O primeiro mês

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POV CAMILA

Uma semana que Lauren ficou internada, eu poderia dizer que foi uma semana de puro caos!

Jessica estava impossível, certa noite eu vim ver ela que estava de plantão (mentira inventei uma desculpa para ver a Lauren).
E peguei a Jessica no quarto da Lauren, que estava dormindo tranquilamente.
Tirei ela de lá correndo, e tivemos uma baita discussão. Ela disse que só queria ver se Lauren estava bem... Foi impossível acreditar nisso.

Também foi um caos porque tinha enfermeiras que nem era da ala de onde a Lauren estava, e sempre as via muito preocupada com ela... Traziam chocolates, doces, frutas... Uma trouxe até um vídeo game portátil para a "pobrezinha" da Lauren passar o tempo... Elas são uns amores não é mesmo? (não, não são!).

Certa vez encontrei a Suzy a enfermeira mais galinha do hospital, ela nunca foi de esconder sua galinhagem... Ela saia com alguns médicos do hospital (a maioria casados) e com algumas mulheres também... Ela já deu em cima de mim várias vezes, principalmente quando soube que eu era gay, logo no começo quando entrei no hospital.

- Tenho certeza que você vai se recuperar logo Lolo... Ai faço questão de te levar para conhecer meu apartamento, gosta de comida mexicana?

- Agradeço o convite, gosto sim! – Lauren deu um sorriso simpático.

- Eu ví todas as apresentações do Fifth Harmony e fiquei boba com sua desenvoltura, sua cara de brava misturado com seu talento para dança.

- Sério? – Lauren disse sem graça. – Devo isso a Normani, ela dança muito bem.

- Admito que até a doutora Camila, eu fiquei chocada, ela tão séria, brava... Chata mesmo, esbanjando simpatia e dançando horrores! – Suzy soltou uma risada.

- Que bom que você não viu que eu sou chata – Falei surpreendendo-a.

- Doutora! Nossa, eu estava brincando! Eu..

- Você oque? Até onde sei enfermeira, a sua ala é outra... Lauren já tem gente suficiente cuidando dela.

- Bom, é melhor eu ir...

- É, melhor você ir mesmo. – Cruzei os braços e fechei a cara.

- Tchau Lolo. – Suzy deu um beijo na bochecha de Lauren e saiu.

- Lolo? – Perguntei. – Que intimidade é essa? Como ela sabe um dos seus apelidos?

- Ela me perguntou se eu tinha um apelido, eu falei Lolo... Como assim um dos?

- Dinah te deu vários apelidos, Lauren JaureGay... Lagartixa... Lagartixa albina, folha xames, Lúcifer Jauregui e... – Lauren me interrompeu.

- Tá, eu já me lembrei... Cara, Dinah não é capaz de compor uma música, mas para inventar apelidos ela é ótima, definitivamente ela deveria canalizar sua criatividade para coisas produtivas. – Lauren me olhou desconfiada. – O que está fazendo aqui essa hora?

- Eu? Ué, eu tive que visitar uma paciente e aproveitei para ver se estava tudo certo para sua saída amanhã. - Menti. – Bom, amanhã você sai do hospital, provavelmente de manhã.

- Você vai estar aqui? – Lauren perguntou.

- Acho que não, mas de qualquer forma nos vemos depois de amanhã, na terça, na parte da tarde você irá na minha clínica.

- Estou com medo – Ela disse se encolhendo na cama.

- De mim?

- Não... Medo de não sair da cadeira de rodas, meus pais estão tentando me animar, dizendo que compraram uma cadeira daquelas que eu mesma posso controlar com controle... Ela até pode correr um pouco, mas eu não quero usar ela para sempre.

- Você não vai, por alguns meses, talvez... Às vezes você vai pensar em desistir, te conheço, você gosta de resultados imediatos... Será um bom exercício para paciência.

O dia da liberação da Lauren chegou, eu não estava lá, mas Dinah me mandou um vídeo dela saindo correndo pelos corredores na cadeira de roda motorizada.
Mesmo depois de um acidente de carro, pelo visto ela não tomou medo da velocidade.

No dia seguinte, eu admito estou nervosa, hoje seria a primeira sessão dela, seria um desafio não só para ela, mas para mim também... As sessões podem ou não dar resultado e eu não me perdoaria falhar com a Lauren, justo com ela não.

Três horas da tarde, Debby me informou que Lauren já havia chegado.
Respirei fundo e fui receber minha paciente.
Lauren estava de calça de moleton, regata e jaqueta... De couro (fico imaginando quantas jaquetas ela deve ter, e como ela consegue combinar uma jaqueta com qualquer roupa).

- Boa tarde gente.

- Boa tarde Camila – Disse Mike levando um tapinha no ombro. – Oque eu fiz Clara?

- Aqui dentro é doutora Camila... Ou doutora Cabello.

- Não precisa dessa formalidade, vocês são como minha segunda família... Estamos em casa. – Dei um sorriso. – Vejo que todos quiseram vir.

- Estou me sentindo uma criança indo pela primeira vez a escola, eu disse que uma pessoa só já bastava! – Lauren disse reclamando. – Agora, mãe, pai e os dois irmãos! Isso chega a ser brega.

- É só hoje sua bravinha. – Cris se abaixou apertando as bochechas da irmã. – Doutora Cabello, depois da sessão será que eu poderia falar a sós com você? – Cris me perguntou em tom sério.

- Logico Doutor Jauregui, mas já aviso, eu ando muito atrapalhada com meus compromissos, então no final da sessão me lembre que precisamos conversar. – Cris deu um sorriso, e eu me agachei para ficar na altura de Lauren. – Vamos? – Dei meu melhor sorriso para ela.

- Quer carona? – Lauren fez um gesto para sentar no seu colo, e todos começaram a rir, inclusive eu. – Nem vou cobrar a corrida!

- Agora você tem mais um pretexto para dar cantadas não é mesmo filha? – Mike disse.

- Exatamente! Não tenho mais a minha Ferrari preta, mas tenho essa cadeira aqui... Em certas ocasiões ela até é melhor do que o carro! No carro não posso colocar ninguém no meu colo!

- Esperta você Lauren, mas eu não vou cair nessa... Gente me sigam por favor, vocês vão ficar na sala de espera enquanto eu e Lauren vamos trabalhar.

Deixamos o pessoal na sala de espera, dentro da sala não é possível vê-los, mas nós tínhamos consciência que eles estavam ali nos observando.
Primeira coisa, tirar Lauren da cadeira de rodas... Me pocicionei e comecei a colocar ela em meu colo.

- O que você está fazendo?

- Te tirando da cadeira

- Não! Deixa que eu dou um jeito de sair, você toda magrinha, é capaz de se quebrar toda, eu sou pesada.

- Ser magra não me faz fraca, e eu pego diariamente diversas pessoas no colo, pessoas gordinhas e gordonas, acredite, dou super conta de carregar você no colo. – Sem aviso prévio a levantei da cadeira, com o susto que ela levou, automaticamente suas mãos entrelaçaram meu pescoço, para ela se sentir confiante resolvi esbanjar, fiz hora até coloca-la no chão. Dei uma volta andando tranquilamente pela sala, até fingi dançar com ela, até que finalmente coloquei-a no tapete de borracha. – Pronto, agora provei que sou forte?

- Sim. - Lauren me deu um sorriso.

- Ótimo, vamos trabalhar. – Todos os procedimentos foram feitos, Lauren tinha uma força de vontade incrível, isso facilitaria meu trabalho, ela fez tudo o que eu pedi, reclamava de dor as vezes, mas aguentou firme, depois de duas horas tínhamos acabado.

- Lauren, parabéns você é bem forte.

- Obrigada.

- Na próxima sesso tenta vir de shortinho e uma blusa mais larguinha, como se tivesse indo a academia ok?

- Tudo bem, a calça de moletom não foi boa ideia não é?

- É, ela fez as coisas ficarem meias complicadas. – Segurei ela no colo e coloquei-a na cadeira. – Prontinho.

Saímos da sala e os pais da Lauren estavam em prantos.

- O que aconteceu mãe?

- Nada, me emocionei com você na fisioterapia. – Lauren fez uma cara engraçada. – Está decidido, na próxima vez só o Cris ou a Tay vem, gente para que chorar? – Começamos a rir.

- Camila, podemos conversar? - Cris perguntou.

- Claro Cris! – Chamei a Debby. – Debby, por favor, encaminhe a família Jauregui para a sala de descanso, sirva um lanche a todos... Vou conversar com o Cris. – Debby deu um sorriso e encaminhou a família. – Vamos para minha sala Cris?

- Claro. – Chegamos a sala, tranquei a porta e me sentei. – Primeiro, obrigado por cuidar da minha irmã, deve ser meio complicado isso de tratar quem você gosta eu mesmo não sei como agiria se precisasse, tratar a Sof... Enfim. Obrigado. – Lhe ofereci um café e Cris continuou a falar. – Camila, eu não sei se você percebeu mas, eu voltei para Miami, por medo do estado da minha irmã, a ONU não queria me liberar por bem, disse que se eu voltasse seria demitido, então... Estou sem emprego e não voltaria a África mais, aprendi amar o pais e principalmente as pessoas, mas se eu não posso levar ajuda aos pobres... Eu não quero. Afinal, só recebem visita de médicos, só entram em hospitais lá, quem é rico.

- Você fez bem em voltar, até eu admito que quando li o relatório da sua irmã achei que ela iria morrer.

- Pois é, olha, eu preciso trabalhar, não consigo e nem quero morar com meus pais... Eu não consigo, você me entende?

- Sim, também nem consigo me imaginar morando com os meus pais. – Demos uma risada.

- Então, como você é bastante influente naquele hospital, e bom... É o melhor hospital da cidade, eu posso imaginar a fila de médicos e medicas querendo uma oportunidade lá, mas eu gostaria que você tentasse me ajudar. Eu deixei meu currículo na portaria.

- Claro, te ajudo sim, você tem o seu currículo ai? – Cris fez que sim com a cabeça. – Ótimo, manda para o meu e-mail agora por favor. – E assim ele fez, dei uma lida em seu currículo, Cris é um médico de experiência, e isso conta muito! Encaminhei o e-mail dele para o diretor chefe do hospital e logo em seguida fiz uma ligação. – Robert, tudo bem? Feliz por você ter me atendido... Acabei de lhe mandar um e-mail, poderia checar por gentileza? Não, tudo bem eu aguardo aqui. – Passaram três minutos, percebi que Robert estava lendo do outro lado.

- Doutora Cabello, é um ótimo currículo, estamos mesmo precisando de sangue novo aqui, ele trabalhou pela ONU, deve ter passado por situações de atendimento extremo... Inclusive, estou precisando não só de um medico, mas de um chefe de equipe, como você! Até tínhamos pensado no seu nome, mas creio que iriamos sobrecarrega-la, fora que, sua aréa é a fisioterapia... Esse doutor Jauregui, ele é parente da Lauren?

- São irmãos.

- Ah sim, se a beleza for de família, as mulheres e alguns homens iriam agradecer a contratação dele. – Foi ai que me lembrei que Robert tinha ficado babando por Lauren, quando ela foi, ajudar a Jessica a não ser demitida. – Será que ele estaria disponível para uma conversa ainda hoje? Tenho uma certa urgência.

- Cris, você pode ir até o hospital ainda hoje? – Cris fez um sinal de positivo. – Sim, que horas?

- Seis e meia seria um bom horário... fico aguardando ele, obrigado pela indicação doutora.

- Eu que agradeço. – Desliguei o telefone, Cris estava visivelmente impaciente. - Acho que vai rolar! As seis e meia esteja no hospital, diga que tem horário marcado com o diretor Robert.

- Muito obrigada Camila!

- Não precisa agradecer, minha adolescência eu passei do seu lado! Nos formamos quase juntos... Enfim Cris, você é como um irmão para mim, vou torcer para tudo dar realmente certo! – Nos abraços por um bom tempo em silêncio.

