Vamos conversar

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POV SOFI

Eu não podia acreditar naquilo, minha irmã sequestrada na minha frente e eu não podia sequer tentar tirar ela daquela situação, fiquei olhando o relógio, até os minutos necessários passar.

Dentro da sala liguei para polícia, que disse que logo chegaria, liguei para Cris e ele disse que estranhou um carro velha marrom arrancando com tudo em um lugar considerado tranquilo em Miami, ele queria me encontrar, mas pedi para ele ficar, estava com medo de sair de lá, fiquei esperando a polícia chegar e me encontrar, só então encontrei o Cris.

Ligamos para Dinah, por sorte ela estava com Anne, Dinah desmaiou assim que ficou sabendo da notícia.
Normani e Ally ligaram para a família Jauregui e depois foram para a nossa casa, e chegamos juntas, até porque eu não sabia como dizer isso para meus pais, Dinah estava em casa recebendo os primeiros atendimentos, ela seria a mais forte em falar, eu só sabia chorar, então Cris deu a notícia.

Minha mãe desmaiou, meu pai começou a passar mal com dores no peito, Ally e Normani não sabiam o que fazer, mas o pior estava pra acontecer, como contar isso para Lauren que estava sozinha em outro pais?

POV LAUREN

Passei a tarde inteira com um aperto no peito, pensei em ligar para a Camz, mas decidi não fazer, não queria parecer chiclete e possesiva, e eu já tinha falado com ela então resolvi só ligar no começo da noite.
Primeira ligação e nada dela atender, ok... Normal.
Segunda, terceira, quarta, quinta... Meu Deus que aflição!
Na oitava tentativa ela atendeu!

- Amor, tudo bem? - Perguntei já aflita.

- Filha?

- Mama? - Dei um pulo da cadeira. - O que a senhora está fazendo com o telefone da Camz?

- Filha, onde você está? - Minha mãe estava com uma voz de choro.

- No ateliê! - Eu entrei em pânico.

- E o Mathis? – Minha mãe nunca pergunta do Mathis, já comecei a achar aquilo muito estranho.

- Esta na minha sala, na minha frente.

- Ok, coloca a chamada no viva voz por favor. - Fiz o que ela me pediu.

- Pronto.

- Filha, é melhor você vir para Miami.

- O que está acontecendo? Primeiro você atende o telefone da Camila agora tá me falando isso, o que tá acontecendo mãe?

- Filha a Camila... A Jessica invadiu a clínica da Camila, matou a secretária dela, e sequestrou a Camila.

- OQUE? QUE ISSO MÃE! NÃO! NÃO MÃE! MINHA CAMZ NÃO! - Comecei a chorar, eu não podia acreditar nisso.

- Infelizmente aconteceu, a Sofi foi lá, a Jessica tá louca, apontou a arma para Sofi, e levou a Camila.

- Meu Deus, mãe ela matou a Debby!

- Sim filha, ela mesma disse isso e até falou para Sofi onde estava o corpo.

- Onde vocês estão? Todos estão na casa dos Cabello eu tô aqui também, Mathis, você está me ouvindo?

- Sim, sim senhora Clara. - Mathis foi correndo me abraçar.

- Por favor, cuide da Lauren.

- Não sairei de perto.

- Mãe eu vou alugar um jato, eu vou para ai

- Filha, acalme-se.

- Acalmar? Minha noiva sequestrada pela ex, que está armada Deus sabe onde? Não mãe não me peça calma, eu vou hoje mesmo pegar o avião.

- Ok, avise quando chegar então.

- Aviso, e vocês me avisem assim que tiverem qualquer notícia.

- Pode deixar.

- Eu vou matar a Jessica, se ela fizer algo eu mato ela! Ela que nem pense em encostar na Camz eu mato ela!

- A senhora está muito nervosa.

- Mathis, não tente me segurar aqui!

- Jamais faria isso, mas vou com a senhora, assim que entregar você a sua família eu retorno para Paris, mas não deixarei você viajar sozinha.

- Ok, então ache um jatinho que possa ir até Miami com urgência.

- Sim senhora.

Mathis conseguiu em menos de 15 minutos, pegamos um taxi, sai com a roupa do corpo e minha bolsa, eu não consegui dormir, comer, beber eu nem sei como estou respirando.

Cheguei na casa dos Cabello's, e para piorar as coisas, Sinu assim que me viu, veio em minha direção gritando querendo me bater.

- CULPA SUA! SUA MALDITA! SE A CAMILA NÃO TIVESSE DESISTIDO DE CASAR, ELA TÃO TERIA SIDO SEQUESTRADA.

- SINU CALA A BOCA! - Senhor Alejandro gritava com ela.

- EU AMO A SUA FILHA, E ELA ME AMA SENHORA CABELLO! NÃO EXISTE CULPADA AQUI. - Tentei retrucar, mas Sinu me alcançou e começou a distribuir tapas em meus ombros.

- EU TE ODEIO! - Ela gritava enquanto Sofi tentava tirar ela de cima de mim.

- E EU AMO SUA FILHA... Não podemos brigar agora, precisamos tirar a Camila das mãos da Jessica.

