Capítulo 4

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OLÍVIA

Eu vou tirar isso. —confessei tentando puxar esse pedaço de pano que Lola chama de vestido.

— Claro que não! —segurou meu braço me impedindo de ir a qualquer lugar. — Você ficou linda.

Lola e eu estamos no meu quarto, nos arrumando para ir a tal boate. Ela inventou de trazer um mini vestido para mim, que não cobre praticamente nada.

Puxo o meu braço de suas mãos e vou até o espelho e encaro meu reflexo. Meus cabelos estão soltos, no meu rosto está uma leve maquiagem.

Meu vestido é vermelho que vai até a metade das coxas mostrando toda minha perna. Girei os calcanhares e a olhei suplicante.

Lola usava um vestido azul escuro ele era do mesmo tamanho do meu, mas por ela ser mais alta que eu, ele ficou ainda mais curto.

Seus cabelos negros estavam caídos em seus ombros deixando-a ainda mais bonita.

— Deixa de frescura e vem logo antes que você desista. —agarrou meu braço me puxando e por pouco não me desequilibro do meu salto.

Peguei minha bolsa em cima da cama, enquanto a louca que chamo de amiga me puxa como se eu fosse um animal prestes a ser domesticado.

Ri um pouco desse pensamento a fazendo me olhar de maneira curiosa.

— Qual foi a graça?

— Nenhuma. —respondi guardando meus pensamentos apenas para mim.

Lola estava abanando a mão para que o táxi parasse, o mesmo a ignorou passando direto por nós.

— SEU BANANA! —gritou para o táxi que já ia longe.

— Eu não tiro a razão dele! Com essas roupas. —apontei para mim e para ela. — Deve ter achado que éramos prostitutas.

Quando ela ia abrir a boca um táxi parou bem do nosso lado. Entramos e Lola deu o endereço da boate ao motorista.

Pude ver diversas vezes quando o motorista que tem idade para ser meu avô, olhou meu pequeno decote pelo retrovisor do carro.

Me irritei quando o vi novamente olhando descaradamente.

— O senhor perdeu alguma coisa? —questionei mostrando todo o meu descontentamento com seus atos nada discretos.

Ele vendo que foi pego em flagrante arregalou os olhos.

— Não, senhora. —tratou de responder, voltando toda sua atenção para estrada.

Velho pervertido!

Pude ver de canto de olho Lola prendendo a risada.

Eu só posso ter sido muito má em outra vida para ter que suportar tanta merda.

O taxista parou em frente a um lugar que a fila ia até a esquina de tão grande que estava. Pagamos o motorista pervertido e encarei Lola.

— Com o tamanho desta fila acho daqui para o próximo ano conseguiremos entrar. —debochei.

Ela não conteve uma revirada de olhos.

— Pare de ser tão razinza! —agarrou minha mão. — Não precisaremos entrar na fila.

Fiquei confusa, mas deixei que ela me arrastasse.

Assim que chegamos a porta da boate pude ouvir a música alta que vinha de dentro.

O que eu faço aqui mesmo?

Lola troca algumas palavras com um dos seguranças, não consegui ouvir devido a música alta. Em seguida, ela me olhou e voltou a agarrar minha mão e o segurança deu passagem para entramos.

— Como conseguiu isso? —tive que gritar em seu ouvido devido ao enorme barulho.

— Ele é meu primo! —gritou de volta e começou a olhar pela multidão. — Onde será que ele está?

— Pode ir procurá-lo se quiser. —falei em seu ouvido.

— Mas e você?

— Eu me viro. —dei de ombros. — Não sou nenhuma criança.

Ela ponderou por alguns segundos e negou com a cabeça.

— Eu que te convidei. Não posso te deixar sozinha por aí.

— Vai logo sua besta. —ordenei.

— Tem certeza que vai ficar bem? —perguntou receosa.

— A única certeza que tenho, é que se você não for agora, eu vou te bater. —ameacei.

Claro que com o meu tamanho eu saíria no prejuízo.

— Ok, sua ogra. —mesmo relutante ela entrou na multidão em busca do tal príncipe.

Fitei a enorme multidão a minha frente. Tinha pessoas de todos os tipos dançando como se não houvesse amanhã.

A música alta estava causando-me dor de cabeça.

Vamos lá Olivia, você consegue garota!

Tomei coragem e adentrei no meio da multidão, minha missão era ir até o balcão.

Depois de muito pisões de pé de impurrões e apalgadas...

Sim apalgadas! Senti alguém tocar minha bunda enquanto em tentava passar.

Vi o balcão em minha frente e suspirei em alivio.

— Uma água por favor. —pedi a um rapaz que parecia um pouco mais novo que eu.

Assim que ele me entregou virei para trás. Nesse momento esbarrei em alguém, fazendo com que sua bebida caísse sobre mim.

— Olha o que você fez! —esbravejei passando a mão no local molhado.

Pardon, mas foi sua culpa!

Não acreditei em meus ouvidos por um momento achei que estivesse sonhando. Sonhando não, tendo um pesadelo.

Ainda hesitante levanto minha cabeça e dou de cara com o homem que eu em um momento de loucura cheguei a compará-lo a um anjo.

Francesinho? —o olhei ainda chocada.

Barraqueira? —pela sua cara eu não era a única surpresa aqui.

— O que faz aqui? —ambos falamos ao mesmo tempo.

Não sei por qual motivo, mas sinto que isso não vai dar certo.

Simplesmente Amor [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora