Capítulo 11

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OLÍVIA

— Calma aí, você está nos dizendo que estava fugindo de dois bandidos? —Lola questionou com os olhos cerrados em minha direção, enquanto eu tentava permanecer inocente.

Essa desculpa foi a única que me veio na cabeça no momento.

Mas por sorte, antes que Lola pudesse me encher de perguntas seu celular tocou, ela se afastou um pouco de nós para atendê-lo.

— História curiosa, não? —levantei minha cabeça em direção ao Aaron, o vendo com os braços cruzados e sobrancelhas levantadas em minha direção.

Era basicamente impossível este homem se tornar ainda mais irritante.

Abri a boca para respondê-lo, no entanto, Lola voltou para o meu lado, mas algo nela estava diferente, parecia estar preocupada.

— Está tudo bem? —perguntei preocupada com minha amiga.

Ela assentiu, mesmo estando parecendo meio distante.

— Olívia eu preciso ir, você está bem mesmo?

— Sim, claro que estou. Mas o que aconteceu para você estar com essa cara?

— Nada. —apressou-se em falar, mas eu sabia que ela estava me escondendo algo. — Aaron, cuide dela.

E sem mais nem menos, ela saiu apressada.

Já fazia um tempo que eu havia notado esse comportamento estranho na Lola, ela vive recebendo umas ligações e em segundos ela começa a ficar toda preocupada e sempre vai embora.

— A Lola pode até ter acreditado nessa sua histórinha, barraqueira, mas eu não!

A voz do Aaron me trouxe de volta a realidade, olhei feio para ele e me levantei daquela cama.

Eu não estava doente, então não havia motivos para eu estar ali.

— Pouco me importa se você acredita ou não, eu tenho mais o que fazer do que te dar explicações do que eu faço ou deixo de fazer.

Saio do quarto deixando ele lá em pé plantado, sinceramente os últimos dias não tem sido para mim.

[...]

Estou preparando um jantar para mim e para Lola, agora pouco à convidei para jantar comigo.

Depois que voltei do hospital, fui direto fazer algumas compras para aqui para casa, já que quando eu estava fazendo Alessia me distraiu.

Pensar em Alessia, me faz lembrar do homem que estava com ela, algo naquele homem me era familiar, mas eu não conseguia me lembrar.

Por hora resolvi tirar aquilo da cabeça, não queria que Lola chegasse e me encontrasse preocupada.

Um barulho de música me fez voltar para o mundo real, o som estava muito alto, eu nem sequer sabia que eu tinha vizinhos.

E bem barulhentos por sinal.

Bom, se eu não resolver isso, sem dúvidas não irei conseguir jantar em paz.

Resolvi ir até a casa ao lado para pedir que abaixem o som, tenho certeza que não haverá problema.

De frente para a casa, toco duas vezes a campainha, e resolvo esperar. Até que ouço o barulho da porta sendo aberta.

— Isso só pode ser brincadeira! —digo assim que vejo de quem se trata a pessoa na minha frente.

Barraqueira?

Pois é, era ele mesmo. Aaron estava bem na minha frente parecendo tão surpreso quanto eu.

— Isso já está ficando estranho. —reclamo. — Em todos os lugares que estou, você também está. Por acaso está me seguindo?

Ele começa a gargalhar, e dá dois passos em minha direção diminuindo a nossa distância.

— Claro que não, eu moro aqui desde que me mudei da França. —explicou em seguida sorriu para mim. — E você?

— Eu moro aqui do lado. —tentei não parecer afetada pela sua súbita aproximação. — Aliás vim pedir para você abaixar o som, está me incomodando!

Ele sorriu ainda mais, e se aproximou um pouco mais de mim.

— Me diga algo que não te incomoda, Mademoiselle?

— Talvez você bem longe de mim. Isso com certeza não me incomodaria.

— Minha presença te incomoda, Olívia? —ele sussurrou dando alguns passos mais à frente.

Estávamos quase colados, tanto que eu pude sentir sua respiração em meu rosto, engoli em seco, e por mais que eu quisesse me afastar eu não consegui.

Parecia que minhas pernas não me obedeciam, e meus olhos não conseguiram desviar dos seus.

Lentamente seu rosto foi se aproximando do meu, por impulso meus olhos se fecharam, senti sua respiração cada vez mais próxima do meu rosto, e...

— Olívia?

Abri os olhos e olhei rapidamente
para o lado, encontrando Lola nos olhando com lágrimas nos olhos.

— Lola! —arregalei meus olhos e fui até ela. — Eu posso explicar!

— Não precisa, acho que já vi o suficiente! —dizendo isso ela saí correndo.

— LOLA!! —grito, mas ela já vai muito longe. — Que droga!

Passo as mãos no rosto frustada e olho para trás, vendo Aaron me olhando preocupado.

— Isso é tudo culpa sua! —acuso o vendo franzir a testa.

— Minha?!

— Claro, afinal o que você estava pensando em fazer?! —esbravejei.

— Suponho que o mesmo que você.

Ignorei sua última fala e comecei a andar de um lado para o outro nervosa, a Lola deve estar me odiando, mas o que estava passando na minha cabeça?!

— Olívia? —levantei a cabeça encontrando o olhar de Aaron sobre mim, ele se aproximou ficando de frente comigo. — Porque você não consegue ser sincera com você mesma, e admita que gosta de mim.

Arregalei meus olhos por suas palavras, desviei meus olhos dos dele um pouco nervosa.

— Está maluco, do quê você está falando? Eu jamais faria isso com a Lola!

— Meu Deus, Olívia. Eu e a Lola não temos absolutamente nada, somos apenas amigos.

Voltei a encará-lo, e ele não tinha nenhum olhar de irônia ou algo do tipo, ele parecia estar falando sério.

— Olha não sei porque estamos falando sobre isso! Aliás, não sei nem o que ainda estou fazendo aqui falando com você!

— Vai fugir de novo? —questionou em um tom sarcástico, o que me irritou.

Eu poderia retrucá-lo, mas decidi apenas por ignorá-lo. Lhe dei as costas e fui em direção a minha casa, eu podia sentir que ele estava me olhando, mas não olhei para trás.

Assim que entrei, tranquei as portas e me sentei no sofá, cobrindo o meu rosto com as mãos.

Minha vida inteira estava desmoronando bem diante de mim, e o pior era que eu sentia que as coisas só estavam começando.

Simplesmente Amor [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora