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Lud

Giovana, é o nome da mulher que sou completamente apaixonada. É o motivo da minha felicidade diária, é a mulher que me completa. Gosto de estar grudada a todo momento.

Bem, meu primeiro beijo foi com ela, minha primeira vez, então eu tenho motivos pra gostar dela, até porque ela me aceitou do jeito que eu sou. Não consigo imaginar minha vida sem ela.

Bom, eu sou arquiteta recém formada, tenho 23 anos, e moro com Giovana. A gente não casou nem nada, ela preferiu esperar mais, claro que concordei, até porque, sou louca por ela.  

A maioria do tempo passamos juntas, ela trabalha na empresa do meu pai, lá só tem arquitetos experientes, tirando eu e a Giovana. Como trabalhamos na mesma empresa fica fácil.

- Ludmilla , para de me beijar e vamos logo pra casa. - Giovana fala assim que beijo ela.

Ela está claramente irritada, de uns tempos pra cá, ela anda esquisita, mais nem me preocupo, deve ser TPM.

- Tá bom amor, vamos.

Entramos no meu carro e seguimos para o nosso apartamento, o caminho esta sendo um silêncio, eu via os carros passarem, coloquei minha mão na coxa dela, e ela empurrou minha mão.  Eu só me perguntei  o que estava acontecendo.

Assim que chegamos no estacionamento, ela saiu do carro, bateu a porta um pouco forte e nem me esperou.

Eu fechei o carro e segui para o nosso apartamento, assim que cheguei na sala, notei que ela não estava lá, provavelmente ela estaria no quarto. Então eu segui para o quarto, Giovana estava sentada na beirada da cama mexendo no celular, sua bolsa estava jogada na cama.

Eu me aproximei dela devagar, me sentei ao seu lado, e beijei seus lábios, minhas mãos fizeram carinho em seu rosto, quando eu iria aprofundar o beijo, ela me empurrou.

- Sai Ludmilla , eu não quero agora.

Eu me levantei, eu estou ficando chateada, não é pelo fato dela ter me negado um carinho agora, é por ela estar agindo estranho comigo, e não me dizer o que está acontecendo.

- O que está acontecendo amor? Eu fiz algo que você não gostou? Se eu fiz, me perdoa. - Falei calma.

- Para de  drama Ludmilla.

- Não é drama amor, eu só quero saber o que está acontecendo com você.

- Você quer saber? - Balancei a cabeça confirmando. - Eu estou cansada, é isso.

- Está cansada do trabalho? Não tem problema amor, eu posso trabalhar sozin...

- Não é disso que eu estou falando. - Ela me cortou.

- Então você está falando de que?

- Eu estou cansada da gente, cansada de você. Eu não aguento mais, eu não te aguento. - Ela disse irritada olhando nos meus olhos.

Eu não sabia o que falar, nem como agir, então deixei ela dizer.

- Eu estou enjoada de você, só quer ficar grudada em mim, me agarrando a todo momento, me beijando, e não muda essa rotina. Eu não te suporto mais.

Meus olhos começaram a arder, pude sentir algumas lágrimas descerem no meu rosto, porque ela está dizendo tudo isso?

- Amor, a gente pode mudar a rotina, eu posso mudar, se for te fazer feliz.

- Não Ludmilla, eu Não consigo mais, você sabe o que é transar sem sentir prazer? Eu não sinto mais nada por você. - Sua voz foi de desprezo

- Não fala assim amor, está me magoando.

- Eu não estou nem aí. Eu te aguente todos esses anos, passei por muita coisa por culpa sua, eu tive que tirar uma criança por sua culpa.

Quando ela disse isso eu olhei para ela imediatamente.

- Você tava grávida? V-voce tirou nosso filho? Porque?

- Eu fiquei grávida duas vezes, por sua culpa, mais graças a Deus,  descobri cedo e deu tempo de tirar essas crianças.

- P-porque? Você não podia ter feito isso, você podia pelo menos ter me contado.

- Eu não quero ter filhos com você, vai que eles nasçam iguais a você. Eu não quero mais compartilhar nada com você, cama, casa, trabalho, nada.

- O que eu fiz pra você? Eu não entendo, sempre fui amorosa, carinhosa e cuidei de você. - Eu disse entre os soluços.

- Eu enjoei de você Ludmilla, eu não te amo, nunca te amei, eu sentia nojo de você, todas as vezes que tinha que te beijar, e transar. Eu só fiquei com você porque precisava de uma faculdade boa. Eu demorei demais pra te falar essas coisas, mais chegou a hora.

Eu não consegui ouvir mais nada, eu saí correndo daquele apartamento, corri entre as ruas, meu peito parecia que iria se partir, doi tanto, tanto. As lágrimas insistiam em descer enguanto eu corria. Eu nem sabia para onde eu estava indo, eu só queria apagar da minha cabeça, todas as coisas que ouvi.

A mulher que eu amava, esse tempo todo só me usou, ela sentia nojo de mim, e eu fiz tudo por ela.

Quando eu não aguentei mais correr, olhei ao meu redor, eu estava na praia, não tinha gente, então eu só fui correndo direto para o mar, nem me importei com o celular no bolso, e minha roupa.

Eu afunde naquela água desejando que tudo fosse mentira, meus olhos doíam, eu só não queria sentir o que estava sentido.

- PORQUE MEU DEUS? O QUE EU FIZ? - Eu gritei para o nada. - Eu não tenho forças para continuar, Deus. Me ajuda, me dá forças para passar por tudo isso, me ajuda.

Logo eu fiquei em silêncio, saí de  dentro do mar,  e me sentei na areia, olhei para o céu, o sol já estava se pondo.

- Moça, quer comprar bala ou água?

Olhei para o lado e vi uma moça baixinha, de cabelos loiros , com pacotes de balas e água na mão,  sei que é errado, mais não pude deixar de reparar na roupa da moça a minha frente. A roupa já estava gasta, meio furada, sua chinela havaiana na estava encardida.

- Moça, você está bem? Me ouviu? - Ela chama minha atenção de novo.

- D-desculpa, eu não sei se trouxe dinheiro. - Eu disse sincera.

Passei a mão pelos bolsos da minha calça e pude perceber que minha carteira estava lá.

- Droga. - Disse notando que estava tudo molhado. - Desculpa moça, mais eu acabei esquecendo e entrando no mar com a carteira no bolso, então não tenho dinheiro.

- Tudo bem então, licença.

Ela continuou andando, logo ela já estava bem longe, e eu observei ela caminhar. Suspirei e me levantei.

- Você tem que voltar pra casa Ludmilla, e enfrentar as coisas, você já é uma mulher adulta. - Eu disse pra mim mesma.

Logo caminhei a passos lentos até o prédio...

(Oi, me falem o que estão achando.)

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