Capítulo 7

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Dulce

Entro na minha sala ainda pensando nas palavras de Uckermann... Droga, estou perdendo meu foco! Mas como não perder? Aquele homem é a própria perdição, é um sarcástico idiota e mal humorado, só reparou em mim porque quer me levar pra cama... o que certamente não seria nada ruim já que ele aparenta ter um corpo maravilhoso por baixo daquele terno e calça social.

Preciso trabalhar e organizar a decoração que trouxe de casa, não era muita coisa mas já seria o suficiente para deixar o ambiente do meu gosto e assim que termino tudo chamo Alice para que me passasse os casos que Uckermann havia falado, ela fez isso com tanta rapidez que pude começar naquele dia antes do almoço.

Quando saía para almoçar encontro Anahí com uma morena, que aliás, tinha o rosto muito familiar. Claro, é Maite Perroni, foi uma grande amiga na época da faculdade mas ela foi morar no exterior e nunca mais nos vimos.

"Dulce Maria? É você mesmo?" - ela diz se aproximando para um abraço. Faz muito tempo que alguém não diz o Maria do meu nome, isso me lembrava ele e todo o passado que tive... odeio que me chamem de Maria, mas ela não tinha como saber – "Nossa, quando tempo Dul!"

"Faz o que? Três anos que não nos vemos?" - a encaro e vejo o quanto ela está linda, o tempo só fez bem a ela.

"Na verdade, três anos e meio... voltei na segunda de Dallas, passei aqui pra ver Anahí." - ela sorri – "Annie, essa é a Dul, fez faculdade junto comigo."

"Eu a conheço, bobinha. A diferença é que Dulce terminou a faculdade, né?"

"E tenho certeza que hoje é uma advogada incrível." - ela diz me olhando e sorrindo e não pude deixar de sorrir também.

"Está saindo pra almoçar, Dul?" – a loira pergunta abraçada com Maite.

"Sim, ainda estou procurando um bom restaurante por aqui."

"Por que não almoçamos juntas? Estava indo com a Annie contar minhas novidades, vem com a gente, eu adoraria saber como você está." - ela sorri e aceito o convite. Entramos no carro de Maite que estava estacionado do outro lado da rua e não pude deixar de notar que era um carro caríssimo, trabalhar no exterior fez bem.

Christopher

"A mudança está sendo ótima, o condomínio é muito bom e eu tenho uma vizinha muito gata!" - Poncho tinha acabado de sair da casa da mãe, ela vendeu tudo e voltou para a cidade que morava no interior antes de conhecer o ex-marido, ela havia sofrido muito depois que o perdeu e ficou doente, fazendo com que Poncho parasse sua vida para se dedicar a ela e deu certo, melhorou e resolveu voltar para a sua verdadeira casa.

"Vizinha gata é encrenca, lembra daquela Mariana?" - dou risada ao lembrar da louca que ficou no meu pé por meses.

"Sai pra lá! Nem venha jogar seu azar com mulheres pra cima de mim, até porque, minha vizinha parece ser muito mais que isso."

"Só não vale se apaixonar." - ele deu de ombros e garantiu que não estava na vibe da paixão e assim espero, ele é meu parceiro de festas.

"Pode ter certeza que não fui até seu escritório só para falarmos da minha mudança ou de como eu estou lidando com tudo o que tem acontecido, mas para te chamar pra sair."

"Então você veio pra me dizer que mudou de time?" - finjo surpresa e digo em tom de brincadeira – "Cara, você é lindo mas não faz o meu tipo." - ele ri e vejo que estava com saudade de ter meu melhor amigo por perto.

"Como você é besta, Uckermann. Claro que não, eu quero sair pra beber."

"Então, meu amigo, você chamou o cara certo. Podemos ir para aquela balada que tem na avenida daquele shopping de Pinheiros, o que acha? Pra mim é uma das melhores e as mulheres de lá são loucas por rostinho bonito e corpo sarado." - digo animado só de lembrar a última vez em que estive lá.