- EU QUERO QUE VOCÊ MORRA! SE MINHA FILHA MORRER EU TE MATO!

- Se a sua filha morrer, eu morro junto. – Abracei-a bem forte. – Por favor, não me odeie, eu prometo trazer sua filha para a casa, eu prometo.

Dona Sinu estava medicada, e dormiu, a casa estava cheia de policiais tinha uma equipe tentando achar as duas, outra esperando um contato de Jessica ou Camila, a noite passou, a madrugada chegou e nada.

De manhã por volta das nove da manhã, o telefone da casa da Camila tocou, um número desconhecido.

- Antes de entenderem, se for a vítima ou a sequestradora, segurem elas na linda por pelo menos três minutos, temos um aparelho acoplado no telefone para que possamos rastreá-las. - O tenente nos estruiu.

-Alô? - Alejandro colocou o telefone no viva voz.

- Oi sogro! - A voz de Jessica ecoou pela sala onde estamos.

- Cade minha filha sua filha da puta! Eu vou te matar assim que eu colocar minhas mãos em você!

- Que isso sogro! Sua filha está bem, dormiu bem... Só não quis comer, mas dormiu muito bem... abraçadinha em mim, sabe sogro, você precisa cuidar melhor das suas filhas, Camila está muito rebelde, não quis comer e até para dormir me causou aborrecimento! Tive que amarrar ela, pernas e braços... Muito brava essa sua filha, mas não se preocupe, quando nos casarmos eu educo ela. – Minha vontade era de gritar mas Ally tampou minha boca, o policial fazia sinal para Alejandro manter a calma.

- Tudo bem. - Alejandro respirou fundo. - Quando vocês casarem você cuidará e educará minha filha, mas agora, deixa eu falar com ela? Só um pouco.

- Não, não quero ver ela chorando, ela custou calar a boca...

- Por favor querida, é seu sogro que pede, você será da família não é mesmo?

- Bom, o senhor tem razão... Só um minuto, vou destampar a boca dela, pronto... Pode falar sogro! Estamos no viva voz.

- Papa! - A voz de Camila no telefone me fez começar a chorar.

- Filha! Filha você está bem?

- Eu quero ir pra casa pai, eu quero ver minha família eu quero ver a Lauren!

- CHEGA! - Jessica tirou ela da linha. - CALA A BOCA! VOCÊ SÓ SABE FALAR O NOME DELA? JÁ TE FALEI SE CONTINUAR CHORANDO POR CAUSA DAQUELA MERDA EU TE BATO!

- Calma Jessica, calma... Camila é muito explosiva, sempre soube que ela te ama... Me diz, como posso ajudar vocês? Quer que leve algo para vocês comerem?

- Não precisa sogrão, preparei tudo, tem comida e munição suficiente para um mês...

- Munição?

- Sim, tenho uma arma silenciosa, tenho uma 38 toda dourada... Essa é minha predileta e munição, se caso precisar, sabe, eu me compliquei um pouco na clínica, o senhor deve saber...

- Sei sim, mas olha se você vier em casa, eu protejo vocês.

- Sei que sim, mas, também sei que a polícia deve estar me procurando, dei um jeito de sair do país com a Camila, saiu ainda hoje. – Os policiais deram um sinal de positivo descobriram o local, saíram correndo pela casa espalhando a notícia.

- Para onde pretende ir?

- Para casa.

- Brasil?

- Lá não existe lei, lá é um pais de criminosos e querendo ou não é isso que eu sou agora, sogro vou desligar... Beijos e diga a todos que eu mandei eles morrerem, inclusive as amiguinhas dela.

- Filha da puta! - Ally gritou.

- Senhor Cabello você fez bem em mostrar compreensão e paciência, conseguimos rastreá-las, vocês fiquem aqui.

- Não, jamais que eu vou ficar aqui, é minha filha que está nas mãos dessa louca, eu vou com vocês! - Alejandro se levantou.

- Camila é minha noiva. - Me juntei ao pai dela.

- E nossa amiga - Ally e Normani se levantaram e começaram a procurar suas bolsas.

- É minha irmã! - Sofi que estava do lado da mãe, se levantou encarando o tenente. - Quer saber? Vem todo mundo.

Seguimos as viaturas, nessa altura do campeonato a imprensa já sabia de tudo, sabia da morte de Debby e sabia que Camila estava sequestrada, até conseguiu achar junto com os primeiros policiais o cativeiro, parecia um palco de horrores.
Imprensa atrás de nós isolados, tentando descobrir qualquer coisa...
Policiais cercando o local, e nós em um canto rezando pela vida da Camila.

POV JESSICA

- Ora ora, olha quem está ali amor! – Peguei Camila pelos braços, e a fiz colocar o binoculo. – Policia! Agora temos plateia, incluindo seus pais, amigos e sua ex.

- Ela é a minha atual! - Camila gritou em meu ouvido.

- CALA A BOCA! – Dei um tapa em seu rosto. – SUA ATUAL SEMPRE SERÁ EU!

- Por favor me solta Jessica, a polícia já nos encontrou, se entrega. - Ela não parava de chorar, por Deus, de onde vinha tanta lágrima?

- PREFIRO A MORTE! – Não demorou muito para o telefone tocar. – Oi.

- Jessica aqui é o tenente Gustavo, sou o comandante da operação, vamos negociar a soltura da vítima, me diga o que você quer? Nós providenciaremos.

- Quero nada, tenho grana, tenho comida e tenho a Camila... Vou desligar, não quero nada.

- Jessica vamos.. – Desliguei aquele cara não poderia fazer nada por mim, ele tentou, inúmeras vezes durante o dia, olhava com o binoculo lá fora, e pra meu maior desprezo Lauren ainda estava lá, como eu tinha vontade de dar uma boa surra nela, quebrar seu nariz como ela quebrou o meu. – Prontinho amor, pode comer.

- Não tô com fome.

- Já faz quase dois dias que você não come, me diz, o que você quer que eu faça, eu preparo, só não dá para pedir pizza. – Tentei descontrair, mas meu amor nem me olhava nos olhos. – Vamos, não seja má comigo!

- E oque você sabe de maldade? Você matou uma pessoa! Você me sequestrou! Você me deixa amarrada aqui no sofá como um cachorro!

- EI EI, Te deixo amarrada porque você não se comporta, e se você der um passo sem mim ou tentar fazer algo, eu coloco a douradinha aqui para funcionar. – Fiz um carinho na arma. – Você precisa comer.

- Eu NÃO VOU COMER NADA ATÉ EU SAIR DAQUI! – Camila gritou e meu sangue ferveu, peguei a arma e coloquei em sua cabeça.

- Se gritar mais uma vez, eu atiro e depois atiro em mim, não vou te deixar sozinha nem no inferno! Até porque, você vai direto pra lá.

- Eu não vou pro inferno! Você que vai sua idiota!

- VAI SIM! VOCÊ ME ABANDONOU HORAS NO ALTAR! O INFERNO É POUCO PRA VOCÊ! – Camila começou a chorar, odiava ver ela chorando, mas paciência, vou dar um jeito de fugir daqui e vou levar ela comigo... No Brasil a gente vai se acertar e ela vai me amar.

Dormi como um anjo, claro que para isso tive que mais uma vez amarrar os pés e braços da Camila fora tampar sua boca para ela parar de chorar e chamar pela Lauren, chegava a ser ridículo aquilo tudo, não vou mentir, tô morrendo de ciúmes, mas sei que isso é fase, daqui a pouco ela nem vai lembrar mais de Lauren.

Finalmente Camila acordou, acordou e começou a chorar, por Lauren...

- Tá com saudades da Lauren?

- Me libera pelo amor de Deus Jessica.

- ME RESPONDE CAMILA! ESTÁ COM SAUDADES DAQUELA VADIA?

- Sim. – Não medi forças e dei um belo tapa na cara dela.

- Então, vou provar meu amor por você...

- Vai me soltar?

- Não seja burra! – Peguei meu telefone e liguei para o número do tenente. – Bom dia!

- Bom dia Jessica, precisa de algo?

- Preciso de alguém na verdade... Coloque Lauren na linha.

- Ok, vou falar com ela, só um minuto. – Ouvi o sargento conversando com a Lauren, pelo binoculo observava a movimentação, escutei ele pedindo para ela se acalmar, foi um prato cheio para meu bom humor.

- Oi.

- BOM DIA JAUREGUI!

- Cadê ela? Devolve ela!

- Devolver? Não não.... Estamos dormindo todas as noites grudadinhas.

- Jessica, para de show, solta ela.

- NÃO! Mas, quero ver se você realmente ama ela... Vem aqui.

- Como?

- Você entendeu, entra aqui, vem nos visitar aqui dentro no galpão...

- LAUREN NÃO! – Camila gritou.

- CALA A BOCA! - Eu gritei e apontei a arma para ela.

- Eu vou, eu vou... Não machuca ela, me dê alguns minutos e eu já estarei indo.

- Vem sem gracinha ok? Estou te aguardando para uma conversinha amigável. – Desliguei o telefone, Camila estava em pânico... Mas nem liguei, calibrei a arma, com oito balas, e fiquei aguardando o telefonema do tenente que não demorou muito. – Ok, estou aguardando ela.

A porta principal do galpão se abriu e Lauren apareceu, Camila começou a chorar mais ainda.

- Pronto meu amor. – Dei um beijo na bochecha de Camila. – Agora você viu a sua ex.

- Solta ela. - Lauren se aproximava com calma. - Eu troco de lugar com ela.

- Trocar Camila por você? – Comecei a gargalhar. - Nunca.

- Me deixa abraçar ela, por favor. - Camila me pediu isso, como ela podia ser tão cara de pau de me pedir isso?

- Claro... Que não!

- Senta aí. – Apontei para uma cadeira, percebi Lauren olhar fixamente para minha arma. – Gostou? Dourada como a aliança que eu iria usar com Camila... Agora está do jeito que eu queria, nos três... Vamos conversar.

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