POV LAUREN

Finalmente cheguei em casa depois da primeira sessão, Camila é uma ótima profissional, isso é indiscutível, mas poxa, mesmo não sentindo as pernas, eu me cansei.
Ela foi muito legal comigo, por um momento eu "viajei" quando ela me pegou no colo pensei "ela poderia me pegar assim na lua de mel", mas do jeito que as coisas andam... A lua de mel dela não será comigo, ainda mais agora, que eu estou me sentindo uma imprestável.

Tomei um banho, e para minha surpresa meu pai disse que tinha uma visita, quando cheguei a sala, era Lili, ela me deu um sorriso e se jogou no meu colo, meus pais ficaram olhando curiosos.

- Gente, essa aqui é a Lili, ela é minha amiga e trabalha com a Normani no studio Kordei... E também é estudante de psicologia.

- Amiga... Sei. – Meu pai disse em sussurro. – Mas é uma amiga linda! Olha, eu e Clara vamos ao supermercado, o Cris saiu para uma entrevista de emprego... Enfim, não queríamos deixar Lauren sozinha... Você poderia ficar aqui com ela?

- Claro! Será um prazer!

- Ok, é... Filha – Meu pai disse chamando minha atenção. – Voltamos daqui duas horas, aproveitem... Pra conversar, bastante, você está precisando. – Deu uma piscada e saiu com minha mãe.

- Seu pai é um fofo!

- É, ele é sim, nossa garota que saudades eu estava de você Lilian! – Abracei forte, não era média, eu realmente senti falta dela.

- Também senti querida, você quase me matou do coração, Normani foi me dando notícias, eu não fui no hospital porque achei que era um momento mais para familiares... Me desculpa

- Sem problemas, eu te entendo... Oque você tem na caixa?

- Comprei bombons, vários! – Lili abriu a caixa e me ofereceu.

- Valeu, gosto de bombons...Gosto de carinho também.

- Ah... Você está carente? Achei que tinha milhares de enfermeiras te mimando

- Até que tinha, mas, mais com presentes.

- Vou te mimar de outra forma então. - Ela se agachou e me roubou um belo beijo, sem desgrudar nossos lábios ela se sentou em meu colo, o clima esquentou, eu admito queria, mas, na minha atual condição e se eu não sentir nada? – Porque parou? Você não quer?

- Querer eu quero, mas, Lilian... Não precisa fazer isso.

- Preciso sim, eu tô com tesão agora! – Soltei uma risada. – Ah, entendi, você acha que estou fazendo isso porque estou com dó de você? – Confirmei com a cabeça. – Olha aqui, vamos conversar, somos amigas, tá bom que a minha amizade com você, não é igual a amizade que eu tenho com a Normani, a gente é duas amigas que sente uma atração física e tem química na cama... Mas eu sei que seu coração não me pertence... E tô tranquila quanto a isso, o que eu tenho por você é amizade, admiração, tesão, carinho, respeito e gratidão mas nunca! Nunca tá me entendendo Lauren? – Confirmei com a cabeça. - Nunca, sentirei pena ou dó de você.

- Obrigada Lilian. – Beijei sua mão.

- De nada, agora me dê uma carona nessa sua cadeira e me leve para o seu quarto, ainda estou com tesão.

Levei Lili para o quarto, e meu receio passou, eu senti tesão, eu fiquei excitada... Eu consegui gozar e fazer ela gozar. Não sou tão inválida assim. Ficamos conversando na cama até ouvir o barulho do carro do meu pai.
Jantamos os quatro, Lili conquistou a família.
Depois precisou ir embora.
Normani viajou para Nova York e Lilian precisou ir com ela, na verdade, estava na cara que Normani só estava fugindo de Ally que disse que chegaria a qualquer momento para me ver.

Estava na clínica de Camila, Dinah me levou e ficou esperando.
A sessão estava ocorrendo bem, Camila e eu até conversávamos de forma amigável.
No final, Dinah entrou seguida de Ally, ela veio, e nos abraçou, senti Ally mais travada, séria e muito tensa.