Ele concorda sem hesitar e entusiasmado com a ideia, até porque nunca havia conhecido o lugar. O resto do almoço foi tranquilo e divertido, jogamos conversa fora e ele sempre foi uma excelente companhia. Na volta ele me deixou na empresa e voltou para a loja a qual é o dono. Quando chego no andar vejo Natalia furiosa e Alice desesperada, droga! Que mulher ousada, o que estava fazendo lá?

Dulce

O restaurante era lindo e realmente perto do nosso local de trabalho, era impressionante como Mai conhecia a cidade mesmo depois de tanto tempo fora. Fizemos o nosso pedido, optamos por tomar vinho apesar do trabalho, mas uma taça não faz mal e não tira a consciência de ninguém.

"E foi assim que nós nos conhecemos e como ele nasceu no Brasil, não se importou com a minha decisão de voltar para cá." - Mai havia contado como conheceu o namorado que veio junto com ela e pelo jeito haviam voltado pra ficar.

"Ai Mai, tão lindo te ver feliz!" - a loira diz segurando as mãos da amiga – "E você, Dul? Não tem namorado?"

"Não, eu sou casada com a profissão." – dou de ombros.

"Ahh mas nem sempre foi assim, viu Annie? Dulce é uma verdadeira tigresa e na faculdade sempre fazia sucesso com os homens." - dou risada ao lembrar dessa época, eu realmente gostava de atiçar os homens, mas não ficava com todos.

"Algum dia eu teria que sossegar, mas to precisando sair com alguém, faz tempo que isso não acontece." - finjo tristeza e nós três rimos da conversa.

Foi um almoço muito agradável, Maite continua a mesma amiga incrível que conheci há anos e Annie, que me obrigou a chamá-la só assim, é uma pessoa muito extrovertida e engraçada, é uma companhia que vale a pena ter por perto. Depois de um tempo de almoço, Mai nos deixou em frente à porta da Belle Advogados para Annie e eu voltarmos ao trabalho. Nos despedimos e antes que Mai pudesse ir embora, Annie fez a ela um convite.

"Dul e eu temos uma saída para amanhã, vamos beber!" - ela diz animada e puxando meu braço pra cima em forma de comemoração – "E você é a nossa convidada, temos que repetir o almoço de hoje mas de uma forma menos formal e careta."

Mai ri e aceita o convite, então nos despedimos e volto para o meu trabalho. Chegando no andar percebo uma agitação no ambiente e ouço uma mulher gritando, ela com certeza estava muito irritada e essa irritação toda era com o dr. Uckermann... será que ela é a namorada surtada dele? Não pode ser, ele não parece ser o tipo de cara que namora, muito menos com uma surtada.

"Você acha que eu sou o que, Ucker? Acha mesmo que era só me usar e depois jogar fora?" - ela disse gritando e fazendo com que todos olhassem para a cena. – "você sabe que nós temos uma química, como joga fora assim? Como você foi capaz de me tratar daquele jeito enquanto só o que eu fiz foi te dar todo o amor e carinho? Seu canalha!"

Ela gritava feito doida e parecia estar muito brava, mas como alguém pode se apaixonar por esse homem? Só de olhar já soube que não é cara de romance, não serve pra se apaixonar... não que eu a culpe por isso, mas deveria ser uma lei feminina "não se apaixonar por caras como Christopher Uckermann, mas mais importante que isso: não se apaixonar por Christopher Uckermann"

"Natalia, não faz escândalo!" - seu grito me deu um leve susto e afastou meus pensamentos. – "Eu nunca fui seu, para de querer chamar a atenção de todos, sua louca!" - ele esbravejou e ok, ele sim está bravo e parece não ter a menor paciência – "Como você é capaz de vir aqui fazer escândalo? Entra na minha sala se quiser resolver, se não quiser vá embora para o seu departamento!"

Ela entra na sala e ele dá uma olhada ao redor, até seus olhos encontrarem os meus e ele me encara por alguns segundos que mais pareciam minutos. Mas dou de ombros e entro na minha sala, há muito trabalho ainda e com certeza não vou dar bola para escândalos como aquele.

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