Ansioso

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Cap:2 Ansioso!!

  Beatriz marcou uma hora para a terça-feira, às quatro da tarde.

No dia seguinte me imaginei novamente tendo Bia como submissa quase compensava tudo.

  Meu telefone soltou um bipe duplo e baixo.

  — Sim, Beatriz? — Olhei o relógio, três e quarenta e cinco. Bianca era pontual. Mais um ponto positivo.

  — A Srta. Bianca chegou, senhor.

  — Obrigado, Beatriz. Vou informar quando estiver pronto para recebê-la. — Desliguei.

  Bebi uma água e olhei as páginas mais uma vez. Estava tudo pronto. Peguei sua  inscrição e reli, embora não soubesse bem por quê. Eu a havia decorado.

  Quando o relógio deu quatro e cinco, liguei para Beatriz e pedi que mandasse Bianca entrar.

  Respirei fundo, abri um documento em meu computador e comecei a ler para disfarçar a ansiedade.

  Bia abriu a porta e entrou em silêncio, fechando-a ao passar.

  Ela foi até o meio de minha sala e, por minha visão periférica, pude ver que parou com as mãos ao lado do corpo, os pés separados na largura dos ombros.

Respirei fundo e levantei a cabeça.

— Bianca Alves!

Ela deu um pulo. Era de se esperar. Sua cabeça ainda estava baixa, mas um leve  tremor percorria seu corpo. Eu queria estender a mão e tocar nela, tranquilizá-la de que nunca lhe faria mal.

  Sua cabeça ainda estava baixa. Muito bom.

  Afastei-me de minha mesa e andei pela sala. Seu tremor se intensificou, mas só um pouco. Postei-me atrás dela e estendi a mão.

Era hora de tocá-la e perceber que ela não passava de uma mulher de carne e osso. Nada mais...

  Empurrei seu cabelo preto que chegava em seu ombro de lado e me curvei para perto.

  — Você não tem referências. —  Naquele momento eu queria ver a  pulsação se acelerar naquele ponto delicado na base do pescoço.

  Sim.

  Isso. Assim. Mesmo.

Curvei-me mais para perto, para que meus lábios estivessem quase em seu pescoço.

  — Eu teria informado que não estou interessado em treinar uma submissa. Minhas  submissas sempre foram plenamente treinadas.

  Ela ia querer saber por que eu abria uma exceção em seu caso? Será que minhas  palavras lhe deram a dica de que havia algo de diferente nela?

  Provavelmente não. Mas deveriam ter dado. Não era assim que eu agia normalmente.

Eu estava mudando todas as regras por ela. E ela nem mesmo sabia disso.

Minha submissa em treinamento.Onde histórias criam vida. Descubra agora