Capítulo 12

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OLÍVIA

Ontem à noite eu quase não consegui dormir, pensando na Lola. Eu devo ter ligado ontem para ela umas mil vezes, mas ela ignorou todas as minhas ligações.

Era frustante demais não poder falar com ela. Assim que entro no shopping pergunto algumas colegas se ela já chegou, e elas dizem que não.

Não acredito que ela irá faltar ao trabalho apenas para me evitar. Mas também que droga eu estava pensando na cabeça para não impedir que Aaron se aproximasse de mim.

Eu quis sair, eu quis empurrá-lo, mas eu não consegui era como se nenhuma parte do meu corpo me obedecesse.

Justo quando eu estava prestes a começar a trabalhar, vejo Lola entrando no shopping.

— Lola, precisamos conversar! —me apressei em falar, assim que ela passou por mim, no entanto, ela passou direto me ignorando totalmente. — Lola?!

Ela para de andar e vira seu rosto para mim, parecendo nada contente.

— O quê você quer, Olívia?! Não percebe que eu não quero falar com você.

Dei um pequeno suspiro e me aproximei dela, que mal olhava para mim.

— Me desculpe. —foi o que consegui dizer, e abaixei a cabeça, eu estava me sentindo culpada, mesmo sabendo que eu não fiz nada.

— Pelo o quê? —levantou levemente a sobrancelha de forma debochada. — Por estar pegando o cara que você sabia que eu gostava?!

— Eu não estava pegando ninguém! —me defendi.

— Não foi o que pareceu ontem a noite!

Algumas pessoas olharam em nossa direção um pouco espantadas, talvez estivéssemos chamando a atenção demais, e essa discussão não dará em nada.

— Olha, eu sinto muito por ter te magoado, mas não aconteceu nada entre eu e o Aaron. Eu realmente não sei o que houve ontem.

— Mas eu sei, vocês iam se beijar.

— Lola, me escuta. Eu te peço desculpas, eu realmente não quero que nossa amizade acabe por bobagem, somos amigas há dois anos, e só nos duas sabemos o que enfrentamos nesse tempo, e sempre estivemos juntas. O que quero dizer, é que eu não me vejo mais sem você, não me vejo mais sem sua amizade... Eu te amo, Lola.

Ela olhou para mim sem reação, e logo abriu um pequeno sorriso.

— Eu também te amo, Olívia. Só o que eu queria era que você tivesse sido sincera comigo, entende Independente se me magoaria ou não.

— Prometo ser sincera com você em tudo. —sorri para ela e abri meus braços. — Então... Estou perdoada?

— Claro que está sua boba.

Ela veio até mim e me abraçou, Lola era como se fosse uma irmã para mim, ela era a única família que eu possuía, não suportaria que ela me odiasse.

— Olívia, você e o Aaron já se conheciam não era?

Suspirei novamente e assenti para ela, eu havia prometido ser sincera, e assim será.

— Eu o conheci no dia que o Juan me levou para jantar em seu restaurante, eu até te contei, mas você só pensava no tal príncipe, que na verdade é o Aaron. Desde então, vivemos nos esbarrando por aí, e ontem descobri que somos vizinhos.

Ela apenas assentiu para tudo o que eu disse.

— Acho que o destino quer vocês juntos.

Quase me engasguei com saliva com suas palavras, olhei estupefata para ela.

— Está louca?! Vocês que devem ficar juntos!

Lola meneou a cabeça e soltou uma pequena risadinha, estranhei sua reação.

— Ontem quando eu saí correndo de lá, quase fui atropelada, por um homem muito gato! Ele se sentiu mal por quase ter me atropelado, então me chamou para tomar um café, então ficamos conversando quase a noite toda. E adivinha?

Eu olhava para ela, me sentindo um pouco perdida, a Lola superava as coisas rápido demais, em uma hora ela estava loucamente apaixonada e em outra ele finge que a pessoa não existiu.

— O que?

— Bom, foi ele que me trouxe hoje ao trabalho! —sorriu parecendo encantada. — E ainda não acabou, eu falei para ele que tinha uma amiga, e ele disse que hoje na nossa hora do almoço era para almoçarmos com ele.

Pensei em dizer que não, mas Lola estava tão feliz e empolgada que tive pena de estragar sua felicidade, então dei meu melhor sorriso, e aceitei meu martírio de segurar vela.

— Olívia, só mais uma pergunta. Você gosta dele?

Desviei meus olhos do dela, e olhei para o lado um pouco nervosa.

— Dele quem? —me fiz de desentendida.

— Do Papa. —revirou os olhos. — Do Aaron, de quem mais seria?!

— Claro que não! De onde você tirou isso?!

— Olívia? —estreitou os olhos em minha direção, como se quisesse me analisar. — Você prometeu que seria sincera.

— Eu não sei... —bufei deixando que meus ombros caíssem em derrota. — De um lado quando estamos juntos sinto vontade de batê-lo, de xingá-lo e mandá-lo para longe de mim.

— Mas...? —incentivou esperançosa.

— Mas por outro lado, eu me sinto feliz, me sinto avontade, me sinto eu mesma.

Ela sorriu abertamente para mim, e segurou ambas as minhas mãos.

— Você devia dá-lo uma chance.

— Chance para quê? —suspirei, em seguida cruzei meus braços.

— Uma chance para se conhecerem melhor, eu sei que você acabou de terminar um relacionamento de anos com o Juan, mas convenhamos, um prato e um copo tinha mais química do que vocês dois.

Ri um pouco da maneira que ela falou, e sorri agradecida para ela.

— Vou pensar no que você disse, mas por hora que tal começarmos a trabalhar porque o nosso chefe está olhando em nossa direção e não parece muito alegre.

— Na verdade ele nunca está alegre. —retrucou dando uma pequena risadinha.

— Pelo o que vejo a conversa está bastante divertida. —nós duas arregalamos os olhos ao ouvir essa voz, e lentamente viramos para trás, dando de cara com o nosso chefe com a cara nada agradável em nossa direção. — Se vocês gostam de seus salário no final do mês, sumiram da minha frente imediatamente.

— Sim, senhor! —respondemos em uníssono, e saímos praticamente correndo dele.

Olhei para Lola, e caímos na risada. Finalmente as coisas haviam voltado ao normal, ao menos por agora.

Simplesmente Amor [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora