Capítulo 6

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Dulce

O dia já amanheceu lindo, a luz do sol invade meu quarto quase que por completo por cima das grandes cortinas brancas e confesso que isso sempre me deixa animada para começar meu dia. Não sou a única animada na casa, Luna acordou me dando vários beijos e por isso brinquei um pouco com ela antes de finalmente levantar e ir tomar um banho, fiz toda a minha higiene pessoal e como é primavera não está frio, então coloco um vestido bege que vai até o joelho e modela bem meu corpo, coloco uma sandália de salto meia pata nude de veludo que comprei na Schutz e até então não a usei. O look está um pouco sem cor e por isso coloco um pouco mais de maquiagem e deixo o cabelo solto com perfeitas ondas feitas pelo babyliss.

Depois de terminar toda a minha rotina matinal, saí de casa e já no elevador vejo que ele para no sexto andar e o rapaz que conheci ontem entrou, dessa vez também veste trajes sociais, o observo dos pés a cabeça e está lindo.

"Você fica ainda mais bonita com roupa social." – ele diz sorrindo e me olhando de lado, sinto que corei depois do elogio. Droga, ele deve achar que sou uma adolescente que fica tímida toda vez que encontra o carinha que acha atraente.

"Obrigada!" – retribuo o sorriso mas diferentemente dele, o olho. - "Posso dizer o mesmo, senhor...?"

"Alfonso Herrera, prazer. Mas por favor, sem formalidades." – ele ri pelo nariz – "Pode me chamar de Poncho."

"Prazer, Poncho. Sou Dulce Saviñon, mas me chame de Dul, sem formalidades." – sorrio entrando na dele. Até que o elevador finalmente chega no estacionamento e saímos, ele é um cavalheiro e por isso me dá passagem para que eu saia primeiro e assim agradeço. Vejo que ele estava disposto a conversar e confesso que gosto disso, talvez seja legal ter um amigo que é meu vizinho.

"Sabe, ontem fiquei esperando poder te encontrar de novo mas infelizmente não aconteceu." – ele é sincero.

"Ah é?" – sorrio – "Eu acabei demorando no passeio com a minha cachorrinha, ela gosta muito de passear e eu também aproveitei o ar fresco daqui."

"Eu entendo, é um bairro bem arborizado. Mas que bom que nos encontramos, não é? E que sorte a minha te encontrar assim tão bela." – ele me olhava com delicadeza, como se me admirasse e eu agradeci o elogio.

"Preciso ir, Dul. Espero te encontrar mais vezes por aqui... você acaba de tornar o condomínio um lugar mais interessante." – ele ri levemente e faço o mesmo.

"É, também espero... Até mais." – ele faz um gesto com a cabeça antes de ir e faço o mesmo enquanto ele ainda mantem seus olhos em mim.

Caramba, que homem maravilhoso! Seus olhos verdes ficam ainda mais destacados com o terno preto que ele usa, seu cabelo perfeitamente alinhado e a barba bem feita. Pelo jeito estou na minha semana de sorte, já é o segundo deus grego que conheço, claro que Poncho é muito mais educado e gosto disso, espero ter a oportunidade de conhece-lo melhor.

Entro no meu carro e vou para a empresa, me surpreendo por não ter tanto transito e assim chego mais cedo do que o planejado. Passo na recepção para resolver algumas coisas e encontro Anahi, linda e radiante como ontem. Seus olhos azuis se destacam com a maquiagem um pouco mais escura nos olhos, seus fios loiros estão ondulados e perfeitamente penteados, sua roupa é formal mas não deixa de ser sexy já que seu corpo está bem valorizado.

"Oi Dul!" – ela me pegou desprevenida ao me abraçar animada, será que está sempre nessa animação?

"Oi Anahi!!" – tento dizer no mesmo entusiasmo dela mas falho completamente, ela é muito espontânea e dou uma leve risada pelo pensamento que tive.

"Sabe o que eu estava pensando? Que poderíamos sair amanhã à noite, o que acha? Posso te apresentar algumas amigas e claro, nos conhecemos melhor. É bom fazer amigos novos." – ela dá um sorriso largo, fico pensativa e ela faz bico. "Ah Dul, diz que sim... por favorzinho!" É normal achar esse jeito fofo?

