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LUD

Já faz algumas horas que eu estou nesse hospital, sentada em uma cadeira que não esta nada confortavel, e pra ser sincera, hospital não é o lugar que eu gosto de ficar, mas eu não posso deixar essa moça sozinha.

As Enfermeiras me perguntaram o nome dela, e eu disse que não sabia e que não tinha ninguem  acompanhando a moça quando ela veio falar comigo.

Então eu fiquei responsável por ela, a enfermeira me disse que o médico,  viria falar comigo quando os exames ficarem

falar comigo quando os exames ficarem prontos, e isso já faz duas horas ou mais.

Minha mãe já me ligou umas 10 vezes.

A primeira vez, eu expliquei tudo pra ela, onde eu estava e o que aconteceu, e das outras vezes, ela me ligou querendo saber da moça.

- Ludmilla Oliveira ? - O médico pergunta me olhando.

- Sim, sou eu.

- A moça que você trouxe já acordou, ela se chama Brunna Gonçalves...

- O que aconteceu com ela? Ela está doente? É algo grave?

Não sei porque, mas eu sinto uma preocupação, uma vontade louca de proteger essa menina.

- A garota está grávida. - O médico disse e eu fiquei pensando, será que a menina tem namorado?

- Está tudo bem com ela e com o Bebê?

- Bem, pelos exames que foram feitos, ela está com Anemia, está com desnutrição. Isso deve mudar, ou tanto ela, quanto o bebê, podem ter problema.

- Meu Deus.

- Olha, pelo estado que ela chegou aqui, eu acho que ela é uma moradora de rua, provavelmente ela não vai poder comprar os remédios e se alimentar direito.

- Não tem problema, pode  me dar as receitas dos remédio, e alimentos que ela deve comer para melhorar. Vou providenciar tudo que for possível para melhora dela, eu irei comprar as coisas hoje mesmo.

- Está bem, vou na minha sala pegar as receitas e te encontro no quarto dela, se você quiser ir até lá, está  liberado a sua entrada, o quarto é o 204.

- Obrigado doutor.

O homem saiu, e eu entrei no corredor e segui para o quarto dela.  Eu queria bater na porta antes de entrar, mas não me contive e entrei sem bater mesmo.

Ele estava com soro no braço, parecia estar mais limpa, com a roupas do hospital, seu olhar parecia meio distante e triste. Porque será que essa moça é assim?

- Oi, como está se sentindo? - Perguntei me aproximando da cama.

- Estou meio tonta. Eu quero te agradecer por ter me trazido.

- Não tem que agradecer Brunna.

- Ah você já sabe meu nome, e qual é o seu nome?

- Meu nome é Ludmilla Oliveira, mais pode me chamar só de Lud.

- Pode me chamar só de Bru.

- Tudo bem Bru. Precisamos conversar sobre um assunto muito sério agora.

- O que o médico te disse? Tenho alguma coisa grave?

- Não é bem isso. Olha, você está Grávida.

Quando eu falei aquilo, pude notar o pavor nos olhos de Bru , as lágrimas começaram a descer lentamente. Será que ela não ficou contente?

- Eu tenho que me livrar disso, eu não posso ter esse filho. - Ela disse entre o choro.

Sei que uma coisa não tem nada haver com a outra, mais eu me lembrei de quando a Giovana disse que tinha feito o aborto de dois filhos meus.

- Olha Bru, eu não sei a sua história, não sei o que você passou ou passa diariamente, também não sei quem é o pai do bebê, só te peço que você pense bem, é uma escolha que não tem volta. Olha, se o pai do bebê não quiser assumir a responsabilidade, eu sei que você vai conseguir sozinha, eu vi sua determinação.

O choro dela estava mais controlado, porém, ela continuava chorando.

- Mesmo que eu não tire, eu não vou conseguir criar ele, sustentar. Minha família não tem dinheiro.

- O pai do bebê pode ajudar, é obrigação dele, até porque você não fez sozinha. - Eu disse isso e ela me encarou.

- Eu não quis isso, eu não queria nada disso. - Ela chorou mais.

Merda Ludmilla , fecha essa boca.

Eu cheguei mais perto dela e à abracei, ela escorou a cabeça no meu pescoço e chorou como se tivessem tirado algo muito precioso dela.

- Eu não escolhi Lud, me... me forçaram. - Ela disse soluçando de tanto chorar.

Eu me afastei rapidamente e encarei aqueles olhos lindos, que agora estavam vermelhos.

- Você tá querendo dizer que te... Estupraram? -Ela só confirmou com a cabeça.

Como alguém é capaz de cometer um crime desse? Como uma pessoa é capaz de dormir tranquilo a noite, depois de destruir a vida de alguém.

- Bru, eu sei que não nos conhecemos direito, mais eu te prometo que vou fazer de tudo pra cuidar de você agora...

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