- Como anda as coisas Lauren? - Ally me perguntou.

- Não ando. – Dei uma risada, tentando descontrair, mas não funcionou para Ally. - Mas, a Camila está fazendo um bom trabalho, me sinto bem mais otimista.

- Legal, você vai melhorar logo... Cadê a Normani? Mandei um e-mail para ela, pedindo para nós cinco termos uma conversa sobre uns projetos envolvendo o grupo. – Camila deu uma risada. – Falei algo engraçado?

- Sabe Ally, engraçado aqui é você, você abandonou a coitada, esfregou na cara dela que não vai mais voltar, a cada pais você arruma uma garota e não está nem ai de ser fotografada com ela... E ai você depois, do nada... Exige a presença da Normani? Você teve a cara de pau de mandar um e-mail pra ela, falando de trabalho?

- Falaria mais oque com ela? Olha Camila, você não tem moral para falar nada.

- Tira sua máscara. – Dinah disse entrando no meio das duas. – Vamos Ally, você está atuando, essa não é você!

- Você não é ninguém para me dizer quem eu sou ou não sou Dinah.

- Pensando bem, se essa é você... Que bom Normani e você não estão juntas, ela não te merece.

- Ah... Entendi qual é a sua! Você está afim da Normani!

- Oque? Você está louca? - Dinah disse totalmente nervosa, é nessas horas que sinto falta de movimentar minhas pernas, provavelmente se aquela conversa continuasse iria dar merda.

- É o que parece Dinah! - Ally disse nervosa.

- Não! A Mani é como uma irmã para mim... Eu e a Mani não! E mesmo que eu quisesse, a Normani ainda te ama... Ela infelizmente não te esqueceu. – Ally deu um breve sorriso com a informação que Dinah soltou, mas logo voltou a postura durona.

- Enfim, eu não quero e não posso demorar, a Disney me contato, para o grupo gravar o tema de uma animação, por mim, tudo bem... O filme vai ser lançado daqui um ano, ou seja, tem tempo... Por mim eu topo, e vocês?

- Tudo bem, será uma honra fazer algo para a Disney. - Camila se manifestou.

- Por mim também. - Dinah disse ainda emburrada.

- Olha, gravar eu gravo, só não dá para fazer clipe ou divulgação visual, eu não me sinto bem ainda. - Me manifestei finalmente tendo a atenção das três.

- Até lá, você já vai estar andando. – Camila piscou. – Confia em mim.

- Sendo assim... Ok. – Troquei um sorriso com Camila.

- Beleza, depois peçam para Normani me responder. - Ally disse enquanto procurava algo em sua bolsa.

- Ela aceita. – Disse Dinah.

- Desde quando você decide por ela? - Ally voltou ao clima de tensão.

- Ally, sem ceninha de ciúmes, Dinah e Normani não tem nada... E mesmo que se tivesse, não é mais da sua conta. – Camila disse séria.

- Tá certa... – Ally se agachou e me abraçou. – Se cuida, eu amo você Lauren.

- Eu também amo você... Obrigada por vir me ver Ally, por favor, não se afasta da gente não... Eu realmente preciso de vocês quatro por perto. - Continuei abraçando Ally.

POV CAMILA

Primeiro mês de fisioterapia da Lauren, tudo correndo bem, a evolução dela é pouca, mas me deixa com esperança.
Normani e eu iriamos a uma inauguração de loja de decoração, eu e Normani somos loucas por esse tipo de coisa.

Cheguei no estúdio, os alunos estavam ensaiando... O estúdio Kordei é um sucesso, porém a sala da recepção só tinha uma pessoa... Lilian. Nos falamos brevemente, acho que a garota sabe que eu não vou com a cara dela.
Fiquei dez minutos em silêncio checando e-mails até que Lilian teve uma pausa no serviço, e sua assistente chegou.

- Camila... Camila. – Lilian me chamou eu levantei o rosto. – Eu vou tomar um café, na cozinha aqui do estúdio... Você poderia me acompanhar? Preciso falar com você.