"Adoraria, claro! Faz muito tempo que não saio assim, sou recém formada, sabe como é." – dou de ombros e uma rio pelo nariz. Ela pareceu ter ficado animada com a ideia, seria legal fazer novas amizades e Anahi parece ser uma pessoa ótima. Depois de trocar nossos números nos despedimos e assim fui até a recepcionista verificar o que precisava.

Por fim vou até o elevador e em segundos chego no meu andar, Alice estava feliz e confesso que tanta alegria pela manhã está me contagiando. Ela me deseja um bom dia e diz que o doutor Uckermann me aguarda em sua sala, o que será que o senhor carrancudo quer?

Christopher

Já na minha sala, ouço leves batidas na porta e peço para que entre, doutora Saviñon pede licença e entra. Já imaginava que poderia ser ela.

"Bom dia, dra. Saviñon."

"Bom dia, dr. Uckermann." – algo na voz dela fez parecer que ela está sendo irônica quando pronunciou meu sobrenome, mas não dei ousadia e apenas sorri.

"Te chamei aqui porque preciso te passar alguns clientes, não são casos da minha área mas eu precisava pega-los provisoriamente até que alguém especializado aparecesse. E a senhorita tem excelentes cartas de recomendação, não vejo motivos para não confiar em seu trabalho." – tento dizer sempre olhando em seus olhos, mas a boca é tão chamativa... e esse vestido a deixa tão gostosa e sexy ao mesmo tempo que demonstra seriedade, é como se fosse quase impossível resistir ao charme de Dulce. Será que ela sabe que é assim? Será que faz de propósito para que os homens caiam aos seus pés?

"Sem problemas, senhor Uckermann. Agradeço pela confiança, não decepcionarei a empresa." – ela sorri de forma sarcástica mas ainda sim doce e eu assinto. Sei que ela está tentando demonstrar que não é minha maior fã mas sua doçura é natural e isso ela não pode controlar. Cada detalhe do seu rosto é delicado e ao mesmo tempo sexy, seus olhos são marcantes e sua voz é tão doce que até simples frases soam de forma única.

"Bom... se isso for tudo estou indo, tenho algumas coisas para organizar." – a voz dela quebra o silencio e meus pensamentos.

"Tenho certeza que não senhorita, só faltou se atrasar para uma reunião." – dou risada pela brincadeira que fiz e esperando que ela desse alguma risada também, mas para a minha surpresa isso não acontece, ela apenas bufou e revirou os olhos.

"Olha dr. Uckermann, se o senhor acha que é elegante ser atrasado, lamento dizer mas não é... apenas demonstra irresponsabilidade e adultos como você não deveriam ser irresponsáveis, se é que o senhor me entender." – ela dá o sorriso mais falso que consegue.

Sua resposta me surpreende e acho graça, ela fica fofa assim e sei que que vai ser divertido irrita-la assim nas próximas vezes. Ela ignora minha risada, levanta-se e vai em direção a porta.

"A propósito, pode me chamar de Ucker." – ela vira-se e olha para mim e dá um sorriso irônico. – "E Dul, você está linda nesse vestido." – Eu estava mesmo dizendo isso? Pelo olhar dela diria que sim.

"Obrigada, dr. Uckermann." – Ela realmente gosta de provocar.

Então ela sai e me deixa pensando, talvez não goste de mim mas eu quero leva-la para a cama, quero provar seu gosto, ter seu corpo colado ao meu, quero ver suas pernas nuas assim como todo o seu corpo. Sinto que ela é um desafio para mim, até porque nenhuma mulher me tratou com tanta indiferença.

Na hora do almoço recebi a visita de um grande amigo de infância, que cresceu comigo e estava sempre por perto quando precisava, principalmente quando nossos pais faleceram no mesmo acidente de carro. Poncho é como um irmão pra mim e eu não sabia o que teria sido de nós sem ter um ao outro.

O convidei para almoçar comigo e fomos em um shopping que há perto da empresa, ele aceitou e disse que tinha um assunto a tratar comigo, não éramos de almoçar em shoppings mas esse tem um restaurante legal dentro e seria uma boa oportunidade de passar um tempo com o meu melhor amigo.

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