi que eu era viúva, eu tenho 29 anos e durante três anos fui casada, porém, minha esposa, estava em um trem na Europa, passeando na casa dos seus pais, e o trem foi vítima de um atentado terrorista, ninguém sobreviveu. Eu perdi esposa, sogro, sogra e dois cunhados. Passaram se dois anos, e nesses dois anos eu nunca tinha tido um encontro, nem saído com outra mulher, nem beijado. – Tivemos uma ótima noite... Acho que não cometi nenhuma gafe.
- Não! Você foi ótima! Você foi gentil, educada, engraçada, atenciosa e uma ótima companhia.
- Nossa... Digo o mesmo de você, de verdade. – Dinah estava visivelmente envergonhada, e isso era fofo de se ver, com as mãos inquietas, um pouco nervosa talvez. – Dinah, eu vou indo... Já são cinco da manhã, você precisa descansar... Tchau. – Me afastei um pouco dela, e quando eu me virei, senti a mão de Dinah me impedindo de ir.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não... Sim, digo, não ainda. - Ela estava confusa e com o rostinho meio vermelho.
- Você está passando bem?
- Tô, é que... Eu quero muito fazer uma coisa, mas eu não sei se devo.
- O que?
- É complicado falar! – Dinah estava inquieta, nervosa e vermelha como um tomate. – Ah quer saber? Vou fazer! – Sem demora, Dinah me roubou um selinho demorado, eu fiquei sem reação, eu não esperava... Aquilo era bom demais para ser verdade. – Pronto! Tá feito! – Ela se distanciou um pouco de mim, seus olhos pareciam buscar uma resposta se eu tinha gostado ou não. – Tá brava comigo? Anne?
- Dinah... – Eu não conseguia completar uma frase, peguei sua mão e a puxei para mais perto, envolvi sua cintura com meus braços, pude ver sua expressão se suavizar. – Você é tão linda. – Aproximei minha boca da sua e iniciei um beijo, sua boca deu passagem para minha língua e ficamos um bom tempo em perfeita sincronia em um beijo calmo e intenso, um beijo que se não me faltasse ar eu não pararia, terminamos o beijo, com selinhos intermináveis, trouxe seu corpo para mais perto do meu e ela se aconchegou em meu corpo, meu coração batia acelerado, como não batia há anos... Não dava para acreditar que aquilo estava acontecendo, senti seus dedos fazendo um carinho em meu cabelo, aquilo já era o cumulo da perfeição. – Não quero te soltar, mas preciso ir.
- Tem mesmo? - Ela disse de um jeito manhoso e aquilo me derretia.
- Tenho, tenho aula para dar daqui quatro horas.
- Não se assusta com o que eu vou te dizer. – Dinah ficou na minha frente segurando minha mão. – Mas, eu não queria que ficasse somente nesse encontro.
- Porque eu me assustaria?
- Sei lá, você está tanto tempo, sozinha... Não sei o que você pensa do futuro, não sei.
- Bom, você tem razão, eu me acostumei com a solidão... Mas, eu também não quero que fique só neste encontro, você é uma pessoa incrível e muito especial Dinah, não vou mentir, bate um frio na barriga quando eu penso no pacote que vem com você... Fãs, uma parte deles não sabem o limite... Vem a fama, vem sua vida e agenda agitada... Eventos, shows, viagens e reuniões. – Dinah deu um suspiro pesado. – Mas, você é tão encantadora e especial que eu posso tentar me adaptar com isso.
- Sério?
- É, só te peço duas coisas... Vamos com calma, sem rótulos e por favor, tenha paciência comigo, você sabe eu sou meia antissocial.
- Tudo bem, eu te entendo.
- Preciso ir, será que eu ganho um beijo de despedida?
- Humm. – Dinah cruzou os braços e fez careta, colocando o dedo em seu queixo fingindo pensar o que poderia fazer por mim, merecia ou não um outro beijo? Eis a questão. – Acho que posso te dar mais um beijo. – Dinah capturou meus lábios iniciando mais um beijo.
Nem sei como cheguei aqui em casa, não me lembro de ter pilotado até aqui, eu estava pisando em nuvens... Vocês tem noção que Dinah Jane me beijou! Você tem noção do que é Dinah te dar um beijo?
Digo isso, não pela fama dela... Mas por ela ser essa mulher incrível de alma e com um corpo que chama atenção de qualquer um.
Ela é incrível, o jeito como ela sorri...
Como ela meche o cabelo, suas brincadeiras, seu jeito!
Sentada no sofá de casa, com um copo imenso de café para me deixar acordada e atenta para dar aulas.
Aquilo que há meses eu suspeitava, essa noite se confirmou...
Eu estou perdidamente apaixonada por Dinah.
Completamente apaixonada por ELA.
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Consequências
FanfictionO primeiro amor, deveria ter esse nome justamente por ser o primeiro... Mas, e quando você não consegue se desligar do passado? Um passado onde seu primeiro amor machuca, lhe engana e te abandona. Quando a conheci, um turbilhão de sensações, de von...