- Ok. – Me levantei e segui a garota, chegamos a cozinha e Lilian fechou a porta. – Pronto, o que você quer comigo?

- Primeiro, quero uma chance - Lilian disse sentando em minha frente.

- Como assim?

- Calma, eu não quero ficar com você, mas eu quero uma chance de te mostrar que eu não sou essa pervertida e que eu não estou aqui para roubar o seu lugar na vida da Lauren.

- Eu não me importo com isso. - Cruzei os braços e voltei a mexer no celular.

- Ok, vamos supor. - Lilian fez aspas com as mãos. – Que você não se importe... Olha, eu e a Lauren somos só amigas... Amigas que se pegam e se beijam, mas eu juro, eu não penso em namorar com ela... Eu não amo ela como mulher, como amiga sim, mulher não.

- Porque você perde seu tempo com isso? Não precisa me dar explicações garota.

- Porque sei, que bom, eu não quero forçar a barra mas, você não vai com a minha cara, e nós sabemos bem o porque... Você sabe realmente como eu conheci a Lauren?

- Sim em um puteiro. – Disse de modo agressivo.

- Exatamente, mas agora vou te contar o porquê dela ter ido lá, e o que ela exigiu para mim, antes de transarmos a primeira vez. – No começo não queria escutar, mas Lilian foi persistente e me contou, Lauren pediu para chama-la de Camila a noite toda e só foi beber desse jeito porque ficou sabendo por Vero e Lucy que eu estava namorando com a Jessica. Fiquei em silêncio assimilando cada palavra. – Então é isso, Lauren não te esquece nem quando fica louca de tanto beber. – É eu sei disso, afinal ela me pediu em casamento com um anel de brinquedo. – Eu, sei que você namora, mas eu te peço, dê uma chance para Lauren... Ela ama você.

- Quem ama a Camila? - Normani finalmente apareceu.

- A Lauren. - Lilian disse de forma tranquila.

- Concordo, viu Mila? Até a Lilian que pega a Lauren, acha isso... Preciso nem falar o que eu acho. - Normani me deu um beijo.

- Menos... Bem menos.

- Bom, eu vou indo, eu já falei o que tinha para falar. – Lilian ia saindo sem jeito.

- Lilian, espera. – Segurei em seu braço. – Você é legal... Podemos tentar ser amigas?

- Claro! – Lilian pulou em meus braços e me deu um abraço forte. – Obrigada por me dar essa chance... Muito obrigada, eu não gosto desse clima estranho que fica, prefiro mil vezes assim.

POV DINAH

As coisas estavam indo bem, correria com a produção do novo CD e o novo show, mas, tecnicamente eu já estava morando em Miami.
Lauren e Camila estavam em clima de paz (eu diria amor, mas Camila provavelmente me mataria por falar isso).
Ally continuava na putaria e distante de nós, apesar de termos nos estranhados quando ela veio, eu conheço aquela anã... Aquela não é ela. Ela tá mascarando toda a dor de ter terminado com a Normani.

Normani totalmente focada em Candie's e no estúdio Kordei.

Precisava de companhia para comprar algumas coisas que faltavam para minha casa, que fica por sinal no mesmo condomínio do Rick Martin e da Normani... Pra ficar mais perfeito só Camila e Lauren se mudando para o mesmo lugar.

Então resolvi chamar o capeta disfarçado de anjo... Sofi Cabello, aquela ali paga de anjinho, mas eu posso imaginar oque aquele capeta faz enquanto ninguém está vendo.
A pequena (que nem é tão pequena assim) estava na aula, Sofi entrou na faculdade e tinha aula de matemática, então resolvi esperar ela do lado de fora da faculdade, já que ela estava sem o seu carro.

- Caralho até que enfim Sofi. - Reclamei assim que a ví em minha direção.

- Para de reclamar sua velha! - Sofi me abraçou forte. - Vai ter que esperar mais um pouco, minha professora de história finalmente corrigiu meu trabalho, preciso saber qual é a nota.

- Mas tem que ser hoje? Agora? - Perguntei séria.

- Tem! Eu sou péssima nessa matéria, demorei dois dias após o prazo para entregar o trabalho, sorte que a professora é gente boa... Ela tá vindo da casa dela só para me entregar a nota.

- Ok, é o jeito não é?

- É! - Sofi me deu um beijo na bochecha. - Abre a porta do carro e senta ai, espera sentadinha sua velinha. - Mostrei o dedo do meio para ela e nós caímos na risada.

Depois de quase quinze minutos, uma moto para próxima ao meu carro, uma mulher linda, ruiva de cabelos lisos e curtos, com olhos azuis... De um corpo slim e sexy, realmente faculdade era um lugar bem frequentado... Deveria ter entrado na faculdade.

- Olá Sofi. - A ruiva disse com um sorriso gentil no rosto e voz tranquila. - Desculpe a demora.

- Tudo bem professora. - Sofi deu um sorriso e eu quase desmaiei, como assim? o que aconteceu com aquele padrão de professoras onde todas são velinhas com cara de má, e com um humor do cão?. - Então, fui muito ruim?

- Você foi bem, até merecia um 9,7, mas devido a sua demora Sofi, eu tive que puni-la, desculpe eu sou uma educadora e preciso fazer você entender que prazos são realmente importantes, então você foi com 9.

- Entendo, você realmente tem razão professora eu vou me policiar mais quanto a datas e compromissos... De qualquer forma, muito obrigada.

- Ótimo, nada de deixar isso para depois.

- Não faço mais isso! Prometo. - Sofi se virou em direção ao carro e finalmente percebeu que eu ainda estava ali. - Professora, quero que conheça uma amiga, a Dinah.

- Dinah Jane, muito prazer em conhecer você. - Apertei sua mão de modo delicado, talvez minha cara não ajudasse eu realmente estava impressionada com a beleza daquela mulher.

- Te conheço. - ela apertou minha mão. - Você é cantora. - Afirmei com a cabeça. - Seu ultimo CD é muito bom, na verdade todos, mas o ultimo você foi impecável, eu não consigo escolher qual foi a melhor do álbum.

- Muito feliz em saber disso. - Disse em puro entusiasmo. - Qual é seu nome?

- Anne.

- Anne... Lindo nome, bom eu estou indo com a Sofi em uma loja de decoração... Quer ir conosco? - Sofi me olhou com uma cara estranha.

- Não muito obrigada, eu preciso voltar para o abrigo, eu sou voluntária em um abrigo de animais, só vim para trazer o trabalho dela, mas, muito obrigada pelo convite.

- Imagina, nem precisa agradecer... Eu amo animais! Onde fica o abrigo?

- Você mora em Miami?

- Não, não sei onde fica nada... Mas queria ir.

- Bom, avise a Sofi quando você tiver um tempo, ela me fala e eu apresento para você o abrigo.

- Façamos melhor, já que Sofi é meio esquecida. - Dei uma risada e Sofi cruzou os braços. - Você me passa seu numero, eu te ligo, pode ser?

- Ok. - Entreguei meu celular para Anne colocar seu número. - Prontinho, eu escrevi Anne do abrigo de animais, porque se caso você tiver outra Anne na agenda, não dá para confundir. - Ela soltou um sorriso lindo enquanto me entregava o celular.

- Ok, obrigada Anne.

- Por nada, bom, eu vou indo... Boas compras. - Anne saiu e eu fiquei com cara de retardada vendo aquela visão do paraíso subir na moto.

Entrei no carro e dei partida, percebi que Sofi estava estranha, até que em certo momento ela não aguentou.

- Dinah, você é bi? - Sofi me encarou.

- Não sei - Preferi fingir que estava concentrada no volante.

- Você ficou babando na Anne... Você sutilmente deu em cima dela.

- Achei ela linda... Sei lá.

- Você está com sorte, fiquei sabendo que ela é gay e está solteira... Invista.

- Deixa de bobagens Sofi.

- Bobagem nada, vocês formam um par bonito! Vou te ajudar...

ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora