Capítulo 2

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OLÍVIA

O restaurante ao qual Juan trouxe-me é um restaurante Francês.

— Reserva no nome de Juan Nobel. —informou a uma moça que só faltava comê-lo com os olhos.

— Certo, sigam-me. —seu olhar ainda estava grudado em Juan.

Por milagre ele sem que eu esperasse, segurou minha mão. Assim que nos sentamos à mesa, um garçom aproximou-se.

— Ainda vamos olhar o cardápio, depois lhe chamamos. —expliquei-lhe, ele apenas assentiu.

Olhei para Juan que estava entretido olhando o cardápio. Quando abri a boca para puxar assunto, seu celular tocou.

— Com licença, preciso atender. —com isso, ele levantou-se me deixando sozinha.

Passei as mãos no rosto extasiada. Toda essa merda está literalmente me enlouquecendo.

Porquê estamos insistindo em algo que está evidente que não está dando mais certo?

Depois de alguns minutos ele retorna a mesa me olhando como se pedisse desculpa.

De novo não.

— Olívia, desculpe mas preciso ir. Me ligaram do trabalho e é uma emergência. —explicou visivelmente chateado.

— Há essa hora?

— Sim é urgente! —ressaltou. — Te amo.

Beijou minha testa me deixando estupafata.

Ele realmente me deixou sozinha?

Sempre que ele me chama para sair, recebe uma ligação e em seguida me pede desculpas e me larga como se eu fosse um nada.

Juan é advogado e na empresa onde trabalha seu objetivo é tornar-se o braço direito do chefe.

Já que estou aqui melhor jantar por aqui mesmo. Chamo o garçom e peço algumas coisas que me chamaram a atenção.

Assim que minha comida chega começo a degustá-la. Realmente estou faminta.

Mas na primeira colherada bebo água com urgência.

Isto aqui está mais do que salgado!

Quem fez esta comida de fato está tentando matar-me. Levanto a mão para chamar o garçom.

— Quero falar com o chefe. —pedi o vendo assentir, lançando-me um olhar curioso.

Isto é um ultraje! Parece que despejaram um quilo inteiro de sal aqui dentro.

Estou impaciente, já se passaram cinco minutos e nada do tal chefe.

— Em que posso ajudá-la? —levanto minha cabeça no momento em que ouço essa voz.

Me deparo com um homem que chego até a dúvidar se ele não é um anjo. Seus belos olhos azuis fitam o meu de maneira curiosa. Apesar da roupa de chefe de cozinha que ele usa, consigo notar seus músculos.

— Mademoiselle? —sou tirada de meus pensamentos quando ouço sua voz novamente.

Ele é Francês?

— Senhor, essa comida está salgada. —reclamei apontando para o prato à minha frente.

Ele me olhou franzindo a testa, e se eu achava que ele não podia ficar mais lindo enganei-me.

— Não quero dúvidar da senhorita, mas meus conzinheiros nunca cometeram tal erro. —defendeu-se e pelo o tom pude notar que ele estava indignado.

E lá se foi toda sua beleza pelo ralo.

Não quer, mas duvidou! —rebati. — Prove então, se for homem para isso.

Sei que fui grossa mas não ligo. Se eu estava dizendo que a comida estava salgada, era porque realmente estava.

Noto alguns olhares curiosos em nossa direção mas que se danem.

— Certo não precisa causar barracos.

O olhei incrédula.

— O senhor está me chamando de barraqueira? —levantei-me depressa da cadeira.

— Desculpe, mas tenho certeza que exaltou-se em relação a comida. —insistiu.

Tive vontade de pular em seu pescoço, e enxê-lo de pancadas.

— Prove-a se for homem!

Dessa vez ele olhou-me como se tivesse vontade de matar-me. Então, pegou a colher e encheu de comida levando-a até a boca.

— Viu? não está salgada. —ele tentou até disfarçar, mas foi em vão pois rapidamente pegou o copo de água bebendo rapidamente.

— Quem é a "exaltada"  Agora? Seu francesinho de quinta. —olhei para ele contendo meu sorriso.

Vi quando ele mordeu a bochecha, provávelmente para não soltar um palavrão.

Excuse, mademoiselle. Poderá pedir o que quiser de graça. —falou com certa raiva na voz.

Porque ele tinha que ficar tão bonito falando em francês?

Quer saber? O que quero é saber quem fez esta comida. —cruzei os braços a espera de sua resposta.

Vi quando ele revirou os olhos e me olhou com certo... Desdém?

— Valmir ache quem fez este prato para a mademoiselle. —pediu para um garçom que nos observava de longe.

Enquanto ele não chegava o francesinho me olhava como se quisesse me mandar plantar batatas.

— Me chamou, Chefe? —ouvi uma voz horrívelmente águda atrás de mim.

Assim que virei meus olhos quase saltaram em surpresa. Ela por sua vez, permaneceu séria.

Agora sim está explicado o porque da minha comida salgada.

— Alessia? —pronunciei ainda abismada.

O que essa criatura faz aqui?

Ela me olhou como se não me conhecesse.

— Lhe conheço? —fingiu-se de sonsa.

— Você salgou minha comida de propósito! —acusei apontando o dedo para ela.

— Está maluca? —tentou parecer ofendida.

— Vocês se conhecem? —a voz do francês nos interrompeu.

Olhei para ele que nos fitava curioso.

Infelizmente. —proferi com pesar.

— Espera aí... Acho que estou te reconhecendo. —ela fez uma cara como se estivesse pensando em seguida abriu um sorriso. — Olívia!

Sem que eu esperasse ela me abraçou. Fiquei sem ação, mas logo quando recuperei os sentidos à empurrei.

— Olívia um escambau, sua descarada! —irritei-me.

— Não admito que maltrate uma funcionária minha! —ouvi a maldita voz do francês.

Olhei para ele chocada.

—  E você vá a merda!

Como isso peguei minha bolsa, saindo daqui a passos largos. Tenho certeza que ela fez de propósito.

Só era o que faltava, o passado voltar para me assombrar.

Simplesmente Amor [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora