Capítulo 6

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OLÍVIA

Quando terminamos nosso expediente, seguimos para a nossa lanchonete preferida.

Só agora percebo, que estou há meia hora falando sozinha. Lola está com um sorriso que mal cabe em seu rosto, com os olhos grudados no seu celular.

— Lola? —chamei mas ela nem sequer ouvir. — LOLA!!

Só então ela levantou seu rosto para mim, parecendo perdida.

— O quê foi?

Revirei os olhos, aquilo só podia ser brincadeira.

— Tem como você soltar esse celular, apenas por um minuto para me ouvir?

— Desculpa, Olívia. —me olhou um pouco envergonhada. — Acontece que amanhã vai ter uma festa de aniversário surpresa para o meu príncipe, preparada pelos funcionários dele, então me convidaram, e eu pedi para chamar você também!! —contou empolgada.

— Legal da sua parte. Mas eu não vou.

Lola olhou para mim com a testa franzida.

— Mas, porquê?

— Porque da última vez que você me chamou para sair, um velho ficou olhando para os meus peitos, pisaram no meu pé várias vezes dentro daquela boate, pegaram até na minha bunda, e para fechar com chave de ouro, um idiota derramou bebida em mim. —olhei sériamente para ela. — Então, definitivamente estarei mais segura em casa.

— Por favor, Olívia. —juntou as mãos. — Essa é a oportunidade perfeita para você conhecer meu príncipe!

— Se o problema for este, tenho certeza que oportunidades não faltaram.

— Ah, Olívia por favor, faz isso por mim... —segurou nas minhas mãos e olhou para mim, em expectativa.

Bufei irritada.

— Está bem. —ela sorriu e bateu palmas como se fosse uma criança, que acabou de conseguir o doce que tanto queria. — Mas se eu me meter em furada, essa será a última vez que saio com você!

— Tudo sairá perfeito! —animou-se. — Tenho certeza, que você irá amá-lo.

Sorri com sua empolgação, eu estava feliz pela Lola, ela realmente gostava bastante desse tal "príncipe".

Se ela estava feliz, eu também estava.

Conversamos mais um pouco, até que o celular dela tocou, ela me pediu um minuto, e foi atendê-lo do lado de fora.

Alguns minutos depois ela voltou, mas sem dúvidas, ela não era a mesma Lola alegre de antes.

Seu rosto estava um pouco pálido, e ela parecia perdida.

— Lola, você está bem? —perguntei preocupada, ela apenas assentiu.

— Estou ótima. —apressou-se em falar, forçando um sorriso. — Eu preciso ir, até amanhã.

Ela nem me deu tempo de respondê-la, e foi embora. Já faz um tempo que noto que ela fica estranha de repente, tudo isso está começando a me preocupar.

Após um tempo, resolvo ir embora também, já está ficando tarde.

Assim que saio da lanchonete, sinto meu celular vibrando em meu bolso, assim que o pego noto ser uma mensagem. Franzi a testa ao constatar que se trata de um número desconhecido.

Por curiosidade abro a mensagem, e me surpreendo com o que leio.

"Se quer saber a verdade sobre o seu namorado, siga o endereço".

Quem será que me mandou essa mensagem? Fiquei alguns minutos, relendo a mesma mensagem, de que verdade essa pessoa está falando?

E se for alguma armadilha, para sei lá, roubar meu dinheiro? Se bem que se for isso, procuraram a pessoa errada.

Quer saber? Se eu não for, vou ficar remoendo isso o resto da noite, apenas tenho que tomar cuidado.

Entrei em um táxi, e dei o endereço que estava escrito na mensagem, assim que o táxi para, pago pela corrida e desço.

Me surpreendo com o que vejo bem na minha frente.

Um motel?

Sem dúvidas a mensagem que me mandaram é um trote, não acredito que perdi meu tempo e meu dinheiro vindo aqui para nada.

De repente, uma nova mensagem chega no meu celular.

"Eu estou aqui"

Olhei para todos os lados, e logo em frente ao motel havia uma mulher segurando um celular.

Deve ser essa.

Fui em sua direção, assim que ela me viu guardou o celular e me puxou para dentro do motel.

— Ainda bem que você veio. —suspirou aliviada.

Olhei para o seu rosto, e parecia que eu à conhecia de algum lugar.

— Eu conheço você... —confessei.

— Sim, eu trabalho com Juan. Você já me viu quando foi lá na empresa. —explicou.

— Era você que estava me mandando mensagem? —questionei curiosa.

— Sim. —suspirou novamente. — Não achei certo o que ele estava fazendo com você.

Franzi a testa sem entender.

— Como assim?

— Primeiro eu vi a mensagem no celular dele, então resolvi segui-lo, decidi que você merecia saber. —falou de uma vez, me deixando ainda mais confusa.

— Do que você está falando?

Ela não me disse nada, apenas me entregou uma chave.

— Preciso ir agora, apenas vá ao quarto 29. —sorriu penosamente para mim. — Boa sorte.

Ela foi embora, me deixando aqui parada, sem entender absolutamente nada. Tive vontade de voltar para casa, mas já que eu estava aqui, não me custava nada.

Fiz o que ela disse, comecei a procurar pelo quarto indicado, até que quando finalmente o achei, fiquei duvidosa se abriria ou não.

Um pouco hesitante, levo a chave até a fechadura, e abro a porta aos poucos.

Levo as mãos a boca com o que vejo assim que a porta é aberta. Eu mal podia acreditar em meus olhos.

— Juan? —sussurrei para mim mesma incrédula, eu ainda não tinha encontrado uma palavra para definir o que eu estava sentindo.

Entrei no quarto, e me aproximei da cama, aquela cena sem dúvida iria me pertubar por muito tempo.

— JUAN!!! —gritei fazendo com que ele acordasse assustado.

Ao me notar seus olhos se arregalaram em surpresa.

— O-Olivia, eu posso explicar!

Fechei os olhos por breves segundos, respirando fundo para não chorar.

— Explicar o quê?! —quase rosnei. — Que você estava me traindo com esse aí?!!

Apontei em direção ao homem que estava ao seu lado, me olhando surpreso. Quando cheguei, ambos estavam dormindo abraçados.

Eu poderia batê-lo, xingá-lo, mas apenas respirei profundamente, não irei me prestar a este papel.

— Quer saber? Você não vale apena. —falei essas palavras sem abaixar a cabeça em nenhum momento, enquanto ele continuava a me olhar. — Acabou entre, nós. Pode viver com quem você quiser agora.

Fui embora, sem esperar pelas suas mentiras. Agora tudo se encaixava perfeitamente, agora eu entendo porque ele pouco se importava comigo.

Apesar de eu não amá-lo, me doeu saber que o meu companheiro de anos, havia me apunhalado pelas costas.



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