Capítulo 3

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OLÍVIA

Desculpe, mas tenho certeza que exaltou-se em relação a comida. —imitei a voz do francesinho enquanto me olhava no espelho do meu quarto. — Idiota!

Fiz um coque bagunçado em meu cabelo e deitei em minha cama. Tenho que dormir para acordar cedo, porque amanhã tenho que trabalhar.

E sei que talvez o Juan não volta mais hoje. E se voltar sei que já estarei dormindo.

— Boa noite mamãe, boa noite papai. —murmurei para o porta retrato do lado da minha cama, e apaguei a luz.

[...]

— Ele só faltou me chamar de mentirosa, vê se pode!

Já estou á alguns minutos falando da minha desastrosa noite de ontem a Lola, enquanto recebo o dinheiro de uma senhora que acabou de fazer as compras.

— Tenha um bom dia, e volte sempre. —desejei-lhe oferendo um sorriso.

Acordei bem cedo para não perder o ônibus para vir para cá, como sempre.

— E adivinha quem salgou minha comida? —continuei minhas queixas.

Não obtendo respostas, olhei para o lado vendo minha amiga com os olhos vidrados no celular enquanto digitava algo.

— Lola? —chamei, mas ela pareceu nem ouvir. — LOLA!

Dessa vez ela me olhou assustada e quase deixou o celular cair de suas mãos. Eu até iria rir da sua situação, se eu não estivesse tão irritada.

— Você por um acaso ouviu alguma coisa que eu disse? —questionei, colocando as mãos na cintura.

— Claro que ouvi! —indignou-se. — E concordo com você, hoje realmente parece que irá chover.

Olhei para ela me perguntando se eu mesmo poderia afogá-la em uma privada e dar descarga, ou precisaria chamar alguém para tal tarefa.

— Você não ouviu nada! —bufei. — E não vai chover, o sol está escaldante.

Ela suspirou derrotada e me olhou envergonhada.

— Desculpe... Realmente não te ouvi. —confessou por fim.

Revirei os olhos e resolvi mudar de assunto.

— O quê você tando fazia nesse celular?

Ela dessa vez me fitou com um enorme sorriso nos lábios.

— Eu estava falando com meu príncipe. —deu um suspiro apaixonado. — Ele é tão perfeito.

Esse lance está mais sério do que pensei.

— Você ainda não me disse o nome dele.

Justo quando ela abre a boca para falar...

— Vocês podem me ajudar? —uma mulher aparece em nossa frente.

— Claro, deixa comigo. —minha amiga foi em sua direção. — Em que posso ajudá-la?

Então ambas somem de minha visão no enorme shopping. Ouço o meu celular tocar, indicando uma nova mensagem.

O retiro do bolso da minha calça jeans, e vejo que a mensagem é do Juan.

Juan: Olívia estou viajando à trabalho não sei quando volto.

Suspirei cansada. Mas por algum motivo não fiquei surpresa. Guardo meu celular no bolso no exato momento em que vejo Lola voltando.

— Vamos a boate mais tarde? —soltou do nada e dei uma risada nasalada.

— Minha única boate séra minha cama mais tarde.

Ela rolou os olhos para cima, e me olhou indgnada.

— Você nunca sai, só vive do trabalho para casa. —acusou-me. — Isso lá é vida?

Por mais que eu não quisesse admtir a Lola estava certa. Minha vida era essa. Nunca saio, nunca me divirto.

Devo dizer que sou um pouco fora do padrão para alguém com vinte e três anos.

— Você não está saindo com um cara? E como irá divertir-se em uma boate?
—estreito meus olhos para ela.

Lola me olhou com um enorme sorriso.

Me pergunto se gostar de alguém te faz sorrir tanto assim.

— Justamente por isso! —sorriu. — Ele estará lá também.

Meneei a cabeça para ela.

— Então está me chamando para ficar de vela? —brinquei a fazendo sorrir.

— Claro que não! —me lançou um sorriso malicioso. — Tem vários gatinhos lá.

— Primeiro não gosto de gatos. —reclamei. — E segundo acha mesmo que eu traíria o Juan?

Isto é algo que jamais faria, mesmo me perguntando todos os dias o que ainda faço com ele.

— Quem falou em trair? —ergueu a sobrancelha. — Conversar não ranca pedaço sabia?

Lola não tinha jeito. Uma vez maluca, para sempre maluca. Mas em uma coisa ela tinha razão. Eu realmente não tinha vida fora do trabalho.

— Tudo bem. Eu irei a tal boate. —cedi à fazendo bater palmas animada.

Nunca em toda minha vida fui em uma boate. Talvez eu me arrependa, talvez não. Mas quem liga?

Eu ligo.

Por mais que não devesse eu ligo.

É como se eu tivesse que calcular cada passo que dou. E isso tornar-se um tanto quanto cansativo.

Mas essa sou. A garota antíguada que morre de medo de dar um passo em falso, e levar um enorme tombo. Sou um pouco neurótica, admito.

— Nem acredito que você aceitou. —correu para me abraçar. — Prometo que você não irá se arrepender.

Assim espero.

Simplesmente Amor [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora